O jornalista César Santos publicou em sua coluna na edição desta quinta-feira (23) numa denúncia sobre a decisão do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (SESAP-RN), de dificultar a transferência de pacientes das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) para o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM).
Ainda segundo a coluna, um cidadão mossoroense usou as redes sociais para acusar que o pai e o avô morreram num intervalo de apenas 16 dias na espera de transferência da UPA para o Hospital Tarcísio Maia.
Em contato com a reportagem, a diretora do HRTM, Herbênia Ferreira, disse que o hospital não está dificultando a transferência de pacientes das UPAs para a unidade hospitalar. Ela classificou a denúncia como “inverdade” e enfatizou que o HRTM segue uma orientação.
“Com relação a essa questão que o Hospital Regional Tarcísio Maia está dificultando a transferência dos pacientes, isso é uma inverdade. Porque: hoje nós obedecemos um fluxo. Com a regulação que agente implementou na porta do hospital, o que é que acontecesse. Existe um fluxo. O paciente ao dar entrada nas UPAs ou em outro serviço de saúde da baixa e média complexidade ele é regulado. Entra-se em contato com o Hospital Tarcísio Maia, o hospital orienta estabilizar esse paciente até que a gente tenha condições de recebê-lo. Então, essa é a orientação hoje. Esse é o fluxo”, disse.
Já em relação ao caso citado pelo popular que se identificou com o nome de “Gutemberg Medeiros”, Herbênia Ferreira revelou que conversará com os clínicos para saber o que realmente houve e explicou o que tem acontecido, segundo ela.
“Com relação a esse caso, a gente inclusive vai conversar com os clínicos para saber realmente o que houve. Mas, o que tem acontecido é o seguinte: paciente, ao dar entrada na UPA, precisa estabilizar, precisa ter sua área vermelha e prestar a assistência nessa urgência ao paciente e estabilizar enquanto faz a regulação para o Tarcísio Maia. O que acontece é que muitas vezes nós estamos com o hospital superlotado e faltam ponto de oxigênio, leito adequado para receber esse paciente. Então, qual é a orientação? Que a UPA mantenha o paciente, fique monitorando seu paciente, estabilize o paciente e assim que o Hospital Tarcísio Maia tiver condições de receber esse paciente, que nós tivermos condições, o leito disponível e o ponto de oxigênio, que muitas vezes nós temos dificuldades por conta da superlotação, é que a gente regula e traz o paciente”.
A Prefeitura de Mossoró informa, em nota, que “as UPAs, como o próprio nome diz, realizam o trabalho de pronto-atendimento do usuário e, caso sejam necessários, estes são encaminhados para o Hospital Regional Tarcísio Maia” e diz ainda que “de acordo com portaria do Ministério da Saúde, as UPAs não devem permanecer com paciente por muito tempo, sendo esta a atribuição do hospital de urgência, que dispõe de leitos hospitalares.”.
O cidadão narrou a sua revolta em forma de denúncia: Confira.
“O Governo do Estado, secretário de Saúde e a direção do Hospital Tarcísio Maia têm as mãos sujas de morte. Já são dois familiares meu que eu enterro em menos de 16 dias, primeiro meu pai, segundo meu avô, todos os dois esperando ser transferidos para o hospital, horas e horas esperando ser transferidos da UPA para o Hospital Tarcísio Maia e essa transferência não acontece, um tremendo descaso com a saúde dos idosos do nosso estado. Quem estiver com um familiar idoso doente eu oriento que leve logo para o Tarcísio Maia porque quando chega na UPA para ser transferido para o Tarcísio é impossível, só sai da UPA direto para o cemitério. Infelizmente.”
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