Jornal de Fato
A partir desta segunda-feira, 10, professores e professoras da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) cruzam os braços em adesão à greve nacional das instituições federais de ensino. A paralisação afetará os campi de Mossoró, Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros.
A decisão foi tomada em assembleia geral, com 195 votos favoráveis à paralisação, 94 contrários e sete abstenções. A nível nacional, a greve foi iniciada no dia 15 e abril. Já se somam 63 instituições federais de ensino paralisadas na base do Andes Sindicato Nacional. No âmbito da Ufersa, a categoria formou um Comando de Greve para organizar as ações de mobilização no Rio Grande do Norte.
Os docentes rejeitam o reajuste de 0% em 2024 proposto pelo governo federal e defende reajuste de 3,69% em agosto de 2024 (índice acumulado do IPCA por 12 meses, até 4/2024); 9% em janeiro de 2025; 5,16%em maio de 2026; e aplicação de reajuste linear, sem alteração dos “steps”.
Nota
A Associação dos Docentes da Ufersa emitiu nota à sociedade para esclarecer sobre a decisão de aderir à greve nacional dos professores e professoras das instituições de ensino público federal. Leia a nota:
“Nos últimos anos, a Universidade brasileira tem passado por uma série de dificuldades. Os recursos para o seu funcionamento foram drasticamente reduzidos, afetando as aulas, a pesquisa, o funcionamento dos laboratórios, as ações diretas com a sociedade, e até o pagamento das contas mais básicas das instituições.
Nesse mesmo contexto, os salários dos/as trabalhadores/as das universidades sofreram uma grande desvalorização. Ano após ano, com a inflação, esses salários perderam muito do seu poder de compra, sem que isso fosse devidamente ajustado. O resultado é que hoje o salário do/a professor/a, na prática, está 40% menor do que era em 2010.
Observa-se o visível crescimento do acesso às universidades públicas brasileiras nos últimos anos, tendo hoje mais de 2 milhões de estudantes e realizando mais de 90% da produção científica do Brasil.
Portanto, as universidades públicas, a UFERSA entre elas, possuem o papel fundamental de produzir conhecimento, e são a principal alternativa para quem busca uma formação gratuita, de qualidade. Ou seja, nossas instituições são fundamentais para a formação de cidadãs e cidadãos e para o desenvolvimento nacional.
Não há desenvolvimento da educação sem investimento. Assim como não há desenvolvimento da educação sem valorização dos/as trabalhadores/as - professores/as, servidores/as administrativos/as, auxiliares - que atuam nas universidades, que tenham condições de trabalho dignas e adequadas.
A greve dos/as professores/as da UFERSA representa uma luta por uma educação melhor, mais forte, que possa continuar contribuindo, da melhor maneira possível, com o desenvolvimento da sociedade brasileira.
Estamos em mobilização para a valorização da educação e esperamos contar com o apoio de toda a sociedade.
Educação não é gasto, é investimento.
Angicos/Caraúbas/Mossoró/Pau dos Ferros”
Tags: