Por Edinaldo Moreno / Repórter do Jornal de Fato
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e disponibilizados ao JORNAL DE FATO pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) mostram que o Rio Grande do Norte registrou até o início de abril deste ano 2.442 atendimentos antirrábicos. Deste total, Mossoró acumula nos quatro primeiros meses do ano corrente 195 notificações de atendimentos por espécie agressora em pacientes residentes na segunda maior cidade potiguar.
De acordo com o levantamento, o maior número refere-se a cães. No total foram 104 atendimentos registrados. Em seguida, o número de notificações de gatos soma 80. O material obtido pelo JORNAL DE FATO aponta ainda que houve atendimento antirrábico em virtude de morcego (4), macaco (4), raposa (1), herbívoro doméstico (1). O sistema também mostra que houve 73 atendimentos como “outros”.
Em 2022, foram 11.246 agressões registradas em todo o território potiguar, das quais 94,4% foram decorrentes de cães e gatos e 2,2% relacionadas a animais silvestres, como morcegos, raposas e saguis. Em Mossoró, no ano passado foram notificados 2.074 atendimentos. Entre eles, 1.293 caninos e 683 felinos.
Quanto ao uso do soro, as agressões por cães e gatos consumiram 85% do quantitativo total utilizado, enquanto os animais silvestres, 9%. O número se refere a todo o estado.
A raiva é uma doença grave, 100% letal, caso não seja prevenida. É transmitida por mamíferos por meio da mordedura, arranhadura e até mesmo lambedura.
Ela é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.
DIAGNÓSTICO POSITIVO
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), desde o início do ano até o último dia 26 de abril, foram diagnosticados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Lacen/RN) 19 animais positivos para a raiva. Deste total, nenhum foi registrado em Mossoró.
De acordo com a Sesap, esse total registrado ocorreu em morcegos (14), bovinos (2), jumento (1), equino (1) e raposa (1). Em 2022, foi registrado um total de 64 animais positivos: 52 morcegos, 7 raposas, 1 felino, 3 equinos e 1 bovino.
Em 2022, foram registrados 4 casos positivos pra raiva no município, sendo 1 cão; 2 bovinos e 1 equino. Já em 2023 não foram registrados casos de raiva animal em Mossoró.
Mossoró atingiu cobertura vacinal acima de 90% em 2022
Em 2022, o município de Mossoró atingiu cobertura vacinal de 92,5% na campanha nacional de vacinação antirrábica. O percentual foi divulgado Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no final de outubro do ano passado.
Dos 38.118 animais domiciliares na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, 35.183 cães e gatos foram imunizados contra a doença. Deste total, foram imunizados 23.128 caninos e 12.055 felinos, totalizando 35.183 animais.
A estimativa era imunizar 80% dos mais de 38 mil caninos e felinos aptos a receber a vacina contra a doença.
RN conta com cinco unidades de referência para profilaxia da raiva humana
No Rio Grande do Norte, existem cinco unidades de referência para a profilaxia da raiva humana. O vírus da raiva tem uma potencialidade de letalidade altíssima. É considerado um dos mais letais da natureza.
Os locais são o Hospital Giselda Trigueiro e Maria Alice Fernandes, ambos em Natal, Hospital Regional Dr. Tarcísio Maia, em Mossoró, Hospital Regional Telecila Freitas Fontes, em Caicó e Hospital Regional Cleodon Carlos de Andrade, em Pau dos Ferros.
Os especialistas recomendam que em caso de ataques de cães, gatos, animais silvestres ou morcegos a pessoa deve imediatamente se dirigir a uma Unidade de Pronto Atendimento para que seja realizado o trabalho de pós-exposição ao vírus.
A vacinação em animais é a principal medida para evitar a raiva humana. Em geral, o soro antirrábico é utilizado em conjunto com a vacina quando uma pessoa é mordida ou ferida de forma grave por um animal suspeito e há maior risco de adquirir a doença, como nos casos envolvendo animais silvestres.
Nesses casos, os imunobiológicos devem ser infiltrados no local da lesão para uma maior efetividade e uso racional. Para os casos leves, apenas a observação do animal ou a aplicação da vacina é suficiente para prevenir a doença.
Notificações de atendimento antirrábico por espécie agressora de 2022 a 2023* em pacientes residentes em Mossoró
ANO DE 2023
Canina - 104
Felina - 80
Quiróptera (morcego) - 4
Primata (macaco) - 4
Raposa - 1
Herbívoro Doméstico - 1
Outra - 1
Total - 195
ANO DE 2022
Canina - 1293
Felina - 683
Quiróptera (morcego) - 12
Primata (macaco) - 11
Raposa - 1
Herbívoro Doméstico - 1
Outra - 73
Total - 2.074
Fonte: SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação)
*Acesso em: 3/5/2023 Dados sujeitos à alteração
*Até 27/4/2023
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