Levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas, em parceria com o SPC, mostra crescimento de 3,72% em março de em relação ao mesmo mês de 2024 no número de inadimplentes em Mossoró. ficou acima da média no Nordeste, que registrou percentual de 2,66%
O valor médio da dívida por consumidor é de R$ 4.622,62
Por Edinaldo Moreno / Jornal de Fato
Levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Mossoró (CDL/Mossoró), em parceria com o SPC Brasil, mostra crescimento de 3,72% em março de 2025 em relação ao mesmo mês do ano passado no número de inadimplentes na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. A variação mensal foi de 0,42% na variação mensal (março 2025 em relação a fevereiro 2025).
De acordo com a pesquisa, o dado ficou acima da média no Nordeste, que registrou percentual de 2,66% e abaixo da média nacional (3,89%). À reportagem do JORNAL DE FATO, o presidente da CDL Mossoró, Stênio Max, comentou os dados sobre a inadimplência na cidade. Segundo ele, o percentual registrado no mês passado é preocupante para o comércio local.
“Esse crescimento reflete uma conjuntura econômica nacional desfavorável, com inflação elevada, taxas de juros altas e o aumento do endividamento das famílias”, iniciou o presidente da CDL local, ressaltando a pressão da inflação nos preços de bens essenciais.
“A inflação tem pressionado os preços de bens essenciais, comprometendo o orçamento das famílias, enquanto os juros elevados tornam o crédito mais caro, dificultando o pagamento de dívidas. Além disso, o desemprego, a informalidade no mercado de trabalho e a desigualdade de renda agravam ainda mais a situação financeira de muitos consumidores”, complementou.
A CDL Mossoró frisa a importância de os lojistas estarem atentos a esse cenário, adotando medidas de prevenção e gestão de crédito para minimizar os impactos negativos em seus negócios. A entidade orienta os lojistas a utilizarem os dados do SPC Brasil para avaliar o risco de crédito, implementar políticas de cobrança eficientes e buscar alternativas para negociar com os clientes inadimplentes.
“É importante ressaltar que, embora os consumidores enfrentem dificuldades, o comércio também precisa se adaptar a esse novo cenário. Por isso, a CDL Mossoró orienta os lojistas a adotarem estratégias mais rigorosas de análise de crédito, a utilizarem os dados do SPC Brasil para avaliar o risco de inadimplência e a implementarem políticas de cobrança mais eficientes”, disse.
Stênio Max destaca ainda alternativas para minimizar os impactos do aumento da inadimplência. “A renegociação de dívidas, o parcelamento facilitado e a educação financeira para os consumidores são alternativas fundamentais para minimizar os impactos dessa inadimplência crescente”.
OUTROS DADOS
Em março de 2025, a pesquisa apontou que o número de dívidas em atraso de moradores de Mossoró cresceu 4,28% em relação a março de 2024. O levantamento mostra que o índice ficou abaixo da média do Nordeste (5,38%) e do Brasil (6,95%), respectivamente. Na passagem de fevereiro para março, o número de dívidas na cidade cresceu 1,05%.
A faixa etária com maior participação entre os devedores é a de 30 a 39 anos (25,04%). A distribuição por sexo é equilibrada, com 51,17% de mulheres e 48,83% de homens. O valor médio da dívida por consumidor é de R$ 4.622,62. A maior parte dos consumidores (26,07%) possui dívidas de até R$ 500.
O tempo médio de atraso das dívidas é de 28,8 meses, com 40,55% dos devedores com atraso entre 1 e 3 anos. O setor com a maior concentração de dívidas é o de bancos, representando 66% do total.
Ainda de acordo com o levantamento, cada consumidor inadimplente de Mossoró tinha em média 2,215 dívidas em atraso em março passado. O número ficou acima da média da região Nordeste (2,165 por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (2,158 por pessoa inadimplente).
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