Amina Costa/Da Redação
Os pacientes que dependem da saúde pública do Estado estão tendo de conviver com problemas diários, que se arrastam há anos, devido o sucateamento dos grandes hospitais de urgência e emergência. Nesta semana, a empresa Serviços de Assistência Médica Ambulatorial (SAMA) informou que iria suspender os serviços médicos em hospitais de Mossoró, Natal e Parnamirim.
De acordo com a Sama, o Governo do Estado não efetuava, desde o mês de abril, o pagamento dos médicos que trabalham em escala de plantão na terapia intensiva em alguns hospitais do Estado, incluindo o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). Além do HRTM, a decisão da Sama prejudicaria ainda o Hospital Walfredo Gurgel, Santa Catarina e Giselda Trigueiro, em Natal, bem como o Deoclécio Marques, em Parnamirim.
A reportagem do JORNAL DE FATO entrou em contato com a Secretaria de Saúde Pública do RN (SESAP-RN), que informou que não houve e não ocorrerá a descontinuidade dos serviços oferecidos pela Sama. A Sesap informou ainda que, no final da tarde desta quinta-feira (8) foi feito o pagamento do valor referente ao mês de abril.
“A ordem de pagamento, referente ao mês de abril, para a empresa foi emitida na tarde desta quinta-feira. Ressalta-se que o atraso se deu devido à necessidade de reajustes na documentação encaminhada pela Sama à secretaria. Reforça, ainda que, mesmo com todas as dificuldades financeiras, a secretaria vem tomando todas as medidas administrativas negociando e dialogando periodicamente com seus fornecedores sempre com o propósito de garantir a assistência à população potiguar”, informou a Sama.
A reportagem conversou ainda com a assessoria de imprensa do HRTM para saber se a prestação dos serviços médicos foi prejudicada com a decisão da Sama. A assessoria informou que nenhum serviço foi prejudicado e que, com o pagamento do débito referente ao mês de abril, os atendimentos continuarão ocorrendo normalmente.
A reportagem do JORNAL DE FATO também tomou conhecimento que os coletores de urina estavam em falta no segundo maior hospital público do Estado, o HRTM. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do hospital, que informou a reposição do material ainda nesta sexta-feira. “O coletor aberto realmente está em falta, mas a previsão é de que cheguem 5 mil coletores fechados nesta sexta-feira (9). Já os coletores fechados, nós temos eles em estoque”, informou a assessoria.
Questionado sobre a prática de utilizar garrafas descartáveis como coletores, a assessoria de imprensa informou que houve essa conduta no hospital, mas que o acompanhante do paciente foi orientado a procurar a farmácia para pegar um saco higiênico, que está sendo utilizado para essa finalidade. “Teve um caso em que estava sendo usada garrafa descartável, mas a indicação é pegar um saco plástico higiênico na farmácia, até a chegada dos coletores”, informou.
Hospitais do Estado ficaram sem serviço de cozinha e lavanderia nesta quinta
Ainda nesta quinta-feira (8), funcionários da empresa terceirizada JMT, que é fornecedora de serviço terceirizado de nutrição e limpeza hospitalar às unidades de saúde do Estado, paralisaram algumas atividades em hospitais estaduais. De acordo com os funcionários, o motivo da paralisação foi a falta de pagamento para a empresa terceirizada.
Em Caicó, o Hospital Regional do Seridó, que atende à região e cidades da Paraíba, teve os serviços de cozinha e lavanderia paralisados nesta quinta. Em Natal, os funcionários da empresa que prestam serviço aos hospitais Santa Catarina, Maria Alice, Giselda Trigueiro, Rui Pereira, João Machado, Hospital da Polícia Militar, Deoclécio Marques de Parnamirim e Walfredo Gurgel paralisaram totalmente suas atividades.
Essa paralisação dos funcionários da JMT não chegou a atingir o HRTM, apesar dos fortes rumores de que seria feita greve. “Existem rumores de que os funcionários vão entrar em greve, mas, até o momento, nenhum serviço foi comprometido”, informou a assessoria de imprensa do HRTM.
A Sesap informou à reportagem que o pagamento aos funcionários atuantes na Região Metropolitana de Natal já foi realizado e os que atuam no interior receberão até o final da tarde desta quinta-feira. Com isto, as atividades devem ser retomadas normalmente ainda nesta sexta-feira (9).
A Secretaria informou ainda que não pode ocorrer suspensão dos serviços prestados pela empresa antes do prazo de 90 dias, que é o tempo limite para o atraso do repasse. Como alguns serviços foram suspensos nesta quinta-feira, alguns processos de trabalho tiveram de ser adaptados, para garantir os serviços nos hospitais do Estado.
“Importante salientar que para garantir a continuidade da assistência aos pacientes no dia de hoje (quinta-feira), alguns processos de trabalho foram adaptados. A Sesap destaca, ainda, que contratualmente os pagamentos à JMT estão em dia e que a suspensão de qualquer atividade só pode ocorrer quando houver o atraso de 90 dias no pagamento”, informou a Sesap.
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