Por Edinaldo Moreno - Jornal de Fato
Durante todo o mês, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) realizou ampla programação em virtude do “Setembro Verde”. O encerramento ocorre nesta sexta-feira (27), com café da manhã no HRTM, a partir das 8h.
O Brasil celebra nesta data o Dia Nacional da Doação de Órgãos, que busca conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e incentivar o diálogo deste tema entre os familiares. No país, a doação de órgãos só ocorre com a autorização familiar.
No mês de setembro o órgão realizou atividades voltadas a promover conscientização da população para a importância do ato. Entre as ações, houve a participação na Corrida da Liberdade, evento tradicional na cidade na qual foram distribuídos panfletos aos corredores, divulgação do trabalho do CIHDOTT no espaço Viva Rio Branco.
A psicóloga da CIHDOTT, Symoni Florentino, destaca a importância da data. “A data, instituída pela Lei 11.584/2007, visa conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto, já que só a família pode autorizar a doação”, explicou.
No caso dos doadores falecidos, é necessário que a pessoa tenha sido diagnosticada com morte encefálica (traumatismo craniano, Acidente Vascular Cerebral, entre outras), ou seja, quando há a interrupção irreversível das funções do cérebro, mas o coração e outros órgãos continuam funcionando artificialmente com o uso de aparelhos e medicações.
“Mesmo que o falecido tenha manifestado em vida o desejo de ser doador, a decisão final cabe à família. Por isso, é fundamental que as pessoas conversem com seus familiares sobre a intenção de doar. É um gesto que pode transformar o luto em esperança para quem está na fila de transplante", explica Marcos Lima, neurologista e professor de Medicina da Universidade Potiguar (UnP).
Já para doadores vivos, esse público também desempenha um papel importante, e pode doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea ou parte do pulmão, de maneira que não prejudiquem a própria saúde.
"No caso dos doadores vivos, é necessário que a pessoa tenha boas condições de saúde, seja maior de idade e tenha compatibilidade sanguínea. De acordo com a legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores de órgãos. Já a doação por pessoas vivas que não têm parentesco com o receptor só pode ser realizada com autorização judicial", afirma o docente.
CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS
Desde 2016, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) já realizou 53 captações de órgãos. Em 2024, foram 4 captações até o momento.
De acordo com o levantamento da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), de janeiro a agosto deste ano, foram realizados 276 transplantes de órgãos no Rio Grande do Norte. O número registrado nos primeiros oito meses do corrente ano já superou o total de transplantes realizados durante todo o ano de 2023.
O balanço aponta que houve 139 transplantes para córneas, 101 de medula, 35 de rins e 1 de coração. A Sesap explica que os dados são do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e estão sujeitos à alteração. No que se refere à captação de órgãos para doação, foram 24 captações de múltiplos órgãos e 64 captações de córneas.
Lista de espera no RN para transplante ultrapassa 930 pessoas
A Secretaria Estadual de Saúde informa que a lista de espera para transplante de órgãos no Rio Grande do Norte estava com 937 nomes. O número se refere até o fim do mês passado. Não há dados por município.
De acordo com a pasta, o maior número é para transplante de córneas. No total, são 601 pessoas que esperam por um transplante deste órgão. Em seguida, está o transplante renal com 301 pacientes esperando um rim.
Ainda segundo a Sesap, 15 pessoas aguardam na lista de espera por transplante de medula óssea e 1 paciente por transplante cardíaco.
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