Servidores consideraram a proposta imoral e protestaram em frente à Prefeitura.
Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO
Os servidores da saúde de Mossoró se reuniram em assembleia nesta quarta-feira, 24, e votaram contra a proposta de reajuste dos profissionais de nível médio, feita pelo prefeito Allyson Bezerra. De acordo com o Sindicato dos Servidores da Saúde de Mossoró (SINDSSAM), mesmo após vários anos sem reajuste, a proposta feita pelo prefeito foi de apenas 6% de aumento, que seriam pagos apenas em 2024.
A reportagem do JORNAL DE FATO conversou com Talita Cavalcante, membro do SINDSSAM, sobre as negociações com o Executivo municipal. De acordo com a servidora, há algumas semanas, a categoria recebeu uma proposta do Município para o reajuste dos profissionais de níveis médio e fundamental. Essa proposta foi aprovada e o valor reajustado seria pago imediatamente no mês de maio.
“Os servidores de nível fundamental recebem hoje uma complementação no salário para se chegar ao valor do salário mínimo. A proposta do município era que ficasse como salário base o valor de um salário mínimo, sem necessidade de complementação. Já os servidores de nível médio passaram a receber o salário base de R$ 1.375”, informou Talita Cavalcante, afirmando que essa proposta só chegou a ser aceita porque o pagamento ia ser imediato.
Ela informou que, após a aprovação do reajuste desses profissionais, o prefeito Allyson Bezerra informou que tinha ocorrido um equívoco e que não faria o pagamento dos reajustes sem contemplar os servidores de nível superior. Os servidores aguardaram o envio de uma proposta por parte da gestão e se surpreenderam, de forma negativa, com o que foi apresentado.
“Ele ficou de dar uma resposta na última audiência que tivemos sobre o PCCR, no dia 19, e veio com uma proposta de um aumento de 6% para nível superior. Todos nós achamos imoral, pois estamos há muito tempo sem aumento, e o pior é que ele quer pagar esses 6% somente em 2024. Nós seguramos uma pandemia nas costas e ele nos apresentou uma proposta de 6% de reajuste”, informou.
Após a assembleia na qual a categoria votou contra a proposta, os servidores se dirigiram até a sede da Prefeitura para tentar negociar com o prefeito. Agora, além de recusar o reajuste de 6% para o nível superior, os servidores da saúde dos níveis médio e fundamental também não aceitarão a proposta que tinha sido feita anteriormente. “A categoria não quer mais esse valor que foi acordado, porque ele não vai ser pago de forma imediata. A gente tinha aceitado porque seria algo imediato, mas como não vai ser pago agora em maio, vamos lançar uma contraproposta”, afirma Talita Cavalcante.
Além do reajuste salarial, os servidores da saúde de Mossoró também reivindicam o pagamento do piso da enfermagem. De acordo com a representante do SINDSSAM, Allyson quer pagar o piso em cima da carga horária de 40h. No entanto, os servidores de Mossoró atuam com cargas horárias de 20h e 30h. “Seria uma perda salarial enorme para a categoria”, afirma.
A terceira pauta de reivindicação é a equiparação dos auxiliares com os técnicos de enfermagem, para que eles também possam receber o piso salarial. “O auxiliar de enfermagem do município sempre fez o trabalho de técnicos e receberam como técnicos. Então, não é justo que agora elas tenham uma diferença salarial de R$ 1 mil”, conclui a representante sindical.
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