Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO
Dados preliminares, referentes ao período de janeiro a outubro, apontam que o Rio Grande do Norte registrou aumento na cobertura de sete vacinas recomendadas no calendário nacional. O resultado divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) aponta uma reversão da tendência de baixa cobertura dos anos anteriores.
De acordo com os números divulgados pelo Ministério da Saúde, a cobertura vacinal cresceu para os imunizantes de rotavírus humano, meningococo C, pentavalente, pneumocócica, poliomielite, hepatite A e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). O anúncio aconteceu na última terça-feira (19).
A pasta estadual atesta que houve uma reversão na tendência recente de baixa cobertura de imunização nessa lista. Das sete apontadas, apenas uma tinha alcançado o patamar de 80% em 2022. Já este ano, sem contar ainda os dois meses finais de 2023, todas as vacinas estão com cobertura acima dos 80%, tendo tríplice viral chegado aos 90% - sendo esta a primeira vez desde 2019.
Seguindo a orientação do Ministério da Saúde, que em fevereiro lançou o Movimento Nacional pela Vacinação, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) coordenou um extenso trabalho de cooperação com os municípios em busca de traçar estratégias para alcançar a população.
“O resultado positivo aponta o sucesso das estratégias conduzidas ao longo do ano no RN para a recuperação dos níveis de imunização entre a população”, comemorou a Secretaria Estadual de Saúde. Entre os destaques, as campanhas de multivacinação, o programa de microplanejamento de vacinação e os diversos “Dia D” realizados em todo o estado.
“Esses números nos alegram muito, por ver que o esforço ao longo do ano valeu a pena. Foi uma parceria forte entre Sesap, ministério, que retomou os investimentos, e municípios para reverter o quadro difícil que se apresentava há muito tempo. Agora é seguir e aprofundar os esforços para retomar as altas cobertura para todos os imunizantes”, pontuou Diana Rego, coordenadora de vigilância em saúde da Sesap.
BRASIL
O Ministério da Saúde anunciou que as oito vacinas recomendadas do calendário infantil apresentaram aumento nas coberturas vacinais, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde para janeiro a outubro de 2023, quando comparado com todo o ano de 2022.
Segundo a pasta federal, para as crianças com um ano de idade, os imunizantes contra hepatite A, poliomielite, pneumocócica, meningocócica, DTP (difteria, tétano e coqueluche) e tríplice viral 1ª dose e 2ª dose (sarampo, caxumba e rubéola) registraram crescimento. Também houve aumento na cobertura da vacina contra a febre amarela, indicada aos nove meses de idade. A alta foi registrada em todo o país.
O resultado representa uma reversão da queda dos índices vacinais que o Brasil enfrenta desde 2016, mesmo sem a consolidação dos dados para todo o ano de 2023.
“Quero dizer que o movimento pela vacinação venceu. Todos alcançamos juntos o objetivo de reverter a trajetória de queda das coberturas vacinais. A sociedade atendeu ao chamado e se incluiu nesse movimento”, destacou a ministra Nísia Trindade. “Hoje pudemos apresentar aqui um balanço do quanto avançamos. E gostaria de lembrar o que já disse a OMS: a vacina, junto com a água tratada, é o que garantiu a redução da mortalidade infantil e o aumento da expectativa em todo o mundo”, disse.
RETRANCA
Novo painel de vacinação dará mais transparência e agilidade aos dados
Até 2022, as vacinas de rotina tinham os registros de doses aplicadas inseridos em diversos sistemas de informação próprios dos estados, municípios e do Distrito Federal. Eles eram compilados pelo Ministério da Saúde e apresentados por um painel na plataforma Tabnet, o chamado Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI web ou “Legado”).
De acordo com o Ministério da Saúde, a partir deste, todos os dados vacinais serão redirecionados para a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), com as doses aplicadas atreladas a um número de Cadastro de Pessoa Física (CPF). A reestruturação é uma reivindicação antiga do setor e migra os dados para um sistema mais abrangente, flexível e oportuno.
“Essa mudança, promovida pela atual gestão do ministério, permitiu que a caderneta digital de vacinação se tornasse uma realidade”, informou a pasta federal. A partir da completa migração entre os sistemas, a Saúde explica que cada cidadão poderá consultar a própria situação vacinal on-line, por meio do ConecteSUS, como já acontece com as doses de vacinas da Covid-19. Entretanto, neste momento, há uma retenção de dados causada pelo processo de transição, iniciado em junho.
PERCENTUAL DOS IMUNIZANTES EM 2023 E 2022
2023 (até outubro)
Rotavírus - 84,03%
Meningococo C - 80,39%
Pentavalente - 80,24%
Pneumocócica - 86,49%
Poliomielite - 81,31%
Hepatite A - 81,23%
Tríplice viral - 90,03%
2022
Rotavírus - 74,05%
Meningococo C - 76,3%
Pentavalente - 74,45%
Pneumocócica - 80,48%
Poliomielite - 73,57%
Hepatite A - 70,55%
Tríplice viral - 78,98%
Fonte: Sesap
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