Terça-Feira, 24 de dezembro de 2024

Postado às 10h45 | 21 Set 2024 | redação Mossoró é o município do Rio Grande do Norte há mais tempo sem chuva

Crédito da foto: Reprodução Sol forte em Mossoró

Por Edinaldo Moreno - Jornal de Fato

Levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e publicado pelo UOL nesta semana mostra que Mossoró está entre os 100 municípios brasileiros que não recebem chuva há pelo menos 70 dias, ou seja, mais de dois meses, sendo que mais de 40 cidades estão em período de seca há mais de cinco meses.

De acordo com INMET, Mossoró completou na última sexta-feira (20) o total de 78 dias consecutivos em 2024 sem o registro de chuva. O número deixa Mossoró como o município do Rio Grande do Norte há mais tempo sem precipitações registradas no período.

Outras duas cidades potiguares, segundo as estações meteorológicas localizadas no estado, estão com registros de alta no número de dias sem chuva. Caicó completou na última sexta-feira 73 dias consecutivos sem chuvas. Já Apodi vem na sequência, com 53 dias sem o registro de chuvas.

A publicação destaca que a combinação de altas temperaturas e baixa umidade provoca o tempo seco que tem agravado nas últimas semanas em diversas partes do país e impede que a chuva chegue a centenas de cidades brasileiras.

“Esse período do ano, principalmente entre os meses de setembro até novembro, é comum não chover aqui no Nordeste. Tanto litoral como interior do estado chove muito pouco. A média nessa época do ano gira em torno de 5 a 10 milímetros. Isso é insuficiente para mudar o cenário”, disse à reportagem do JORNAL DE FATO o chefe da unidade de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot.

Ele acrescenta que neste ano está sendo observado que praticamente todos os municípios, tanto no litoral como no interior, não estão ocorrendo chuvas, mesmo aquelas precipitações fracas que deveriam ocorrer neste período do ano.

“Agosto foi muito seco e setembro está se comportando da mesma forma, a não ser alguns municípios aqui do Litoral Leste, na região da grande Natal, que tem acontecido chuvas, mas chuvas com valores variando entre um milímetro e meio a dois milímetros, sem muito significado na questão de volume”, explica.

FALTA DE CHUVA

Gilmar Bristot informa ainda que a falta de chuva é devido a não existir sistemas meteorológicos que atuam no Nordeste durante esse período do ano.

“Os sistemas meteorológicos que atuam aqui no estado são a zona de convergência, entre o período de fevereiro e maio, e os sistemas leste, que atuam na faixa leste e agreste no período de abril até agosto. Nesse período de setembro até novembro temos a intensificação do Centro de Alta Pressão do Atlântico Sul fazendo com que os ventos cheguem com mais intensidade aqui no Nordeste, dificultando assim a formação de chuvas. A tendência é continuar esse comportamento. No primeiro semestre, período mais úmido e o segundo semestre, um período mais seco”.

Outro problema destacado pelo chefe da unidade de Meteorologia da Emparn nesta época do ano é a baixa umidade relativa do ar registrada, sobretudo, no interior potiguar. Ela pode ficar abaixo de 20%.

“Essa época do ano que não chove, e dependendo das condições climáticas, como comportamento dos oceanos, temos alguns fatores mais intensificados, como a questão da baixa umidade relativa do ar que atinge praticamente todos os municípios do interior do estado, mantendo uma umidade em torno de 40% em alguns momentos do dia. Em algumas localidades essa umidade pode ficar abaixo de 20%, como já aconteceu na região do Alto Oeste”.

 

Minas Gerais concentra o maior número de municípios sem chuva

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) destaca que entre as cerca de 410 estações meteorológicas automáticas da rede do órgão, aproximadamente, 20 % dessas (85) estão há mais de 100 dias consecutivos sem chuva. Dessas, mais de 55 estão há mais de 140 dias sem chuva. Com destaque para os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso, Bahia e Piauí.

Minas Gerais concentra o maior número de cidades que sofrem com a falta de precipitação, segundo o levantamento publicado pelo UOL. De acordo com a publicação, são oito dos dez municípios há mais tempo sem chuvas. Entre as capitais, Belo Horizonte lidera a lista.

O portal nacional ressalta ainda que cidade há mais tempo sem chuva deve permanecer seca. O município mineiro de Pompéu não tem previsão de chuva até o começo da próxima semana, segundo o Inmet. A cidade estava há 169 dias consecutivos sem chuva.

Segundo o Inmet, Belo Horizonte não deve receber chuva até pelo menos a próxima segunda-feira (23), quando deve atingir a máxima de 33ºC. Já Brasília tinha previsão de névoa seca. Com máxima de 33ºC para este domingo (22). A capital registrará mínima entre 18 e 19ºC entre o fim desta semana e o começo da semana que vem.

 

 Emparn já analisa condições de chuva para o próximo período chuvoso

A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) já está analisando as condições de chuva para o próximo período chuvoso. A informação é do chefe da unidade de meteorologia, Gilmar Bristot.

O período chuvoso ocorre, climatologicamente, nos meses de verão e outono. Por outro lado, na faixa leste, o período chuvoso ocorre nos meses de outono e inverno. De acordo com o INMET, apenas no fim do ano (a partir de dezembro) e no inicio de 2025 deverá ter início o próximo período chuvoso no inteiro do Rio Grande do Norte.

Gilmar Bristot destaca que normalmente ocorrem algumas chuvas começando no fim do mês de dezembro, o que é classificada como “pré-estação chuvosa”, que atingem os meses de dezembro a fevereiro.

“Essas chuvas de pré-estação são ocasionadas por sistemas meteorológicos transientes, como resto das frentes frias, sistema de brisa, que atua mais na faixa litorânea, e também os vórtices ciclônicos de ar superior, que são configurações ciclônicas e trazem umidade tanto da Amazônia como das frentes frias e causam instabilidade neste período”.

Gilmar Britot lembra que esses sistemas são de curta duração e com difícil previsibilidade. “A gente não consegue identificar numa previsão climática se teremos atuação ou não desses sistemas meteorológicos no Nordeste no período de dezembro a fevereiro. Tem que acompanhar a previsão semanalmente”, frisou o chefe da unidade ressaltando que por esse motivo não se observar uma previsão de retorno das chuvas na região.

O chefe da unidade de meteorologia traz uma boa notícia. “A boa notícia é que nós vamos iniciar 2025 com o Fenômeno La Niña. Até onde o Fenômeno vai atuar e influenciar nas chuvas aqui no Nordeste no próximo ano a gente ainda não tem uma certeza exatamente por conta do Oceano Atlântico. Ele interfere de forma direta nas chuvas aqui do Nordeste”, salientou.

 

RANKING ONDE ESTÁ HÁ MAIS TEMPO SEM CHOVER (Até a última quinta-feira, 19)

Pompéu (MG), 169 dias sem chuva

Montalvânia (MG), 167

Januária (MG), 166

Montes Claros (MG), 166

Araguaçu (TO), 163

Arinos (MG), 163

Mocambinho (MG) 162

Pires Do Rio (GO), 162

São Romão (MG), 162

Dores Do Indaiá (MG), 160

Posse (GO), 160

Unaí (MG), 160

Cristalina (GO), 159

Paracatu (MG), 159

Águas Emendadas (DF), 158

Uberaba (MG), 158

Nova Maringá (MT), 157

Paranoá (DF), 157

Alto Paraíso De Goiás (GO), 155

Buritis (MG), 155

Cassilândia (MS), 155

Jataí (GO), 154

Belo Horizonte, 153

Caiapônia (GO), 153

Catalão (GO), 153

Cuiabá, 153

Florestal (MG), 153

Mateiros (TO), 153

Mineiros (GO), 153

Ouro Branco (MG), 153

Patrocínio (MG), 153

Sete Lagoas (MG), 153

Formosa (GO), 152

Gilbués (PI), 152

Nova Xavantina (MT), 152

Taguatinga (TO), 152

Uberlândia (MG), 152

Água Boa (MT), 151

Goiás (Goiás Velho - GO), 151

Querência (MT), 150

Sorriso (MT), 150

Brasília, 149

Ibirité (MG), 149

Ipameri (GO), 149

Pirenópolis (GO), 149

Barra (BA), 147

Goiânia, 147

Rio Verde (GO), 146

Tangará Da Serra (MT), 146

Formoso Do Araguaia (TO), 145

Irecê (BA), 145

São Miguel Do Araguaia (GO), 145

Gurupi (TO), 144

Paranã (TO), 144

Barreiras (BA), 143

Goianésia (GO), 141

Luiz Eduardo Magalhães (BA), 141

Porangatu (GO), 140

Sinop (MT), 138

João Pinheiro (MG), 135

Almas (TO), 134

Pirapora (MG), 133

Alvorada Do Gurguéia (PI), 127

Peixe (TO), 127

Alto Parnaíba (MA), 126

Lagoa Da Confusão (TO), 124

Padre Ricardo Remetter (MT), 124

Diamantino (MT), 123

Palmas, 122

Rosário Oeste (MT), 122

Corrente (PI), 121

Porto Nacional (TO), 121

Campina Verde (MG), 118

Araxá (MG), 115

Crateús (CE), 115

Divinópolis (MG), 115

Formiga (MG), 115

Lavras (MG), 115

São João Del Rei (MG), 115

Ariranha (SP), 114

Costa Rica (MS), 114

Lins (SP), 114

Passos (MG), 113

Oeiras (PI), 95

Santana Do Araguaia (PA), 94

Guanhães (MG), 88

Araçuaí (MG), 87

Epitaciolândia (AC), 81

Mossoró (RN), 77

Buriticupu (MA), 73

Caxias (MA), 73

Chapadinha (MA), 73

Dom Eliseu (PA), 73

Grajaú (MA), 73

Paragominas (PA), 73

Piripiri (PI), 73

Preguiças (MA), 73

São Gonçalo (PB), 73

Seridó (Caicó, RN), 72

Canto Do Buriti (PI), 70

Fonte: UOL, com dados do INMET

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