Terça-Feira, 26 de novembro de 2024

Postado às 09h00 | 28 Jun 2023 | redação Prefeitura de Mossoró deixou de repassar mais de R$ 173 mil à causa animal

Crédito da foto: Reprodução Voluntários da causa animal em Mossoró

Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO

As instituições sem fins lucrativos são aquelas que não visam lucro financeiro e realizam um trabalho em áreas onde o poder público não consegue chegar. Normalmente, essas instituições são mantidas por meio de doações de pessoas físicas e de empresas privadas, que apoiam o trabalho que é realizado por elas.

É por meio de doações como essas que as instituições conseguem arcar com as despesas, como aluguel, alimentação, medicamentos, material de limpeza, higiene pessoal, ração (no caso de instituições voltadas à causa animal), entre outras. O serviço prestado pelas instituições sem fins lucrativos beneficiam diretamente a população e o poder público.

No entanto, o que muitas instituições de Mossoró alegam é que as gestões, infelizmente, desvalorizam o trabalho que é prestado por elas. Prova disso é que instituições que atuam em defesa dos animais estão relatando dificuldades em marcar uma reunião e receber informações da Prefeitura de Mossoró sobre recursos e emendas que foram destinadas para elas, por meio dos vereadores.

A reportagem do JORNAL DE FATO recebeu a informação de que representantes do Abrigo Mossoró, o Instituto Ampara e o Instituto Renata Praxedes enviaram ofícios ao Executivo pedindo informações sobre o repasse das emendas impositivas. O primeiro ofício foi protocolado no dia 19 de abril de 2023, não havendo retorno; as Instituições se reuniram e fizeram um novo documento, entregue no dia 21 de junho de 2023.

“As ONGs que defendem e atuam de forma voluntária na causa animal cobram informações sobre o pagamento das emendas impositivas, destinadas pelos vereadores no orçamento municipal de 2022 e 2023, não pagas até o momento, e pedem uma reunião para tratar de outras medidas de amparo à proteção animal na cidade”, informa a nota enviada pelas instituições.

De acordo com as informações repassadas para a reportagem, somente estas três instituições deixaram de receber mais de R$ 173 mil das emendas impositivas, que foram garantidas pelos vereadores e deveriam ter sido pagas em 2022. São R$ 58 mil para o Abrigo Mossoró, mais de R$ 55 mil para o Instituto Renata Praxedes e cerca de R$ 60 mil para o Instituto Ampara.

 

Representantes de entidades falam sobre a importância da liberação das emendas

A reportagem conversou com Renata Praxedes, responsável pelo Instituto que leva o nome dela. Renata informou que os mais de R$ 55 mil, referentes às emendas do ano de 2021, deveriam ser pagas até dezembro de 2022. O valor referente a 2022 deve ser pago pela Prefeitura até 31 de dezembro deste ano, mas Renata Praxedes afirma que a projeção é que a Prefeitura não pague.

A responsável pelo Instituto Renata Praxedes afirma que o pagamento das emendas impositivas são fundamentais para a manutenção e continuidade do trabalho. “Estamos precisando comprar ração, material de limpeza, os sanitários da instituição não prestam. Todo o plano de trabalho da emenda foi enviado com coisas que são essenciais para os animais”, informou.

Questionada sobre os principais desafios que a instituição enfrenta, ela falou que além da falta de recursos, o abandono de animais e a falta de conscientização da população, ela sente que falta a atenção do poder público. “A falta de recurso, o abandono de animais e a falta de conscientização da população são alguns dos desafios que nós enfrentamos diariamente, que poderia pelo menos ser um pouco mudada se a prefeitura respeitasse as ONGs e o nosso trabalho”, comenta.

Além do Instituto Renata Praxedes, a reportagem conversou com a equipe voluntária que atua na comunicação do Instituto Ampara. O valor total que foi destinado por emendas ao Ampara seriam fundamentais para a manutenção das atividades da instituição.

“O repasse ajudaria a pagar as dívidas que o Instituto tem nas clínicas e hospitais veterinários, assim como garantir alimentação e tratamento médico veterinário dos animais. No abrigo temos animais que farão tratamento pelo resto da vida, como os que têm leishmaniose. Além de algumas obras necessárias no abrigo”, informou a comunicação do Instituto Ampara.

As instituições informaram que, após as cobranças do castramóvel ganharem repercussão, a Prefeitura criou junto à Secretaria de Saúde o GTI Saúde Animal, um grupo formado por representantes do Executivo e das ONGs. No ofício, os Institutos relatam que as demandas da causa animal não estão sendo recebidas, analisadas e/ou atendidas pela representação do executivo neste grupo e pede uma data para reunião com o prefeito Allyson Bezerra.

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