Por Amina Costa - Repórter do Jornal de Fato
Após o anúncio feito pela companhia Azul Linhas Aéreas, no qual afirma que vai suspender os voos comerciais no Aeroporto Dix-Sept Rosado, em Mossoró, a partir do dia 10 de março, os mossoroenses ficaram receosos de que a saída da companhia de Mossoró faça com que o município passe por uma regressão econômica. De acordo com a companhia, a alta do dólar e o aumento dos custos operacionais são alguns dos motivos que levaram à decisão.
Nesta quinta-feira, 9, o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, que sempre esteve em negociação com a Azul, emitiu uma nota oficial, na qual afirma que a decisão por suspender os voos comerciais no Aeroporto Dix-Sept Rosado não é definitiva. A nota apontou também que se trata de uma ação estratégica da companhia, que será utilizada não apenas em Mossoró, como em outros aeroportos do Nordeste.
“A saída da operação da Azul Linhas Aéreas no aeroporto de Mossoró não é uma decisão definitiva, mas sim uma ação estratégica adotada pela companhia. A Azul Linhas Aéreas comunicou que, assim como em outras localidades do Brasil, está realizando ajustes em sua malha aérea com o objetivo de otimizar suas operações e atender de forma mais eficiente às demandas de mercado, bem como devido à falta de peças para manutenção de aeronaves, principalmente de ATRs que opera o aeroporto de Mossoró”, informa a nota emitida pelo governo, por meio da Secretaria de Turismo do Estado.
A Secretaria de Turismo informou ainda que o governo estadual continua comprometido com o desenvolvimento turístico do estado e a aviação regional. Informou ainda que o governo estadual agendou uma reunião com a diretoria da Infraero, responsável pela gestão do aeroporto, para saber sobre os prazos de conclusão das obras que irão permitir o uso de aeronaves de maior porte.
“A SETUR/RN e a EMPROTUR/RN seguem acompanhando de perto os desdobramentos e manterá o diálogo com as companhias para garantir o fortalecimento da conectividade aérea no estado, visando sempre o melhor para a população e para o crescimento do turismo regional. Reafirmamos que, apesar deste ajuste operacional, Mossoró segue como um destino estratégico para o setor de turismo e continuará recebendo apoio nas ações de promoção e desenvolvimento da atividade turística”, conclui a nota do Governo.
Os voos que ligam Mossoró a Recife por meio da Azul Linhas Aéreas foram iniciados no dia 13 de junho de 2018. Até o encerramento das atividades, no dia 10 de março, a companhia continuará fazendo o trajeto Mossoró-Recife quatro vezes por semana, usando o ATR 72-600, com capacidade para receber até setenta passageiros.
Após a suspensão dos voos no Aeroporto Dix-Sept Rosado, os passageiros com destino à cidade potiguar deverão desembarcar em Natal (NAT) ou em Fortaleza (FOR) e seguir por via terrestre, em uma viagem que pode durar de três a quatro horas.
Entidades do setor produtivo se pronunciam em relação ao cancelamento de voos da Azul em Mossoró
Na tarde desta quinta-feira, 9, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN (Fecomércio/RN) emitiu uma nota, elaborada em conjunto com as demais entidades do setor produtivo de Mossoró e do Estado do Rio Grande do Norte, lamentando a decisão da Azul Linhas Aéreas e afirmando que estão à disposição para ajudar a companhia a viabilizar a retomada dos voos comerciais em Mossoró.
Na nota, as entidades informaram que receberam com tristeza e preocupação o anúncio da companhia aérea, uma vez que as atividades no Aeroporto Dix-Sept Rosado são essenciais para as operações econômicas da cidade. “A Fecomércio RN recebeu com surpresa e preocupação a informação da suspensão dos voos operados pela companhia Aérea Azul para a cidade de Mossoró. Tais operações são de extrema importância”, afirma a nota.
A nota informa ainda que apesar de as entidades reconhecerem que se tratam de decisões operacionais internas da empresa, que fazem parte da dinâmica do mercado e da livre iniciativa, colocam-se à disposição para ajudar nos entendimentos com os poderes públicos para encontrar soluções que voltem a tornar viável a operação. “Vale ressaltar que o setor privado tem sido parceiro de primeira hora do aeroporto de Mossoró e das companhias que nele operam seja estimulando – de várias maneiras – o aumento da demanda de passageiros, seja com apoios diretos para melhorar a infraestrutura do terminal”.
A nota foi assinada pela Fecomércio/RN; pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RN (FCDL); pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Mossoró (CDL Mossoró); pela Associação Comercial e Industrial de Mossoró (ACIM); e pelo Sindicato do Comércio Varejista de Mossoró (Sindilojas Mossoró).
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