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Postado às 08h30 | 11 Ago 2023 | redação Mossoró é a terceira cidade do RN com maior número de pessoas em situação de rua

Mossoró é a única cidade fora da região metropolitana de Natal que está entre as cinco com maior número de pessoas em situação de rua, atrás de Natal e Parnamirim. Dados do Centro da População em Situação de Rua foi apresentado ao Governo do Estado

Crédito da foto: Toinho Alves Morador de rua deitado em banco da Praça da Catedral de Santa Luzia em Mossoró

Por Jornal de Fato

Mossoró é a única cidade fora da região metropolitana de Natal que está entre as cinco com maior número de pessoas em situação de rua no Rio Grande do Norte. Com 70 moradores de rua, Mossoró é a terceira nesse quesito, atrás de Natal, com 1.491 pessoas e Parnamirim, que tem 103 pessoas morando nas ruas.

Os dados são do Censo da População em Situação de Rua do Rio Grande do Norte, realizado em parceria do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Habitação e Assistência Social (SETHAS), com a Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPERN) e o Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy (IFESP). A coleta de dados foi encerrada em maio deste ano.

Parte das vivências das pessoas em situação de rua, suas carências, necessidades e motivos que as levou para as vias públicas de 49 municípios potiguares está condensada no relatório apresentado à governadora Fátima Bezerra. O Censo é um marco histórico que traça o cenário do universo da população em situação de rua, para que o Estado possa adotar as políticas públicas necessárias e adequadas para promover cidadania às pessoas em situação de rua.

No caso de Mossoró, o trabalho identificou onde e como vivem as pessoas de rua. A maior parte está concentrada no centro da cidade, distribuídas em praças como a Vigário Antônio Joaquim, conhecida como “Praça da Catedral”, e na Praça do Museu Histórico Lauro da Escóssia.

O Censo, porém, contraria números recentes de Mossoró. Por exemplo, em 2021, a Prefeitura identificou mais de 200 pessoas em situação de rua, bem acima dos 70 identificados agora. Certamente, essa distorção será peça de discussão entre as autoridades públicas.

Essas pessoas em situação de vulnerabilidade contam com assistência tímida do município, que é carente de ações capazes de fazer o enfrentamento ao problema social. Grande parte das ajudas vem da própria sociedade e entidades que prestam algum tipo de assistência.

O trabalho identificou 2.202 pessoas em situação de rua em 49 cidades do Rio Grande do Norte. Os resultados mostram que essa população é, em sua maioria, masculina, negra, em faixas etárias economicamente ativas e concentrada na capital do Estado.

Pandemia

O censo também buscou identificar os impactos da pandemia da Covid-19 na vida das pessoas que vivem em situação de rua. Os dados revelam uma quantidade maior de pessoas que se depararam com essa situação após o início da pandemia, em 2020, por motivos envolvendo a perda de trabalho e de moradia.

Isso significa que o contexto sanitário estadual desencadeou diferentes trajetórias entre pessoas em situação de rua no RN.

 

O que o Censo da Pop Rua do RN identificou?

- Que o RN tinha, à época da pesquisa, 2.202 pessoas em situação de rua (entre novembro de 2021 e maio de 2022);

- 49 municípios foram identificados com pessoas em situação de rua;

 

Municípios com maior número de pessoas em situação de rua:

- 1.491 se encontram em Natal;

- 103 em Parnamirim;

- 70 em Mossoró;

- 68 em Extremoz;

- 48 em São José de Mipibu.

 

Idade da maioria das pessoas em situação de rua no RN:

- 25,8% (564 pessoas) têm entre 36-45 anos;

- 22,6% (496) têm entre 26-35;

- 21% (460) têm entre 46-59 anos;

- 10,4% (228) têm entre 18-25 anos;

 

Sexo

- 74,9% são do sexo masculino;

- 25,1% são do sexo feminino.

 

Cor/ raça/etnia

- 53,8% são se identificam como pessoas pardas;

- 22,5% como pessoas pretas;

- 22,4% como pessoas brancas;

- 0,5% como pessoas amarelas;

- 0,7% como pessoas indígenas

 

Motivos que levaram à Situação de Rua:

- Perda do trabalho, 30%;

- Perda de moradia, 16%;

- Perda de renda, 16%;

- Perda de familiares, 10%.

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