Segunda-Feira, 27 de janeiro de 2025

Postado às 11h30 | 26 Jan 2025 | redação Computação: formação acadêmica inclusiva se desenvolve na Uern

Crédito da foto: Reprodução A jornada de Camyla, nascida no interior do Rio Grande do Norte, foi repleta de desafios

NATHAN FIGUEIREDO - Especial para o Jornal de Fato

No dia 19 de dezembro, Camyla Micaely marcou seu nome na história da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) ao defender sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPgCC), em parceria com a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Ela é a primeira discente com deficiência a conquistar esse feito no programa, simbolizando os avanços da educação inclusiva na instituição.

A jornada de Camyla, nascida no interior do Rio Grande do Norte, foi repleta de desafios. Durante a graduação, enfrentou preconceitos e a dificuldade de deslocamento para Mossoró. Apesar disso, nunca desistiu. “Antes de qualquer dificuldade, eu sempre vejo o que eu quero e onde quero chegar. Meu sonho era me formar e ter um emprego no futuro”, disse. Durante o mestrado, contou com o apoio de um assistente da Diretoria de Ações Inclusivas (Dain) para atividades cotidianas, mas não precisou de adaptações específicas em sua formação acadêmica.

 

Para Sebastião Emidio Alves Filho, orientador de Camyla e coordenador do PPgCC, sua defesa é um marco para o programa, que completa 17 anos em 2025. “Ver Camyla concluindo é motivo de satisfação. Ela materializa a inclusão na pós-graduação e reforça que as barreiras podem ser superadas com esforço e apoio adequado”, destacou. Sebastião também enfatizou os desafios enfrentados por estudantes com deficiência na pós-graduação, como a falta de bolsas de estudo e a alta carga de dedicação exigida.

A Uern tem se destacado no incentivo à educação inclusiva. Desde 2003, a Dain promove ações para assegurar o acesso e a permanência de estudantes com deficiência. Hoje, são 112 acadêmicos cadastrados, distribuídos entre o Campus Central, cinco campi e 11 núcleos. Segundo a Dain, sete egressos com deficiência concluíram cursos de pós-graduação, mas esse número pode ser maior, pois muitos ingressam pelas vagas gerais.

De acordo com a professora Ana Lúcia Aguiar, todos os estudantes que precisam de apoio encontram esse suporte. Para isso, a Instituição conta com uma equipe multiprofissional, com psicólogo, assistente social, tradutor de libras.

Camyla acredita que a inclusão está no caminho para ser mais efetiva. Ela sugere mais eventos voltados à temática, para incentivar e acolher estudantes com deficiência. “Meu conselho é: antes de ver um obstáculo, pense onde você quer chegar. Derrubar barreiras depende de nós”, aconselha.

O trabalho de Camyla, que abordou o combate à evasão escolar, é uma contribuição relevante para a ciência e para a inclusão. Sua história inspira outros estudantes e reflete os avanços e desafios da UERN na promoção de uma educação acessível e equitativa.

A trajetória de Camyla Micaely é um exemplo vivo de que a inclusão acadêmica é possível e essencial para uma sociedade mais justa e igualitária. A história de superação e realização acadêmica de Camyla é motivo de exemplo para a Uern, reafirmando o compromisso da instituição com a educação inclusiva.

 

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