Quarta-Feira, 29 de janeiro de 2025

Postado às 16h15 | 12 Dez 2024 | redação Na véspera do feriado de Santa Luzia, usuários ficam sem transporte coletivo em Mossoró

Mossoró está sem o serviço de transporte urbano nesta quinta-feira, 12, e deverá continuar a mesma situação na sexta-feira, 12, feriado da padroeira Santa Luzia. Os trabalhadores alegam atraso salarial. Prefeitura atrasou repasses à Cidade do Sol

Crédito da foto: Reprodução Ônibus da empresa Cidade do Sol

Jornal de Fato

Mossoró passou a quinta-feira, 12, sem transporte coletivo e entra hoje, feriado do Dia de Santa Luzia, sem a certeza de ter o serviço de volta. É que os trabalhadores da empresa Cidade do Sol, a única que opera o serviço na cidade, paralisaram as atividades por 48 horas, reclamando atraso salarial e de outros benefícios garantidos por lei.

A paralisação de advertência pode ser ampliada para uma greve por tempo indeterminado, caso a Cidade do Sol não atualize as pendências com os trabalhadores. A categoria reclama que ainda não recebeu os salários de novembro, primeira parcela do 13º salário, vale alimentação e parte dos trabalhadores está com as férias vencidas. E só volta ao trabalho com garantias, o que não estava definido até o fechamento desta edição.

A Cidade do Sol alega, segundo informações colhidas pelo Jornal de Fato, que a gestão do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) atrasou repasses e isso prejudicou as finanças da empresa. Inclusive, o pagamento das pendências com os funcionários estava condicionado à liberação de recursos por parte da Prefeitura de Mossoró.

No entanto, a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Mossoró e Região Oeste do Estado do Rio Grande do Norte afirma que as obrigações com os trabalhadores são da Cidade do Sol. “Cabe à empresa revolver com a Prefeitura”, afirma Mateus Aquino, tesoureiro do sindicato.

Os repasses feitos pela Prefeitura, que estão atrasados, são para completar a receita da empresa Cidade do Sol, uma vez que o que é arrecadado dos usuários do serviço não é suficiente para pagar as contas. Sem esses repasses, a empresa alega ser impossível manter as linhas de transporte urbano em funcionamento.

 

NOTA OFICIAL

A gestão Allyson Bezerra, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito afirma, em nota, que a paralisação aconteceu sem aviso prévio e motivos legais.

“Informa ainda que ao tomar conhecimento da paralisação do transporte público na manhã de hoje, a Secretaria trabalha junto à assessoria jurídica adotando providências para o retorno imediato do transporte coletivo na cidade.”

"É uma paralisação necessária diante do quadro de desrespeito a estes trabalhadores, principalmente em um período onde todos se preparam para suas festividades do período natalino e eles se veem em um quadro de incertezas. Caso não haja uma resposta objetiva nos próximos dias, é possível que tenhamos uma greve por tempo indeterminado”, afirma Mateus Aquino.

 

Comerciários são os mais penalizados

A paralisação do transporte urbano afetou a vida dos trabalhadores que utilizam o serviço como meio de locomoção de casa para o trabalho e do trabalho para casa. A Cidade do Sol explora 12 linhas distribuídas nos bairros da zona urbana e funcionamento em três turnos.

Os comerciários foram os mais prejudicados nesta quinta-feira, 12. Sem o transporte coletivo, eles tiveram dificuldades de cumprir horários, principalmente aqueles que residem em bairros distantes do centro comercial de Mossoró.

“O serviço já não é bom, mas com a paralisação piorou muito o nosso dia”, afirmou a comerciária Rosângela Lima, que foi surpreendida ao chegar ao terminal do centro da cidade e não encontrar ônibus para voltar para casa.

A situação se torna ainda mais preocupante porque a cidade está vivendo o ciclo natalino, iniciado na segunda-feira, 9. O comércio funciona em horário especial, com o expediente indo até às 20h, com isso, os trabalhadores necessitam das linhas de transporte urbano.

Com os ônibus da Cidade do Sol ficando na garagem, os usuários tiveram que buscar alternativas como mototáxi e transportes por aplicativos, que custam mais caro.

 

 

 

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