Estudo foi desenvolvido em fazendas de carcinicultura do Rio Grande do Norte e Ceará
O grupo de pesquisa do Laboratório de Limnologia e Qualidade de Água do Semiárido (LIMNOAQUA), coordenado pelo professor doutor Gustavo Henrique Gonzaga da Silva, publicou dois artigos científicos na “Aquaculture” (FI=4,5), que é considerada uma das revistas científicas internacionais mais conceituados na área de aquicultura.
Os artigos foram provenientes de projetos de teses e dissertações desenvolvidos nos Programas de Pós-Graduação em Ciência Animal e de Ecologia e Conservação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).
O estudo que gerou o artigo intitulado “Greenhouse gas emission flux (CO2, CH4, N2O) from marine shrimp (Litopenaeus vannamei) monoculture cultures in the Brazilian”, foi desenvolvido em fazendas de carcinicultura do Rio Grande do Norte e Ceará e revelou que o aumento da densidade de estocagem influenciou positivamente nas emissões ebulitivas de CO2 e que a aeração desempenhou um papel significativo no controle as emissões difusivas e ebulitivas de CH4 e N2O.
Já o artigo intitulado “Interactions between cage fish farms and fishing in Brazilian semiarid reservoirs: An ecosystemic approach”, revelou, por meio de modelos matemáticos, que as atividades de aquicultura em tanques-rede em reservatórios do semiárido pode trazer benefícios a teia trófica local que sustenta a pesca, aumentando a disponibilidade de alimento para espécies predadoras.
Muito se discute que a criação de peixes em tanques-rede em reservatórios pode ser conflitante com outras atividades como pesca e abastecimento, principalmente porque a concentração de muitos peixes em pouco espaço, produz uma grande quantidade de fezes, além da ração não aproveitada por eles. Isto pode aumentar a decomposição, reduzir o oxigênio, e causar a eutrofização, um crescimento elevado de algas e plantas aquáticas em geral, que deteriora a qualidade da água, podendo prejudicar as outras atividades do reservatório.
Entretanto, seja avaliando o impacto da criação observada durante o período da pesquisa, ou simulando o aumento destes tanques com o uso do modelo matemático, os resultados sugerem que, nestes reservatórios com baixa produção natural de algas, os tanques-rede não afetam negativamente as outras espécies e nem prejudicam a pescaria em pequena escala. De qualquer maneira, a pesquisa enfatiza que qualquer aumento no número de tanques deve ser monitorado para evitar prejuízos aos outros usos do reservatório, tais como abastecimento, irrigação, lazer e pesca.
Fonte: Ufersa
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