Por Edinaldo Moreno - Jornal de Fato
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou nesta quinta-feira (19) informações detalhadas sobre as principais características da população indígena no Brasil. O último Censo Demográfico 2022 apontou que a população brasileira incluiu 1.694.836 pessoas indígenas distribuídas em 4.833 municípios, com 11.724 residentes no Rio Grande do Norte. A análise considera a situação urbana ou rural dos domicílios com pelo menos um morador indígena e abrange indicadores fundamentais como distribuição por sexo e idade, dados demográficos, taxa de alfabetização e registros de nascimento.
De acordo com o Censo mais recente, Mossoró, a segunda cidade potiguar mais populosa, tem 296 indígenas, sendo 135 homens, com 131 deles residindo na zona urbana, e 4 na rural, além de 161 mulheres, com 158 morando na zona urbana e apenas 3 na rural. Em termos percentuais, a população indígena no município é de 2,5% do total de indígenas morando no território potiguar.
Em 2022, João Câmara liderou com 2.421 indígenas (1.292 homens e 1.129 mulheres), representando 20,6% do total estadual. Natal ocupou a segunda posição, com 1.798 indivíduos (817 homens e 981 mulheres), ou 15,3%. Macaíba seguiu com 1.170 pessoas (560 homens e 610 mulheres), somando 10%. Ceará-Mirim registrou 1.064 indígenas (9,1%), e Canguaretama, 739 (6,3%). Apodi contou com 731 pessoas (6,2%), enquanto Baía Formosa, Goianinha, São Gonçalo do Amarante e Parnamirim somaram 9,6%. Juntos, os dez municípios concentraram 83,2% da população indígena estadual.
O Censo apontou na população indígena do Rio Grande do Norte, em 2022, diferenças importantes entre áreas urbanas e rurais observadas. Na zona urbana, o número de indígenas foi maior em faixas etárias mais jovens, como de 20 a 34 anos, especialmente entre as mulheres (214 a 249 pessoas). Já na zona rural, prevaleceram contingentes maiores de homens e mulheres em praticamente todas as faixas etárias, com destaque para 20 a 29 anos, em que homens alcançaram 318 indivíduos e mulheres, 302. A população idosa (75 anos ou mais) também predominou no meio rural, embora com números reduzidos em ambas as situações.
Em 2022, a taxa de alfabetização das pessoas de 15 anos ou mais apresentou variações entre população geral e indígena, conforme a situação do domicílio e o sexo. No Brasil, na área urbana, homens e mulheres indígenas (89,57% e 88,76%) apresentaram taxas menores que a população geral (94,45% e 94,66%). No rural, as taxas caíram, com homens indígenas (80,58%) superando ligeiramente as mulheres (77,01%). No Nordeste, os indicadores de alfabetização da população indígena também foram inferiores ao da população geral, mas as diferenças foram menores entre os sexos indígenas na área urbana (85,61% e 86,25%). No Rio Grande do Norte, as mulheres indígenas urbanas (87,39%) apresentaram melhores índices que os homens (84,60%), assim como as taxas para mulheres indígenas rurais (75,39%) superaram às dos homens indígenas rurais (66,72%), embora todos ainda abaixo da população geral, destacando desigualdades regionais e sociais.
A taxa de alfabetização indígena rural para 65 anos ou mais é de 37,36%, enquanto a população total rural atinge 57,29%. Essa discrepância também se verifica entre os mais jovens, reforçando a necessidade de políticas direcionadas para a alfabetização de povos indígenas, principalmente em contextos rurais.
A pesquisa revela a existência de registro de nascimento entre crianças de até 5 anos no Brasil em 2022, destacando diferenças entre a população geral e indígena por situação do domicílio. Observa-se que, embora a maioria possua registro, a proporção sem registro é maior entre indígenas, especialmente em áreas rurais. No Brasil rural, 9.537 crianças indígenas não têm registro, contra 24.984 na população geral. No Nordeste rural, 309 indígenas estão sem registro, evidenciando desigualdades significativas, principalmente nas áreas mais remotas, como o Rio Grande do Norte.
ENVELHECIMENTO
O índice de envelhecimento representa o número de idosos (60 anos ou mais) para cada 100 jovens (até 15 anos), refletindo a estrutura etária de uma população. Em 2022, no Brasil, o índice é maior na população geral, sobretudo em áreas urbanas (80,55), enquanto entre indígenas é de 58,32. No Nordeste, o cenário se inverte, com maior envelhecimento indígena urbano (85,3). No Rio Grande do Norte, destaca-se o índice urbano indígena (121,31), evidenciando envelhecimento mais acentuado.
11 MAIORES POPULAÇÕES INDÍGENAS, POR SEXO E LOCALIDADE
1º João Câmara
Homens: 1.292
Mulheres: 1.129
Total: 2.421
Percentual: 20,6
2º Natal
Homens: 817
Mulheres: 981
Total: 1.798
Percentual: 15,3
3º Macaíba
Homens: 560
Mulheres: 610
Total: 1.170
Percentual: 10,0
4º Ceará-Mirim
Homens: 529
Mulheres: 535
Total: 1.064
Percentual: 9,1
5º Canguaretama
Homens: 365
Mulheres: 374
Total: 739
Percentual: 6,3
6º Apodi
Homens: 338
Mulheres: 393
Total: 731
Percentual: 6,2
7º Baía Formosa
Homens: 277
Mulheres: 281
Total: 558
Percentual: 4,8
8º Goianinha
Homens: 246
Mulheres: 274
Total: 520
Percentual: 4,4
9º São Gonçalo do Amarante
Homens: 181
Mulheres: 228
Total: 409
Percentual: 3,5
10º Parnamirim
Homens: 136
Mulheres: 207
Total: 343
Percentual: 2,9
11º Mossoró
Homens: 135
Mulheres: 161
Total: 296
Percentual: 2,5
Fonte: Censo 2022, IBGE
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