Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024

Postado às 09h00 | 28 Jan 2023 | redação Hospital da Mulher terá ambulatório TT durante Semana da Visibilidade Trans e Travesti

Crédito da foto: Sandro Menezes Vista aérea do Hospital da Mulher de Mossoró

Por Edinaldo Moreno / Repórter do Jornal de Fato

Durante a Semana da Visibilidade Trans e Travesti, o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, em Mossoró, contará com o Ambulatório TT, voltado ao atendimento especializado à população trans e travesti, seguindo a linha de cuidado que já é adotada pela Faculdade de Enfermagem (Faen/Uern) desde 2019, com o Ambulatório LGBTQIA+.

A implantação ocorrerá na próxima segunda-feira (30), a partir das 13 horas. O evento ocorrerá de 30 de janeiro a 2 de fevereiro. A equipe multidisciplinar que atua no Ambulatório LGBTQIA+ da Faculdade de Enfermagem também atenderá no Hospital da Mulher.

Trazendo a marca do pioneirismo no Estado, o Ambulatório LGBTQIA+ da Faen oferece atendimento a lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queer, intersexo e assexuais, dentre outras orientações e identidades de gênero.

A programação começa na segunda-feira com vasta programação. O primeiro dia terá uma roda de conversa a partir das 8h30. Já às 10h haverá uma reunião sobre habilitação do Ambulatório TT e cirurgias.

Na parte da tarde haverá a implantação do Ambulatório TT com Consulta médica e de enfermagem e realização de testes rápidos. Nos outros dias haverá diversas atividades alusivas à Semana da Visibilidade Trans e Travesti.

Desde agosto de 2008, o Sistema Único de Saúde brasileiro prevê a oferta à pessoa trans de procedimentos como a terapia hormonal para afirmação do gênero, cirurgias de redesignação sexual e acompanhamento multiprofissional, incluindo médicos e outros profissionais da saúde, como psicólogos e assistente social.

A idade mínima para se ter acesso ao acompanhamento ambulatorial no SUS, com processo terapêutico e de hormonização, é de 18 anos. Já cirurgias de redesignação sexual são previstas apenas para maiores de 21 anos.

SEMANA DE VISIBILIDADE

O dia da Visibilidade Trans é comemorado em 29 de janeiro. Nesta data, em 2004, foi organizado um ato nacional para o lançamento da campanha “Travesti e Respeito”. Ele é considerado um marco na história do movimento contra a transfobia e na luta por direitos e a data foi escolhida como o Dia Nacional da Visibilidade Trans.

A data tem o objetivo de promover reflexões sobre a cidadania das pessoas travestis, transexuais (homens e mulheres trans) e não-binárias (que não se reconhecem nem como homens nem como mulheres).

Apesar de nos últimos anos assistir conquistas importantes no campo dos direitos da população trans, diariamente surgem denúncias que revelam um crescente quadro de violência e discriminação, que submetem uma parcela da nossa população a situações constantes de risco e violação de direitos.

De acordo com dados utilizados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), estima-se que no Brasil 82% das pessoas trans e travestis tenham abandonado os estudos ainda na Educação Básica. Para a grande parte dessa população, todo esse cenário é somado à situação de vulnerabilidade socioeconômica e de conflitos familiares e comunitários.

Além disso, a população trans e travesti enfrenta dificuldade de acesso e permanência na escola, o que gera altos índices de evasão escolar; de preparação e qualificação profissional para o mundo do trabalho; de inserção no mercado de trabalho; de acesso à saúde; entre outros.

 

Residentes da UERN iniciam atividades no ambulatório do Hospital da Mulher

No começo da semana, os residentes da UERN iniciaram atividades no ambulatório do Hospital da Mulher. Composto por profissionais como assistentes sociais, enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, nutricionistas, dentistas e psicólogos, o grupo faz parte dos cerca de 40 residentes da Uern que começam neste mês a atuar no hospital.

Eles irão atuar nos ambulatórios de mastologia, ultrassonografia, ginecologia, obstetrícia, LGBTI+, cardiopediatria, práticas integrativas e complementares (PICS) e follow-up (seguimento do recém-nascido prematuro ou com alterações no desenvolvimento).

Além dos discentes da Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família e Comunidade, também participarão dos ambulatórios do Hospital da Mulher alunos das residências de Medicina de Família e Comunidade e de Ginecologia e Obstetrícia.

Inaugurado em dezembro último, o Hospital da Mulher tem sua gestão acadêmica sob responsabilidade da Uern, enquanto a gestão administrativa é feita pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). A unidade contará com mais de 160 leitos focados na atenção materno-infantil, ginecológica e obstétrica de média e alta complexidade. Quando a unidade estiver em pleno funcionamento, terá como meta realizar 20 mil atendimentos anuais.

O prédio conta com 15 mil metros quadrados de área construída, dividida em quatro andares com oito elevadores. O terreno completo, que soma 36 mil metros quadrados, terá cerca de 200 vagas de estacionamento.

 

PROGRAMAÇÃO:

Segunda-feira – 30/1/2023

8h30 – Processo transexualizador no Hospital da Mulher: Roda de conversa e construção de quadro colaborativo
10h – Reunião sobre habilitação do Ambulatório TT e cirurgias
13h – Implantação do ambulatório TT
Atendimento à população trans e travesti: Consulta médica e de enfermagem e realização de testes rápidos
Páginas da vida: Trajetórias de pessoas trans e travestis

Terça-feira – 31/1/2023

9h30 – Terapia hormonal no processo transexualizador (Dr. Lucas Eduardo- Médico de Família e Comunidade e Residente em Ginecologia e Obstetrícia/UERN).
14h – Acolhimento às pessoas LGBTI+ (Pablo Carvalho e Janaine Oliveira – Enfermeira Obstetra/HMPMC).

Quarta-feira – 1º/2/2023

13h30 – Aconselhamento e abordagem social na saúde sexual e reprodutiva (Valéria Samantha- Assistente Social/HRF).
15h30 – Prevenção combinada às ISTs (Dra. Mirna Gurjão – Infectologista/HRF).

Quinta-feira – 2/2/2023

9h – Alimentação e mudanças metabólicas em pessoas trans em terapia hormonal (Ísis Góis – Nutricionista, mulher trans).
14h – Acompanhamento e intervenções não farmacológicas nas mudanças corporais do processo transexualizador (Nataliane Fernandes – Fisioterapeuta/HRTM, Matheus Madson HMPMC).

Sexta-feira – 3/2/2023

8h – Apresentação dos instrumentos e POPs do ambulatório TT e lançamento dos materiais autoinstrucionais.

 

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