Um vídeo mostra o veterinário afirmando que provocou a parada em um cachorro durante um evento do curso na UnP de Mossoró. As imagens estão circulando nas redes sociais e foram criticadas por personalidades e instituições ligadas à defesa animal.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Norte apura o caso de um veterinário, na Universidade Potiguar (UnP), campus de Mossoró, ter realizado parada respiratória de um cachorro a fim de demonstrar o atendimento necessário a alunos do curso de medicina veterinária.
O caso ganhou repercussão no fim de semana. Um vídeo mostra o veterinário afirmando que provocou a parada no animal durante um evento do curso em Mossoró. As imagens estão circulando nas redes sociais e foram criticadas por personalidades e instituições ligadas à defesa animal.
"O que foi que aconteceu? Na verdade, eu apliquei a medicação de uma forma a fazer.... eu provoquei uma parada respiratória nele só pra poder mostrar isso aqui para vocês", diz o profissional no vídeo.
Apesar de no vídeo afirmar que provocou a parada respiratória no animal, o médico-veterinário Saul Dias Cortez negou à Inter TV Costa Branca que tenha feito isso, nesta segunda-feira, 28. Saul informou que está conversando com advogados para apresentar sua versão dos fatos.
"O animal está bem. Ele não teve nenhuma complicação, não teve nada, não teve nenhuma sequela. Ele foi sedado e logo em seguida ele acordou e sempre esteve bem. Ele não teve nenhuma complicação por nada. Não foi feito nenhum procedimento de reanimação no animal, não houve parada cardíaco nem pulmonar, como estão falando", declarou. O profissional não explicou, porém, porque disse no vídeo que provocou a parada respiratória.
A UnP afirmou que o profissional não faz parte do quadro de professores da instituição. Em nota, a UnP ainda afirmou que repudia qualquer prática que configure maus-tratos aos animais. "Ao término da análise, a Universidade adotará todas as medidas cabíveis. A UnP permanece à disposição das autoridades competentes e reforça seu compromisso com a ética, o respeito à vida animal e a formação responsável dos seus alunos", diz a nota.
Por outro lado, o profissional afirmou que a universidade sabia que o animal seria usado na aula. Também por meio de nota, o CRMV-RN informou que iniciou a apuração dos fatos "dentro do que lhe cabe legalmente".
"O Conselho reitera seu compromisso com a ética profissional, com a responsabilidade no exercício da medicina veterinária e, sobretudo, com a defesa do bem-estar animal em todas as esferas de atuação. Providências serão tomadas com responsabilidade, seguindo os trâmites legais, sempre garantindo o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório", afirmou a instituição.
A Câmara Municipal de Mossoró, por meio da Comissão de Meio Ambiente, Mudança do Clima e Proteção Animal, decidiu provocar o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RN), além da universidade privada e da clínica veterinária envolvidas em um caso de supostos maus-tratos a um cachorro durante a realização de um minicurso com estudantes.
O Poder Legislativa afirma que o município conta com legislação específica voltada à proteção animal. A Lei Municipal nº 4.067/2023, de autoria do vereador Genilson Alves, prevê a cassação da inscrição municipal de empresas que pratiquem e sejam coniventes com maus-tratos a animais. Já a Lei nº 3.768/2020, também de autoria do parlamentar, determina a aplicação de multas administrativas em casos de crueldade animal.
Os vereadores deliberaram uma série de ações para garantir o acompanhamento rigoroso das investigações e a responsabilização dos envolvidos. Eles também vão cobrar esclarecimentos formais da universidade que sediou o minicurso.
“Não aceitaremos qualquer forma de crueldade contra animais, sobretudo em espaços que deveriam promover conhecimento e respeito à vida”, declarou o presidente da Câmara, Genilson Alves (União).
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