Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO
O Hospital Regional Tarcísio Maia, por meio da Comissão Intra Hospitalar para Transplante de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), realizou a quarta captação de órgãos de 2023, a primeira do mês de fevereiro. Foram três órgãos doados neste último procedimento. Esta foi a segunda captação de coração do ano no município.
O primeiro transplante de coração deste ano foi realizado em 19 de janeiro passado. Nesta última etapa, foram captados, além do coração, rins e córneas. Todos eles foram para Natal. Os órgãos foram de um homem de 20 anos. A terceira captação ocorreu no último dia 25 de janeiro. Esta captação ocorreu menos de uma semana depois da primeira e da segunda (captação dupla), nas quais foram retirados 11 órgãos, de dois doadores.
Desde 2016, o Hospital Tarcísio Maia registrou mais de 40 captações de órgãos. Dependendo da compatibilidade, um doador pode beneficiar até seis receptores, mas que nem sempre se capta todos os órgãos e só é retirado um órgão quando tem receptor compatível.
O Hospital Regional Tarcísio Maia desenvolve o trabalho de doação de órgãos por meio da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, composta por uma equipe multidisciplinar, que foi reconstituída no Hospital em julho de 2016. A equipe realiza a busca ativa dos pacientes graves, com diagnóstico de AVC, TCE e outras situações que evoluam para coma.
A Comissão também acompanha e orienta a família dos potenciais doadores durante a realização do protocolo de Morte Encefálica, e após o protocolo ser fechado, realizam entrevista familiar para doação de órgãos, em ambiente adequado e de forma humanizada.
A doação de órgãos proporciona o prolongamento da expectativa de vida de pessoas que precisam de um transplante, permitindo o restabelecimento da saúde e, por consequência, a retomada das atividades normais. Devido ao número de partes do corpo que pode ser cedida, cada doador pode salvar oito vidas ou mais.
Para doadores vivos, qualquer pessoa com mais de 18 anos e boas condições de saúde é um potencial doador de órgãos. Para isso, é necessária uma avaliação clínica que verifica se há condições de saúde para suprir a ausência dessa parte do corpo.
Doadores vivos podem ceder um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão para familiares de até quarto grau. Para não parentes é necessária uma autorização judicial.
Após o óbito, só é permitido doar órgãos de pessoas que tiveram morte encefálica, como foi explicado mais acima. Após uma avaliação das causas do óbito, qualquer tipo de doação pode ser feita. Não é possível escolher quem irá recebê-los e depende da autorização de um familiar.
O QUE É MORTE ENCEFÁLICA
A Morte Encefálica significa a parada de todas as funções do cérebro, sendo, portanto, permanente e irreversível. Para que não ocorram dúvidas, o diagnóstico somente é confirmado após a realização do Protocolo de Morte Encefálica, estabelecido por meio de Resolução do Conselho Federal de Medicina, no qual é composto por 3 exames, dos quais, 2 exames clínicos feitos por médicos diferentes, em intervalos de tempo determinados de acordo com a faixa etária do paciente e 1 exame complementar, (no HRTM, é realizado um Eletroencefalograma), que confirme a inexistência total de atividade cerebral.
Após a confirmação, a equipe da CIHDOTT realiza uma entrevista familiar, para saber se os seus membros são favoráveis ou não à doação dos órgãos do seu ente querido. A autonomia da família é totalmente respeitada.
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