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Postado às 08h15 | 25 Out 2019 | Redação História inspiradora na abertura da Feira de Ciência do Semiárido

Crédito da foto: Ufersa Ekarinny Mirela falou aos presentes sobre experiência dela como jovem cientista

A 9ª Feira de Ciências do Semiárido Potiguar está proporcionando ao público conhecer ideias inovadoras de estudantes do ensino médio e fundamental de escolas que integram a região Oeste do Rio Grande do Norte. O evento acontece no campus da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) em Mossoró, com a exposição de 216 trabalhos selecionados entre 3.500 apresentados nas feiras de ciências escolares.

Na palestra de abertura, a estudante Ekarinny Mirela Brito de Medeiros, 19, do curso de Ciência e Tecnologia da Ufersa, abordou a sua experiência como jovem cientista ao ter ganhado por duas vezes uma premiação nacional e uma internacional. “É algo gratificante e emocionante após três anos participando da Feira de Ciências do Semiárido, hoje subir nesse palco como inspiração”, afirmou a jovem cientista.

Ekarinny Mirela sempre estudou em escola pública, por isso, entende que é ainda mais gratificante alcançar objetivos sonhados. Ela ressaltou que é muito inspirador poder olhar para a grande quantidade de estudantes fascinados pela ciência. “Acredito na educação, acredito na ciência como ferramenta eficaz de mudança social”, disse Ekarinny Brito. E para os participantes da feira, a dica é para “acreditar nos sonhos, que não seja qualquer obstáculo que possa atrapalhar a caminhada. Que tenham força, persistência e esforço para conseguir os objetivos”, deixou a dica.

Quem assistiu à palestra da jovem cientista, pôde comprovar a determinação da estudante ao decidir participar da feira de ciência da Escola Estadual Hermógenes Nogueira, saindo do conjunto Abolição IV (zona oeste de Mossoró) para a Feira Internacional de Ciência e Engenharia, a Intel Isef, nos Estados Unidos, após ter sido premiada por duas vezes na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (FEBRACE).

Ao iniciar, Ekarinny Mirela agradeceu a conquista a todos os professores em nome da professora de Biologia Kiara, que a orientou nessa jornada iniciada em 2016. Motivada por três amigos da escola, ela decidiu participar da feira de ciências. A partir daí, procurou entender o que é método científico e buscar um problema ainda sem solução.

A primeira ideia foi transformar folhas secas do cajueiro numa embalagem de alimentos biodegradável, a embacaju. Com esse experimento, venceu todas as fases, chegando à Febrace, em São Paulo, conquistando o 2° lugar na área biológica, além de credencial para Mostra Tec, no Rio Grande Sul, conquistando o 1° lugar e, em 2018, participou como convidada de um Fórum Científico em Londres.

Em 2017, a embacaju foi transformada em garrafa biodegradável, participando de todas as etapas da feira de ciências e conquistando pela segunda vez credencial para Febrace. E em 2018, a jovem cientista desenvolveu um projeto ainda mais audacioso, criando um cateter proveniente do aproveitamento do líquido da castanha do caju para prevenir infecção na corrente sanguínea.

“Basicamente, o que fiz foi um plástico com propriedades antimicrobianas a partir do líquido da castanha do caju”, resumiu. Esse experimento a credenciou para a Feira do Semiárido Potiguar (6 prêmios), para a Febrace (6 prêmios), culminado com a premiação na maior feira de ciência do planeta, a Intel Iself (dois prêmios), nos Estados Unidos. “A menina que saiu de uma escola pública do conjunto Abolição conquistou o 1° lugar na Sociedade Americana de Patentes e o 4° lugar na categoria Medicina Avançada, da Intel Iself”, contou, sendo aplaudida pelos demais estudantes que participam da Feira de Ciências do Semiárido Potiguar.

A trajetória de Ekarinny Mirela também é marcada por tristezas. Durante esse período de três anos, a jovem estudante perdeu a avó e também a mãe, ambas por infarto, duas grandes incentivadoras de suas conquistas. “Não é sobre ganhar, sobre estar nesse palco; é sobre não desistir, encontrar na ciência, na educação, o caminho a seguir”, recomendou a jovem que “transformou a dor em força para vencer e ganhou o mundo com uma boa ideia”.

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