Voo da Azul Linhas Aéreas
Por Amina Costa - Repórter do Jornal de Fato
O aumento nos custos operacionais da aviação, os impactados pela crise global na cadeia de suprimentos e a alta do dólar foram alguns motivos apontados pela Azul Linhas Aéreas para a suspensão dos voos que ocorrem quatro vezes por semana entre Mossoró e Recife.
A companhia aérea, que opera no Aeroporto Dix-Sept Rosado, em Mossoró desde 2018, também informou que vem enfrentando problemas em relação às questões de disponibilidade de frota e de ajustes de oferta e demanda. As informações referentes ao encerramento das atividades foram divulgadas primeiramente pelo Blog do Ismael Sousa.
Após as especulações, a companhia aérea confirmou ao site AERO Magazine que as operações na segunda maior cidade do Estado serão encerradas oficialmente a partir de 10 de março. "A companhia anuncia que irá suspender as operações na cidade de Mossoró (RN), a partir do dia 10 de março devido a uma série de fatores”, informou o comunicado.
Nessa quarta-feira, 8, a reportagem do Jornal de Fato fez uma busca pelas passagens aéreas da companhia entre Mossoró e Recife (e vice e versa). No site da companhia, constam voos disponíveis apenas até o dia 7 de março.
Mossoró não será a única cidade do Nordeste cuja companhia encerrará as operações. Conforme informações do Diário do Nordeste, a Azul deixará de operar também em quatro destinos do interior do Ceará (Sobral, Iguatu, Crateús e São Benedito).
Os voos que ligam Mossoró a Recife por meio da Azul Linhas Aéreas foram iniciados no dia 13 de junho de 2018. Nos últimos seis anos, a companhia transportou mais de 2 mil pessoas, por ano, conforme as estimativas apresentadas pela empresa ao anunciar os voos na cidade.
Até o encerramento das atividades, no dia 10 de março, a companhia continuará fazendo o trajeto Mossoró-Recife quatro vezes por semana, usando o ATR 72-600, com capacidade para receber até setenta passageiros.
Suspensão dos voos comerciais impactará diretamente na economia e no turismo de Mossoró
Após a suspensão dos voos no Aeroporto Dix-Sept Rosado, que ocorrerá no dia 10 de março deste ano, os passageiros com destino à cidade potiguar deverão desembarcar em Natal (NAT) ou em Fortaleza (FOR) e seguir por via terrestre, em uma viagem que pode durar de três a quatro horas.
Na visão do consultor de turismo e eventos, Oberi Penha, a retirada dos voos comerciais da Azul vai ser muito ruim para a cidade, afetando a economia e o turismo local. “No caso de a Azul vir de fato retirar suas aeronaves de Mossoró, é muito ruim para a cidade, que pode vir a ficar isolada. Para o turismo de negócios e eventos, consolidado em Mossoró, seria um desastre, principalmente porque a cidade vive um bom momento econômico e de autoestima”, apontou.
Oberi Penha informou ainda que são os eventos que ocorrem na cidade que proporcionam bons negócios para vários setores econômicos, como a gastronomia, hotelaria e turismo como um todo.”
Uma das entradas deste fluxo turístico são os voos conectados a Natal e Recife. Então, o impacto seria muito danoso para o setor, pois diminuindo o fluxo, diminui a oferta de serviços e sabemos onde isto vai dar”, argumentou.
O consultor de turismo e eventos destacou também que qualquer cidade que possui aeroporto em pleno funcionamento possui índices positivos em sua economia, sendo sinônimo de prosperidade e desenvolvimento econômico. Ele informou que o aeroporto de Mossoró vem tendo investimentos, que poderá possibilitar, inclusive, a vinda de outra companhia (GOL) que demonstrou, em outras oportunidades, querer pousar em Mossoró.
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