Amina Costa/Da Redação
Dois projetos científicos representarão Mossoró na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (MOSTRATEC), que ocorre nesta semana na cidade de Novo Hamburgo (RS). Os trabalhos são de seis alunos da Escola Estadual Professor Hermógenes Nogueira da Costa e são frutos de feiras de ciências realizadas pela própria escola.
Os dois projetos selecionados para participar da Mostratec também foram apresentados na Feira do Semiárido realizada pela Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) no final de 2016. O primeiro projeto, que se encaixa na temática da tecnologia, foi selecionado ainda na Feira do Semiárido para ser apresentado na mostra internacional. O outro projeto, voltado para a preservação do meio ambiente, recebeu a classificação para participar da Mostratec durante a Feira Brasileira de Ciências e Engenharias (FEBRACE), feira ocorrida no mês de março em São Paulo (SP).
"O projeto dos meninos que é sobre tecnologia foi apresentado na Feira do Semiárido do ano passado e já recebeu a credencial para ir ao Rio Grande do Sul. Já o projeto das meninas foi credenciado para participar da Febrace, que ocorreu no mês de março deste ano. De lá, elas ganharam o passe para a Mostratec. É um orgulho ter dois projetos da Escola Hermógenes participando de uma feira internacional", disse a professora de biologia e coordenadora da feira de ciências da Escola Hermógenes, Kiara Dantas.
As estudantes do 2.° ano do ensino médio Ekarinny Myrela, Natália Alves e Evely Yara produziram uma embalagem biodegradável através da folha do cajueiro para substituir as bandeiras utilizadas em supermercados para colocar queijos e frios. Elas informaram que a ideia do projeto Embacaju surgiu como uma alternativa de dar destino às folhas de cajueiro que não são aproveitadas.
“O Rio Grande do Norte é o segundo maior produtor de caju do Brasil. Então, caem muitas folhas e elas são jogadas no lixo ou então queimadas. E no nosso bairro tem uma casa de convivência de idosos que tem mais de 20 cajueiros e lá não tem nenhuma utilidade, já que a Prefeitura só vai recolher essas folhas uma vez por ano. Então, nós pensamos em fazer uma coisa que desse um retorno positivo para a sociedade e para o meio ambiente”, disse Ekarinny Myrela.
A estudante disse ainda que o dano ao meio ambiente que as embalagens de isopor trazem é imenso, uma vez que demora mais de 400 anos para se decompor do planeta, enquanto a embalagem biodegradável demora menos de um mês para se decompor.
O projeto dos alunos Pablo de Souza, Jean Matinho e Matheus Lucas Dantas consiste na instalação de dois dispositivos em uma bengala, que identifica buracos e objetos à frente, tipo cadeira, mesas, postes, que ajuda deficientes visuais. “A bengala tem dois sensores; um que ficam no ângulo de 40 graus, apontado para o chão, que servem para identificar os buracos no chão. Quando existe algum buraco ou barreira, a bengala vibra informando ao deficiente visual que existe uma barreira logo à frente”, explicou Pablo de Souza.
Os jovens, que têm idade média entre 16 e 17 anos, viajam neste domingo, 22, para representar Mossoró na Mostra Internacional. Os recursos para a viagem foram adquiridos por meio da Secretaria de Comunicação, solicitados através da 12.ª Diretoria Regional de Educação. Mas, para cobrir custos adicionais, os estudantes e professores da escola estão realizando rifas e sorteios.
“O valor repassado pela Secretaria de Comunicação cobriu os custos com passagem, hospedagem e inscrição dos projetos. Mas, sabemos que existem custos adicionais, como alimentação e transporte. Por isso, os meninos estão fazendo rifas e sorteios para poder viajar mais tranqüilos”, explicou Kiara Dantas.
Projetos contemplados incentivaram produção escolar
Todos os anos, a Escola Estadual Professor Hermógenes Nogueira da Costa realiza a feira de ciências, em que os alunos executam projetos de pesquisa voltados para a melhoria da comunidade. Na feira de ciências ocorrida no ano passado, dois projetos ganharam destaque e foram classificados para a Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (MOSTRATEC) que ocorre no Rio Grande do Sul.
A coordenadora da feira de ciências da escola e professora da disciplina de Biologia, Kiara Dantas, explicou que, depois da classificação dos trabalhos realizados por alunos da escola para a Mostratec, os demais estudantes se mostraram interessados em participar, pesquisar e produzir novos trabalhos.
A estudante Ekarinny Myrela disse que já foi incentivada pelos colegas que produziram o trabalho voltado para a área tecnológica, e que foram classificados para a Mostra na Feira do Semiárido realizada no ano passado. “Os meninos também têm uma parcela de culpa nessa decisão de fazer um projeto, porque eu sempre fui muito amiga deles e eles sempre me incentivaram. Em 2015, eles participaram da feira estadual e sempre falavam que era muito bom. Daí, eu percebi que tinha de fazer um projeto bom e participar dessa feira também. Eu não imaginava que a gente iria conseguir muita coisa. Eu só queria a feira do Semiárido, mas aí veio a Febrace e agora a Mostratec”, contou.
“Os projetos de feira de ciências tendem a melhorar a cada ano. E depois que teve essa premiação da Febrace, nós começamos a usar a história das meninas como exemplo e motivação para os estudantes. Neste ano, os projetos foram muito ricos, foram muitos projetos bons”, disse Kiara Dantas.
Os estudantes explicaram que na feira de ciências da escola neste ano, foram apresentados mais de 65 projetos, dos quais, seis foram selecionados para participar da feira do Semiárido. Ekarinny Myrela explicou que nos anos anteriores, a escola conseguia levar apenas dois ou três projetos para a feira estadual.
“Depois da feira da escola, teve a feira da 12.ª Dired, em que levamos nove projetos. Neste ano, foi bem mais concorrido, porque são 50 vagas para a feira do Semiárido. E a Hermógenes Nogueira foi a segunda escola que mais levou projetos da feira da Dired para a feira do Semiárido, pois conseguiu classificar seis projetos”, explicou Kiara Dantas.
Durante todo o ano, a escola intensifica o trabalho em relação à importância de participar das feiras de ciências, por meio de oficinas e cursos, como forma de incentivo. “Todos os anos a gente realiza a feira na escola, realizamos oficinas nas salas de aula para passar a metodologia científica, para mostrar como é feito, sempre para incentivá-los a participar da feira, no sentido de que se eles ganharem na escola, eles terão a possibilidade de apresentar o trabalho em outras feiras”, disse Kiara Dantas.
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