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Postado às 05h30 | 04 Jun 2023 | redação Febre aftosa: Campanha é prorrogada até o fim de junho em Mossoró e no RN

Crédito da foto: Reprodução Em Mossoró, o número de bovinos vacinados se aproximou de 5 mil

Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO

O Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária (Idiarn) prorrogou até o fim do mês de junho a campanha de vacinação contra a febre aftosa em todo o Rio Grande do Norte. A primeira etapa de imunização de bovinos teve início em 2 de maio e encerraria no dia 31 do mesmo mês. Os bovinos são os hospedeiros mais susceptíveis pela infeção via respiratória, sendo importantes na manutenção do ciclo epidemiológico da doença na América do Sul.

A campanha de vacinação segue o calendário oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e é realizada, na maior parte dos estados, nos meses de maio e novembro. A vacinação sistemática é obrigatória, exceto em Santa Catarina, e é autorizada somente para bovinos e búfalos.

Nesta etapa, todos os animais precisam ser vacinados, e após a vacinação, precisam ser declarados. A declaração pode ser realizada em qualquer um dos escritórios do Idiarn, Emater ou Secretaria de Agricultura do seu município.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há quase 10 anos o estado não registra um caso da doença e, para que o território potiguar continue sendo uma referência nacional, o agricultor deve procurar um dos revendedores autorizados e adquirir a vacina para o seu rebanho.

O Idiarn ainda ressalta que após imunizar os animais, os produtores precisam declarar os rebanhos e têm até 15 de junho para comprovar o ato nos escritórios do Idiarn, da Emater ou Secretarias Municipais de Agricultura.

A Febre Aftosa é uma doença infecciosa aguda, causada por vírus (família Picornaviridae, gênero Aphthovirus). É uma das doenças infecciosas mais contagiosas dos animais, podendo acometer rapidamente criações inteiras, e acomete as espécies biunguladas (casco fendido) como bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos.

O vírus está presente em grande quantidade no fluido das vesículas e também na saliva, no leite e nas fezes dos animais afetados. Os animais adquirem o vírus por contato direto com outros animais infectados, ou contato com alimentos e objetos contaminados.

A doença é transmitida mecanicamente pela movimentação de animais, pessoas, veículos e outros que tenham sido contaminados pelo vírus. Caminhões, carretas, recintos de leilões, feiras e currais de embarque nos quais tenham circulado animais infectados são perigosas fontes de contaminação, caso não sejam devidamente desinfetados. Os calçados, roupas e mãos das pessoas que lidaram com animais doentes também podem transmitir o vírus.

Em bovinos, os principais sinais são: vesículas ou suas formas de evolução (íntegras ou rompidas, bolhas, úlceras, cicatrizes) nas mucosas oral (gengivas, pulvino dental, palato, língua) e nasal, focinho, banda coronária, espaço interdigital e glândula mamária. Febre alta, anorexia, enfraquecimento, sialorreia, descarga nasal, claudicação e prostração. Diminuição na produção de leite, malformações de casco, claudicação crônica, mastite, perda de peso. Em animais jovens pode causar mortalidade devido à miocardite. A maioria dos adultos se recupera em 2 a 3 semanas, porém as infecções secundárias podem retardar a recuperação.

O vírus da febre aftosa pertence à família Picornaviridae, gênero Aphtovirus. Atualmente, existem seis sorotipos diferentes que são endêmicos em algumas partes do mundo: A, O, SAT1, SAT2, SAT3 e Asia1. No Brasil, somente foram detectados os sorotipos O, A e C. O vírus C não é detectado no mundo desde 2004.

Ele pode sobreviver por 24 a 48 horas no trato respiratório humano, podendo ser disseminado se não forem tomadas medidas preventivas. É sensível ao pH, sendo inativado em faixas inferiores a 6 ou superiores a 9. Temperaturas acima de 60°C também inativam o vírus. O período de incubação é de 2 a 14 dias.

RETRANCA

Mossoró vacina cerca de 5 mil bovinos

A Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seadru) encerrou na última quinta-feira (1º) o calendário de vacinação contra a febre aftosa. Levantamento da pasta municipal apontou que o número de animais vacinados nesta primeira etapa superou a estimativa para este ano.

De acordo com os dados divulgados pela Seadru, o número de bovinos imunizados na campanha chegou a 4.966 animais. A estimativa da Secretaria era imunizar no período 4.500 durante a campanha.

“A campanha de vacinação contra a febre aftosa executada pela Prefeitura, através da Secretaria de Agricultura, realizou a vacinação em mais de 4.900 animais de mais de 100 comunidades, beneficiando mais de 450 pequenos criadores de bovinos no município”, disse o titular da Seadru.

Faviano Moreira lembra aos produtores rurais inseridos no programa, que ainda não vacinaram seu rebanho, que procurem a Secretaria de Agricultura para que sejam orientados a proceder após o término da campanha de imunização.

“Aqueles produtores que ainda não vacinaram seu rebanho e que se encaixam nos critérios de atendimento do programa, ou seja, tem menos de 25 cabeças e ser considerado familiar e estar com cadastro em dia junto ao Idiarn, podem procurar a Secretaria de Agricultura durante todo o mês de junho para que a gente possa fazer o planejamento e as devidas orientações”, finalizou.

 

Principal efeito da febre aftosa é comercial

A febre aftosa afeta enormemente o comércio interno e externo de animais e seus produtos. Devido ao alto poder de difusão do vírus e aos impactos econômicos provocados pela doença, os países estabelecem fortes barreiras à entrada de animais susceptíveis e seus produtos oriundos de regiões com ocorrência da febre aftosa.

Tais barreiras têm efeitos negativos sobre a pecuária e toda a economia do país, com graves consequências sociais. A ocorrência da doença, além disso, tem também efeitos diretos sobre o bem-estar animal, na produção e produtividade dos rebanhos e é uma ameaça à segurança alimentar de pequenos produtores.

A vacinação dos bovinos e búfalos, seguindo o calendário oficial de cada estado ou região, tem papel fundamental na erradicação e prevenção da doença. No Brasil, a vacinação contra febre aftosa é praticada em todos os estados e no Distrito Federal, com exceção de Santa Catarina, considerado, desde 2007, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como livre de febre aftosa sem vacinação.

Toda suspeita de doença vesicular, como é o caso da febre aftosa, é de notificação imediata e obrigatória. A febre aftosa foi detectada na Itália em 1514. No Brasil, o primeiro registro ocorreu em 1895, no Triângulo Mineiro. Como prevenção, o Ministério da Agricultura promove ações desde 1934, quando foi publicado o regulamento do Serviço de Defesa Sanitária Animal.

No entanto, as instruções específicas para o seu controle, que incluía a vacinação, foram definidas em 1950 e as campanhas organizadas tiveram início em 1965. O último foco no Brasil foi detectado em 2006, no Paraná e Mato Grosso do Sul.

 

Conheça os principais sintomas para identificar a febre aftosa:

1? Úlceras na boca, língua e mucosas;
2? Febre alta;
3? Salivação excessiva;
4? Manqueira;
5? Feridas nas patas

Fonte: Idiarn

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