Anualmente, 420 mil de pessoas morrem em decorrência do consumo de alimentos contaminados, sendo crianças menores de 5 anos as mais afetadas. Esse foi um dos alertas emitidos na audiência pública sobre o consumo de alimentos seguros, hoje (16), na Câmara Municipal de Mossoró.
Além das mortes, uma em cada 10 pessoas adoece, após o consumo de alimentos contaminados. Os dados, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, foram apresentados por Allany Medeiros, médica veterinária do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Mossoró.
Segundo ela, a maioria das doenças é causada por bactérias, principalmente, com sintomas gastrointestinais. Daí, a importância do respeito a padrões alimentares para o consumo de alimentos seguros, a fim de reduzir o risco de doenças transmitidas por alimentos, preservar a saúde pública e salvar vidas.
"Queremos chamar a atenção das pessoas para a segurança dos alimentos, que é uma preocupação mundial. Precisamos de segurança do campo à mesa, isto é, da produção ao consumo. Para isso, o papel educativo e de orientação do SIM é o ponto chave", Allany Medeiros, ao ressaltar a importância da conscientização.
Vinculado à Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seadru), o Serviço de Inspeção Municipal inspeciona e fiscaliza a produção industrial e sanitária dos produtos de origem animal e vegetais minimamente processados em todo o município de Mossoró. Uma dica é buscar o selo de verificação nos produtos.
Acompanhamento
Proposta pelo vereador Markcuty da Maisa (Solidariedade), que a presidiu, a audiência pública marca em Mossoró o Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, celebrado em 7 de junho. "A Câmara Municipal e o nosso mandato oferecem apoio incondicional a esse tema, e a prova é a audiência", frisa. O vereador Paulo Igo (Solidariedade) também participou.
Presente à reunião, o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Faviano Moreira, disse que a pasta trabalha com todos os elos dos alimentos, passando pelo preparo, beneficiamento, até a comercialização. "Importante o debate sobre Serviço de Inspeção Municipal. Parabéns a Câmara por abraçar a causa", reconheceu.
Também participaram da audiência pública - e fizeram uso da palavra - a médica veterinária Fabiana Lo Tierzo, do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (Idiarn); Advogado Max Delys, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mossoró); Eduardo Rachiel, auditor do Ministério da Agricultura e Pecuária; Ana Karina Dantas, nutricionista da Vigilância Sanitária de Mossoró; representantes de universidades, de produtores, entre outros.
Chafarizes
Ana Karina abordou os riscos à saúde pública da multiplicação de chafarizes, e o consumo da água por eles vendida. Disse ser um dos "calos" da Vigilância Sanitária, que, segundo ela, está acompanhando a situação.
"É algo novo, recente, estamos começando a regularizar, são muitos chafarizes. Estamos em contato com o Ministério Público em busca de um termo de ajustamento, há problemas e somos conscientes do risco. Mas já há chafarizes em Mossoró com alvarás sanitários, e estamos trabalhando para que outros se regularizem", afirmou.
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