Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO
Nessa quinta-feira, 14, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), por meio do Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB-UERN) e a Fundação para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio Grande do Norte (Funcitern), realizaram a soltura do peixe-boi-marinho Zé Grande.
Desde o mês de maio, o projeto já devolveu três animais ao seu habitat natural. Essa soltura ocorre após serem feitos todos os procedimentos necessários para garantir que o animal consiga sobreviver após voltar à natureza. A partir de agora, o animal continuará sendo monitorado pelas equipes do Projeto Cetáceos.
“É um momento muito importante, porque, por meio do Projeto Cetáceos, executando o convênio entre a Petrobras, a Uern e a Funcitern, conseguimos soltar o terceiro animal em um tempo muito rápido, na natureza, ampliando as ações de pesquisa e conservação do peixe boi-marinho no Brasil. Então, estamos muito felizes nesse momento, por ter conseguido realizar a soltura, com sucesso, de Zé. Agora é continuar monitorando, pelos próximos dois anos, a presença do animal aqui na região”, disse o professor Flávio Lima, coordenador do PCCB-Uern.
Antes da soltura, houve a apresentação de um cordel do peixe-boi e do grupo Manguesarte. O evento teve ainda as premiações do concurso de redação e pintura em aquarela da E. M. Alferes Cassiano e dos amigos do peixe-boi.
O peixe-boi-marinho é um dos mamíferos aquáticos com maior risco de ameaça de extinção no Brasil. No passado, foi vítima da caça, e hoje sofre com diversas ameaças, como a perda de habitat pela destruição de áreas protegidas, ingestão de lixo e colisão com embarcação. Esses fatores podem ocasionar a separação da mãe e filhote de peixe-boi, resultando no encalhe de animais recém-nascidos.
O resgate, reabilitação, estabilização, soltura e monitoramento de peixes-boi marinhos são ações desenvolvidas no âmbito Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP), como condicionante do licenciamento ambiental federal exigida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para a realização de atividades de exploração, produção e escoamento de petróleo e gás executadas pela Petrobras na região.
Em sete meses, 3 peixes-bois-marinhos foram devolvidos à natureza
Há 25 anos, o projeto Cetáceos da Costa Branca realiza o trabalho de monitoramento, proteção e educação ambiental por meio do Projeto de Monitoramento de Praias do Litoral dos estados do Rio Grande no Norte e Ceará (PMP-BP), estruturado pela Petrobras.
Em maio, a primeira soltura do litoral do Rio Grande do Norte, do peixe-boi Gabriel, ocorreu também via Projeto Cetáceos. Gabriel chegou ao Projeto Cetáceos com três dias de vidas, após ser encontrado por um morador em uma praia de Icapuí (CE). Ele foi atendido pela equipe da ONG Aquasis, do Ceará, que é parceira da Uern. Após os primeiros cuidados, ele foi para o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos da Uern, em Areia Branca, onde passou quatro anos.
No ano passado, ele foi transferido para o Recinto de Aclimatação da Ponta do Tubarão, em Diego Lopes, Macau. A soltura de Gabriel envolveu cerca de 30 profissionais de diferentes áreas. O momento contou com a participação de representantes da Uern, equipe do Projeto Cetáceos, da Funcitern, da Petrobras, do Ibama, do Idema e moradores da região.
A segunda soltura ocorreu no fim do mês de julho, quando o peixe-boi-marinho chamado de Rosa foi devolvido ao seu habitat. O peixe-boi-marinho de nome Rosa encalhou no dia 21 de outubro de 2017, na Praia do Rosado, no município de Porto do Mangue/RN, com poucos dias de vida. Durante o processo de reabilitação, recebeu acompanhamento médico veterinário, sendo submetida a manejos e exames complementares de rotina, a fim de assegurar o estado geral de saúde.
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