Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO
Os trabalhadores terceirizados da empresa JMT, que presta serviço nos hospitais do Estado, informaram que estão paralisando as atividades por tempo indeterminado, devido à falta de pagamento do salário do mês de junho, que deveria ter sido pago no 5º dia útil, e ao descumprimento, por parte da empresa, do acordo firmado com a Justiça do Trabalho para o pagamento das férias vencidas desde 2019.
Com a falta de pagamento, ficam suspensos os serviços de higienização, manutenção, nutrição, lavanderia e maqueiros nos principais hospitais estaduais, em Mossoró. Adjakson Carvalho, delegado sindical do Sindicato do Trabalhadores da Saúde em Hospitais, Clínicas e Laboratórios Privados de Mossoró (SINTRAHPAM), informou à reportagem do JORNAL DE FATO que a situação está ficando insustentável, já que os atrasos estão ocorrendo todos os meses.
“Esses atrasos são constantes e não existe previsão de pagamento. Todos os meses, os funcionários da JMT estão passando por essa situação. O pagamento é para ser feito no 5º dia útil, mas a empresa nunca paga dentro da data. Infelizmente, precisamos ameaçar e às vezes chegar a suspender os serviços para que os trabalhadores possam receber seus salários”, informou Adjakson Carvalho.
O delegado sindical informou que desde a última quarta-feira, 12, o sindicato cobra da empresa e da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) uma previsão para o pagamento dos salários. No entanto, ainda não há previsão para que esse pagamento seja efetuado. “A suspensão dos serviços nos hospitais é uma forma que encontramos para pressionar a JMT e a Sesap a cumprir suas obrigações com os funcionários”, afirmou.
No mês passado, o SINTRAHPAM participou numa audiência com a Justiça do Trabalho, para tratar sobre as férias vencidas desde 2019. Na ocasião, ficou estabelecido o prazo de 20 dias para que a empresa disponibilizasse todos os cálculos em relação ao valor que cada funcionário deverá receber. Adjakson Carvalho informou que o prazo terminou no dia 12 de julho e a empresa não apresentou esse cálculo.
Durante a reunião, o representante do sindicato informou que espera que sejam resolvidos os problemas dos trabalhadores, e que, independente da forma como eles serão resolvidos, o que importa é dar uma resposta aos trabalhadores. “Os trabalhadores não aguentam mais esse atraso e que, na visão deles, essa situação já chegou ao limite”, disse o sindicato durante a audiência.
Em Mossoró, os hospitais que são prejudicados com a falta dos serviços prestados pela empresa são o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), maior hospital de urgência e emergência da região Oeste do Estado, que atende milhares de pacientes de mais de 80 municípios do RN e do Ceará; o Hospital Rafael Fernandes, referência no atendimento de pacientes com doenças infectocontagiosas; e o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia. Segundo o sindicato, cerca de 140 funcionários que atuam em Mossoró estão passando pela situação de atrasos salariais.
Em relação à paralisação, marcada para iniciar hoje e anunciada desde o dia 12 de julho à empresa e à Sesap, o delegado sindical Adjakson Carvalho informou que será cumprida a exigência dos 30% dos funcionários trabalhando. “O sindicato vai cumprir a determinação de 30% do funcionamento, mas todos os setores que a JMT atua (maqueiro, manutenção, cozinha, nutrição, higienização, lavanderia) vão ter o número de funcionários reduzidos”, afirma.
O delegado sindical falou também sobre a falta de resposta por parte da empresa e da Sesap. "Situação gravíssima o que os funcionários da JMT estão passando por atraso de pagamento. Lamentável a SESAP e a JMT não terem nenhuma perspectiva que isso possa ser resolvido”, finalizou.
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