Vitória Araújo – Especial para o De Fato
Desde 1870, o "Chorinho" é um dos grandes símbolos da cultura brasileira. Um estilo musical que consegue interpretar diversos gêneros musicais, e envolve o espectador em uma explosão de ritmo e musicalidade. E foi pensando na divulgação e popularização desse gênero, que o grupo Choro Didático, da Escola de Música da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), está realizando o "Festival Viva o Choro".
A programação teve início no dia 23 de abril e segue até o dia 29 de maio, com apresentações musicais, oficinas, práticas de conjunto e rodas de choro. As próximas apresentações gratuitas serão no dia 28 de maio, com o Recital de Choro, às 19h, na Estação das Artes Elizeu Ventania, e no dia 29 de maio, o encerramento do Festival com uma Roda de Choro, a partir das 19h, na Cervejaria Bacurim.
"Além da divulgação do gênero, o Festival é também um momento de confraternização, onde as pessoas trazem as famílias e participam das rodas de Choro. As famílias vêm assistir, os músicos vêm tocar nas rodas de Choro... Então, esse é um momento muito bacana de interação. É muito importante para a valorização da cultura", relata Hallyson Dantas, professor de música e um dos coordenadores do Festival.
Para os organizadores, a expectativa é que mais de mil pessoas participem das atividades ao longo do Festival. De fato, a musicalidade do Choro tem atraído a cada apresentação um grande público, de todas as idades. Uma delas é a senhora Dorinha Gomes, de 71 anos, que nas últimas apresentações do grupo no Memorial da Resistência, aproveitou o momento de confraternização com muita animação e dança.
"É muito bom poder aproveitar as músicas ‘do meu tempo’, e dançar, se confraternizar e se divertir ao som dessa música de muita qualidade. Gostei muito da ideia do Festival Viva o Choro, é um ritmo muito contagiante, que agrada a todos. Estou gostando muito. A gente tem que aproveitar a vida com alegria e boa música", frisou Dorinha.
O Festival Viva o Choro é realizado por meio de uma parceria entre a Escola de Música da Uern e o Serviço Social do Comércio de Mossoró (Sesc).
“No ano passado, foi realizada a Semana Viva o Choro, com a finalidade de trazer uma primeira experiência do movimento musical para a população. E o sucesso e aceitação do público foi tanta que, nesse ano, pensamos, em parceria com o Sesc-Mossoró, em realizar um festival envolvendo diversos dias e locais.
O Festival Viva o Choro conta também dos músicos e professores Alexandre Ribeiro, Fernando Deddos, Alessandro Penezzi e Roberta Valente, que são referências nacionais e internacionais no Choro para ministrar as oficinas que serão realizadas nos dias 28 e 29 de maio. O evento é totalmente gratuito e aberto para toda a população que tenha interesse em prestigiar um dos símbolos da cultura brasileira.
Confira mais informações sobre o Festival Viva o Choro por meio do perfil do Instagram @choro.didatico.
História do Choro
O choro, historicamente, começa a nascer no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, no início do século XIX, com a chegada da família real portuguesa. A reforma urbana causada pela vinda da família real trouxe instrumentos e as músicas estrangeiras e, juntamente com a abolição da escravidão no Brasil em 1850, serviram como uma "receita" para o surgimento do Choro.
O estilo musical é o resultado da exposição do músico brasileiro aos estilos musicais e ritmos vindos da Europa e África.
O termo "choro" apareceu pela primeira vez na década de 1870, quando o flautista Joaquim Callado Jr., considerado como "pai do choro", criou um conjunto de músicos chamado "Choro Carioca". O choro pode derivar da maneira chorosa de se tocar as músicas estrangeiras no fim do século XIX e os que apreciavam passaram a chamar de "Música de fazer chorar".
AGENDA FESTIVAL VIVA O CHORO
27/5 – Recital choro | Estação das Artes – 19h
28/5 – Oficinas – Campus Mossoró – Bloco de Música – manhã e tarde
28/5 – Recital Choro – Músicos nacionais – Estação das Artes – 19h
29/5 – Oficinas – Campus Central – Bloco de música – Manhã e tarde
29/5 – Roda de choro de encerramento Festival | Cervejaria Bacurim – 19h
Tags: