Terça-Feira, 04 de fevereiro de 2025

Postado às 08h45 | 06 Fev 2020 | Redação Filha pede ajuda para pai realizar nova cirurgia no fêmur

Crédito da foto: Cedida Jonas Marques da Silva sofreu uma queda em casa e quebrou o fêmur no ano passado

“Estou passando por um momento muito difícil. Meu pai caiu, quebrou o fêmur, já fez duas cirurgias e os parafusos estão se soltando. Os médicos do Tarcísio Maia não querem recebê-lo. Dizem que não vão mexer numa cirurgia pela qual eles não se podem se responsabilizar”, iniciou seu desabafo em uma rede social.

A reportagem do DE FATO entrou em contato com Jeania, que explicou a situação por telefone. Segundo ela, nenhum médico quer receber seu pai Jonas Marques da Silva, de 69 anos, para fazer uma nova cirurgia.

“Os médicos não querem receber a gente no Tarcísio Maia porque ninguém quer se responsabilizar por uma cirurgia que eles não fizeram. Nós já fomos para Natal e o médico de lá fez um encaminhamento direto para Mossoró. Chegamos lá e o médico mandou a gente voltar, pois não iam receber”, contou a mulher.

Ela explica que o pai sofreu uma queda em casa no dia 14 de dezembro do ano passado e quebrou o fêmur e disse que passou vários dias no Tarcísio Maia até que a cirurgia fosse realizada no dia 30 de janeiro.

“O meu pai sofreu uma queda em 14 de dezembro do ano passado. Ele quebrou o fêmur. Passamos do dia 15 de dezembro até o dia 5 de janeiro dentro do Tarcísio Maia. No dia 5, marcaram a cirurgia, que foi realizada no dia 30.

Em tom de angústia e desespero, Jeania da Silva pede uma definição para o caso de seu pai, que segundo ela, não tem conseguido dormir por conta das fortes dores causada pelos parafusos que estão se soltando.

“Se teve um erro, eu quero que seja corrigido. Meu pai está sofrendo com dor a noite inteira. Ele precisa retirar a placa e colocar outra. Eu não quero prejudicar ninguém, só quero que ele seja recebido e refaçam a cirurgia. Conseguiram (ela falou que alguém do Município de Ipanguaçu) falar com o médico que fez a cirurgia. Ele está dizendo agora que é coisa de ambulatório”, disse a mulher, que, indagada sobre quem foi o médico que operou seu pai, preferiu não revelar, dizendo somente que não quer prejudicar ninguém.

A mulher disse ainda que foram colocados 10 parafusos. Um deles já saiu e o outro está saindo, ferindo a perna do aposentado de 69 anos.

Confira desabafo de Jeania da Silva no Instagram:

“Muito difícil, estou passando pelo momento muito difícil, onde meu pai caiu quebrou o fêmur, já fez duas cirurgias e os parafusos estão se soltando e os médicos do Tarcísio Maia não querem receber porque dizem que não vão mexer numa cirurgia da qual eles não podem se responsabilizar, fomos para Natal ontem, o médico fez o encaminhamento direto para Mossoró, chegamos lá e os médicos mandaram a gente voltar, pois não, eu receber, eles dizem que amanhã, quarta-feira, o médico que fez a cirurgia está de plantão, amanhã quarta-feira a gente vai estar de frente ao Tarcísio Maia, sei que mais uma vez ele não vai ser recebido, pois ele sente muita dor febre, mas ninguém quer se responsabilizar pelo que não fez e o médico que fez a cirurgia ele disse para mim que foi apenas mais um médico que esteve de plantão, quer dizer que não podia fazer mais nada Peça ajuda de todos os amigos que se puder comparecer ao Tarcísio Maia para junto comigo e poderia me ajudar, peça Repórter ajuda, pois eles querem 8 mil só a placa 8000, só a placa de comprar a placa muito menos de fazer cirurgia particular, peço ajuda a todos os amigos que puderem me ajudar nesse momento difícil que eles fizeram um erro eles corrijam, é um ser humano, é uma vida.”

Transferência de paciente para HRTM também gerou revolta em rede social

No final de janeiro deste ano, também outra postagem em uma rede social gerou polêmica no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). Um cidadão mossoroense, que se identificou como Gutemberg Medeiros, usou as redes sociais para acusar que o pai e o avô morreram num intervalo de apenas 16 dias na espera de transferência da UPA para o Hospital Tarcísio Maia. Na postagem, o homem começa dizendo que “o Governo do Estado, secretário de Saúde e a direção do Hospital Tarcísio Maia têm as mãos sujas de morte”.

À época, a diretora do HRTM, Herbênia Ferreira, disse que o hospital não estava dificultando a transferência de pacientes das UPAs para a unidade hospitalar. Ela classificou a denúncia como “inverdade” e enfatizou que o HRTM seguia uma orientação.

“Com relação a essa questão que o Hospital Regional Tarcísio Maia está dificultando a transferência dos pacientes, isso é uma inverdade. Porque: hoje nós obedecemos um fluxo. Com a regulação que a gente implementou na porta do hospital, o que é que acontecesse. Existe um fluxo. O paciente, ao dar entrada nas UPAs ou em outro serviço de saúde da baixa e média complexidade, ele é regulado. Entra-se em contato com o Hospital Tarcísio Maia, o hospital orienta estabilizar esse paciente até que a gente tenha condições de recebê-lo. Então, essa é a orientação hoje. Esse é o fluxo”, disse à reportagem.

Já a Prefeitura de Mossoró informa, em nota, que “as UPAs, como o próprio nome diz, realizam o trabalho de pronto-atendimento do usuário e, caso sejam necessários, estes são encaminhados para o Hospital Regional Tarcísio Maia” e diz ainda que “de acordo com portaria do Ministério da Saúde, as UPAs não devem permanecer com paciente por muito tempo, sendo esta a atribuição do hospital de urgência, que dispõe de leitos hospitalares”.

Hospital Walfredo Gurgel sofre com superlotação

O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SINDSAÚDE/RN) disse que seus diretores presenciaram um cenário de guerra no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, na manhã da última terça-feira (4).

Segundo a entidade, enquanto os diretores do órgão mobilizavam para o ato público contra a reforma da Previdência do Governo do Estado, eles encontraram cerca 96 pacientes que estavam internados nos corredores do maior hospital público do RN.

“Infelizmente, não há leitos de UTI suficientes no estado. Cerca de 110 leitos espalhados pelo RN estão aguardando para serem reabertos, mesmo sendo judicializado há anos. O hospital de Canguaretama foi fechado no ano passado e o Rui Pereira sofre ameaça de fechamento”, disse o Sindsaúde/RN.

"Dia após dia, o caos vai se espalhando na saúde pública. A saúde continua precária. O governo de Fátima Bezerra (PT) está dando continuidade à política de sucateamento do SUS e dos demais serviços públicos, aplicada pelos governos anteriores. Ao invés de abrir mais leitos, o Governo está fechando os serviços. A situação está insuportável, carga de trabalho excessiva e essa é a realidade do Walfredo Gurgel", declarou Carlos Alexandre, servidor do Walfredo Gurgel e diretor do Sindsaúde RN.

CORREDÔMETRO RN

Em 2015, o Sindsaúde RN criou o corredômetro nos quatro maiores hospitais do estado: Walfredo Gurgel, Santa Catarina, Deoclécio Marques e Tarcísio Maia. A contagem funcionava uma vez por semana pelos próprios servidores. A intenção era divulgar o número de pacientes nos corredores dos hospitais públicos. O corredômetro foi suspenso em 2018, mas a ideia é retomá-lo agora em 2020. Ainda neste mês, será lançado novamente o Corredômetro RN.

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