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Postado às 13h45 | 17 Out 2019 | Redação Pacientes ostomizados denunciam Governo do Estado por falta de bolsas

Crédito da foto: Edilberto Barros/Câmara Municipal de Mossoró Pacientes ostomizados protestaram na Câmara Municipal de Mossoró

Em julho deste ano, uma série de reportagens na imprensa local e estadual denunciou a falta de bolsas coletoras e a interrupção de cirurgias de reversão para pacientes ostomizados. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (SESAP-RN), agilizou algumas medidas, adquirindo 85 mil bolsas e outros itens de material destinado ao atendimento de pessoas com ostomias intestinais e urinárias.

O Governo chegou a anunciar, através da Assessoria de Comunicação, que a quantidade adquirida iria beneficiar diretamente 1.978 pessoas devidamente cadastradas no Programa de Órtese, Prótese e Materiais Especiais durante os próximos três meses. Também garantiu que a Sesap estava realizando um novo processo licitatório que iria assegurar a aquisição do material previsto para 12 meses. O custo dessa primeira remessa seria de R$ 534.195,00.

Só que a promessa não saiu do papel. Os pacientes estão denunciando o atraso na entrega e falta de bolsas, além da suspensão das cirurgias de reversão. O tema ocupou a Tribuna Popular da Câmara Municipal de Mossoró nesta quarta-feira (16). Pacientes e familiares ocuparam as galerias do Palácio Rodolfo Fernandes para cobrar apoio dos vereadores no sentido de sensibilizar o Governo do Estado.

A representante do grupo de ostomizados, Inês Isaura, afirmou que, após três meses de atraso, o Governo do Estado só adquiriu um tipo de bolsa, a mais simples, que não atende às necessidades de todos os pacientes. Segundo Inês, a situação é bastante preocupante daquelas pessoas que esperam pela cirurgia de reversão. Ela afirmou que o procedimento está suspenso pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que o procedimento, em unidade particular, custa em torno de R$ 15 mil. As pessoas menos favorecidas não têm condições financeiras para pagar a cirurgia.

Diante do quadro, que é preocupante, a representante do grupo de ostomizados pediu o apoio dos vereadores para levar a demanda até a Secretaria de Saúde do Governo do Estado. “Faço aqui um pedido de socorro em nome dos pacientes. As bolsas são muito caras, custando cerca de R$ 80,00 a R$ 90,00 cada uma. Os pacientes usam, no mínimo, 10 por mês. Existe uma portaria do Ministério da Saúde que determina a compra desse material e isso não está sendo cumprido”, desabafou.

O vereador Gilberto Diógenes (PT), que dá sustentação política ao Governo do Estado em Mossoró, assumiu o compromisso de levar o pleito ao governo Fátima Bezerra (PT). “Vou marcar uma audiência na Secretaria de Saúde do Estado para falar sobre essa situação, que é urgente e será prioridade”, prometeu. O vereador Petras Vinícius (DEM) também afirmou que levará a pauta para a Assembleia Legislativa.

A vereadora Aline Couto (Avante) defendeu que o Governo do Estado adote medidas o mais rápido possível. “Minha proposta é que o Estado faça uma licitação para compra de bolsas para cerca de 1.200 ostomizados que precisam, mas não podem comprar. E, além disso, resolva outros problemas e retome as cirurgias eletivas na nossa cidade, já que tanta gente também necessita dos procedimentos”, defendeu.

 

SAÚDE

Em outro pronunciamento, Aline Couto lamentou situação de uma paciente internada no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) que precisou de transporte para Natal, mas que teve a solicitação negada pelo Estado, apesar da necessidade.

A crise no Hospital Tarcísio Maia se arrasta há meses, sem que o Governo do Estado adote medidas. As informações que chegam à Câmara apontam falta de medicamento, de materiais e equipamentos quebrados. “O Governo do Estado precisa priorizar o Hospital Tarcísio Maia e resolver os problemas que afetam a principal unidade de saúde de nossa cidade e região.”

Paciente ostomizado

O paciente ostomizado é aquele que, em razão de trauma ou doença, teve desviado, cirurgicamente e de forma temporária ou definitiva, seu trânsito intestinal ou urinário.

Dessa forma, elimina suas fezes ou urina através de um orifício artificial no abdômen (chamado de ostoma), daí ser preciso usar uma bolsa coletora.

Existem três tipos de ostomia: colostomia (comunica o cólon com o exterior), ileostomia (comunica o intestino delgado com o exterior) e urostomia (desvio do curso normal da urina).

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