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Postado às 09h30 | 28 Nov 2017 | Redação Em greve, servidores restringem ainda mais o atendimento no HRTM

Crédito da foto: Marcos Garcia/Arquivo Os servidores pedem também melhores condições de trabalho

Amina Costa/De Fato

Devido à falta de interesse de negociação por parte do Governo do Estado, os servidores da Saúde decidiram restringir ainda mais o atendimento no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). Conforme determinação judicial, 70% dos servidores estão trabalhando, mas alguns setores do hospital foram fechados, como um centro cirúrgico e alas das enfermarias.

Em greve há duas semanas, os servidores da Saúde do Estado pedem que o governador Robinson Faria divulgue pelo menos um calendário de pagamento dos servidores. Além dos atrasos salariais que estão sendo constantes há quase dois anos, os servidores que estão lotados no HRTM pedem ainda melhores condições de trabalho para aquele hospital, que é o maior da região.

“Deverá estar em pleno funcionamento para urgências e emergências apenas uma sala do centro cirúrgico, estando as outras disponíveis apenas para casos de extrema urgência. Cada clínica deverá fechar duas enfermarias para internamentos, devendo receber apenas pacientes de procedimentos do centro cirúrgico ou da UTI”, informava o documento emitido pelos servidores da Saúde.

“Nós estamos sem água nas torneiras, devido um problema técnico, por isso não tem como os profissionais lavar as mãos, o acompanhante tomar banho, nem como fazer a higiene no paciente. Desse jeito, fica totalmente inviável receber mais pacientes em um local sem a menor estrutura. As pessoas têm de entender que a nossa luta não é apenas salarial, mas por melhores condições de trabalho, porque faltam coisas simples, como medicamentos e insumos como o soro”, disse uma servidora do HRTM.

A decisão de restringir ainda mais os atendimentos ocorreu após uma assembleia que foi realizada na tarde desta segunda-feira, 27, e contou com a participação de sindicalistas e funcionários não sindicalizados que estão lotados no HRTM. Participaram da reunião os funcionários dos setores de laboratório, tomografia, ECG, USG, endoscopia, raios-X, pequena cirurgia, traumatologia e sala de medicamentos.

Além do fechamento de alguns setores, a transferência de pacientes está sendo feita apenas entre os hospitais regionais, ou seja, o Tarcísio Maia não está recebendo pacientes que estão internados em hospitais municipais. Estão sendo atendidos apenas os pacientes que têm classificação amarela ou vermelha. “A regulação de pacientes está sendo feita apenas entre unidades regionais, com exceção de casos em que o paciente tem politraumatismo ou tem necessidade de neurocirurgia. Como o Tarcísio Maia é o único da região que atende esses casos, nós não podemos ficar sem recebê-los”, disse uma servidora que pediu para não ser identificada.

Questionada sobre o número de pacientes que o HRTM recebe quando está atendendo normalmente, a servidora informou não ter os números exatos, mas garantiu que, depois da greve, nem 50% dos atendimentos estão sendo realizados. “Nós não estamos realizando nem metade dos atendimentos que realizamos normalmente. Os corredores estão vagos e temos poucos pacientes”, comentou.

Os servidores informaram ainda que o Governo do Estado tentou enfraquecer o movimento grevista com o pagamento dos salários de servidores que recebem até R$ 4 mil. “O governador tentou enfraquecer nosso movimento e pagou o salário de algumas pessoas que recebem até R$ 4 mil, mesmo assim não conseguiu, porque essas pessoas que receberam sabem que isso se trata de uma jogada para calar a nossa boca”, disse.

“A cada dia, os servidores estão mais adeptos à greve. Duas semanas de movimento e não existe nenhuma proposta por parte do Governo do Estado. Devido essa falta de interesse do Governo de negociar, os servidores estão aderindo ao nosso movimento”, finalizou a servidora.

 

Servidores da Uern também organizam ações de greve

Os professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) também estão em greve há duas semanas, devido o atraso salarial por parte do Governo do Estado. De acordo com informações repassadas pela Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), nenhum servidor da instituição recebeu o salário referente ao mês de outubro.

Depois de terem passado 12 dias acampados na Governadoria, na tentativa de negociação com o governador Robinson Faria, e terem sido retirados do local após o cumprimento de ação judicial com uso de força militar, os professores estão criando uma agenda de ações de greve. Nesta terça-feira, 28, ocorre uma audiência de conciliação no Ministério Público em Natal.

A presidente da Aduern, Rivânia Moura, informou que a audiência deverá contar com a presença da Reitoria da Uern, Aduern (junto com o comando de greve) e Governo do Estado. “Estamos nos mobilizando para reunir estudantes e professores em Natal, na frente do Ministério Público, para protestar na frente do órgão. Essa é a primeira ação de greve que temos planejada e, no decorrer da semana, vamos organizando novas ações”, disse.

Na última sexta-feira, 24, os servidores e estudantes da Uern que ocupavam a Secretaria de Planejamento do Governo do Estado foram retirados do local sob forte ação policial. Essa ação foi repudiada pela Universidade e por outros sindicatos, que avaliaram a ação como absurda e repugnante.

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