Quarta-Feira, 24 de abril de 2024

Postado às 07h45 | 30 Jan 2020 | Redação Dia D contra hanseníase acontece nesta quinta-feira no PAM do Bom Jardim

Crédito da foto: Divulgação A mobilização vai ocorrer das 7h às 12h

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio do Instituto de Medicina Tropical (IMT), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Prefeitura de Mossoró, realiza durante toda a manhã desta quinta-feira (30) atividade para diagnóstico da hanseníase em Mossoró. A ação está dentro da programação do Janeiro Roxo e vai ocorrer no Centro Clínico Professor Vingt-un Rosado (PAM do Bom Jardim).

A mobilização vai ocorrer das 7h às 12h tendo o suporte de profissionais da Secretaria de Saúde e UFRN. Essa parceria tem o objetivo de identificar possíveis novos casos na cidade e encaminhar os indivíduos para um tratamento imediato, uma vez que a hanseníase tem cura.

Pessoas com manchas de pele dormentes ou lesões crônicas que não estão melhorando com tratamentos convencionais ou que tiveram contato com hanseníase devem se dirigir a essas unidades para triagem, diagnóstico e tratamento — nos casos de confirmação. Todos os atendimentos são gratuitos e realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O RN é um dos lugares com menor índice observado de hanseníase no Nordeste, com cerca de 250 a 300 confirmações anuais. Para efeito de comparação, o Ceará tem cerca de 2.000 casos novos por ano e a Paraíba, 300. O problema é que, por ter poucos casos, a doença é mais negligenciada, fazendo aumentar o número de pessoas diagnosticadas tardiamente.

No RN, o número de casos novos de pacientes com incapacidade neurológica irreversível é de 12%, quase o dobro da média nacional, que é de 7%. Para o médico dermatologista Maurício Lisboa Nobre, assessor para hanseníase da OMS no RN e pesquisador do IMT, essa é uma prova de que o estado está negligenciando a doença e muitos casos não estão sendo descobertos.

Selma Jerônimo, diretora do IMT, alerta para urgência de tornar esse problema cada vez mais conhecido da população, a fim de evitar que continue se espalhando e causando tantos estragos. Segundo ela, o trabalho do Instituto de Medicina Tropical tem ajudado nesse percurso, não só identificando as áreas de risco e atuando junto às localidades, mas também buscando entender o mecanismo de transmissão e proliferação, além de oferecer novas possibilidades de diagnóstico e tratamento.

O que é hanseníase

A hanseníase é uma doença infecciosa, causada por uma bactéria, chamada Mycobacterium leprae. Antigamente, era chamada de “lepra”, termo não mais utilizado no Brasil desde a década de 1970. Trata-se de uma doença perfeitamente curável, mas se não tratada devidamente, pode ser preocupante. Seu tratamento é gratuito.

A transmissão do Mycobacterium leprae entre humanos se dá através do que se convencionou chamar de “contato direto e prolongado” com um portador do bacilo que não esteja em tratamento. Apesar de ser uma enfermidade dermatológica, sua transmissão é realizada por gotículas que saem do nariz ou através da saliva. Não há transmissão pelo contato de pele com o paciente.

A hanseníase afeta primordialmente a pele, mas também pode atacar os olhos, os nervos periféricos e eventualmente outros órgãos. Ela não se manifesta imediatamente. Seu tempo de incubação no organismo humano varia de 6 meses a até 6 anos. Um de seus principais sintomas são manchas de cor parda ou eritomatosas, geralmente pouco visíveis e com limites imprecisos.

Nas áreas mais afetadas pela doença, o paciente apresenta normalmente uma perda de sensibilidade térmica na região da mancha, perda de pelos e ausência de transpiração. Além disso, podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos. Além disso, também podem haver alterações na musculatura esquelética, causando deformidades nos membros.

Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são:

Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.

Áreas com diminuição dos pelos e do suor.

Dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas.

Inchaço de mãos e pés.

Diminuição sensibilidade e-ou da força muscular da face, mãos e pés, devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.

Úlceras de pernas e pés.

Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

Febre, edemas e dor nas articulações.

Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz.

Ressecamento nos olhos.

Tratamento

O tratamento da hanseníase é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Antibióticos são usados para tratar infecções, mas o tratamento completo é de longo prazo. Nas formas mais brandas (paucibacilares) demora em torno de seis meses, já nas formas mais complicadas pode demorar um ano ou mais.

Existem alguns medicamentos específicos e combinações medicamentosas que são prescritas pelo médico. Alguns deles não podem ser tomados por gestantes. Por isso, comunique sempre seu médico em caso de gravidez. É fundamental seguir o tratamento prescrito pelo médico, pois ele é eficaz e permite a cura da doença caso não seja interrompido. A primeira dose do medicamento já garante que a bactéria não é transmitida a outras pessoas.

Tags:

Dia D
hanseníase
PAM do Bom Jardim
UFRN
IMT
Prefeitura de Mossoró

voltar