Segunda-Feira, 10 de março de 2025

Postado às 10h15 | 19 Fev 2020 | Redação Condições climáticas interferem no conserto de poços

Crédito da foto: Divulgação/Caern Normalmente, mais de 10 pessoas trabalham nas operações de conserto dos poços

Amina Costa/Da Redação

As fortes chuvas que aconteceram no último final de semana em Mossoró afetaram o sistema de abastecimento de água que é fornecido pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN). Devido à quantidade de raios, todos os 18 poços pararam de funcionar por algum tempo, mas alguns retornaram com o fim da chuva.

No entanto, o poço 18, que abastece parte do Santo Antônio, Barrocas e Bom Jardim, e o poço 24, responsável pelo abastecimento dos bairros Bom Jesus, Planalto 13 de Maio, Alto de São Manoel e Ilha de Santa Luzia, não voltaram a funcionar após a pane do sistema. Por esse motivo, a Caern está realizando o conserto desses poços e o abastecimento nesses bairros está suspenso.

“Os poços 18 e 24 estão parados após apresentar problema elétrico. Durante o final de semana, em função das chuvas e grande quantidade de raios, todo o sistema de abastecimento de Mossoró foi afetado. Os 18 poços da cidade chegaram a paralisar, mas retornaram ao longo do final de semana.

A equipe da Caern tentou retomar o funcionamento dos poços 18 e 24, mas eles vão precisar de serviço de reparo mais demorado”, informou a companhia, por meio de nota à imprensa.

Segundo a Caern, o conserto do poço 24 deve ser concluído nesta quarta-feira (19) e o abastecimento, normalizado em até 48 horas. Já os moradores que dependem do poço 18 para receber o abastecimento devem esperar até o final de semana para ter o sistema religado. A companhia informou que a previsão de conserto é somente na sexta-feira (21) e a normalização de todo o sistema ocorre, também, 48 horas após o funcionamento do poço.

Nehilton Barreto, chefe da unidade de Manutenção de água da Caern, em Mossoró, informou que o procedimento de conserto de um poço é delicado e depende, entre muitas coisas, das condições climáticas. Primeiro, é mobilizada uma equipe de aproximadamente 12 pessoas e, após reunir todo o material para o conserto do poço, é feita a solicitação de um guindaste, que ajuda nesse procedimento.

“A gente solicita que o guindaste vá até o ponto onde vai ocorrer a operação. Dependendo da localidade do poço, o guindaste vai direto para o local, onde já está a equipe esperando. Quando é feita toda a mobilização, observam-se as condições do tempo, pois como o guindaste é de ferro, ao levantar a haste, ele se torna um ponto para a ação de raios. Então, se o tempo não estiver favorável e houver incidência de chuva, principalmente se for chuva com trovoadas e relâmpagos, a operação não pode acontecer, devido o risco que toda a equipe corre”, informou o chefe do setor.

Caern explica como funciona conserto de poço

Nehilton Barreto, chefe da unidade de Manutenção de água da Caern em Mossoró, comentou que toda a equipe é preparada para o serviço de manutenção dos poços, mas que é preciso tomar muitos cuidados para que não ocorram incidentes no momento da operação. Quando as condições climáticas permitem o conserto dos poços, é montado todo um esquema de montagem e desmontagem das peças que formam a tubulação, para poder chegar até a bomba que apresentou problema.

“As condições sendo favoráveis, estando tudo certo para a realização do conserto, a gente faz a locação do guindaste, centraliza em relação ao poço e desmonta o barrilhete. A gente desfaz as emendas, desliga toda a parte energizada, para que o pessoal possa trabalhar. Só após isso, começa o processo de desmontagem, onde a cada 12 metros é desmontada uma coluna, e o cabo de alimentação da bomba vai sendo enrolado em bobinas. Quando ocorre toda a desmontagem das colunas e dos cabos e, finalmente chega até a bomba, aí sim é feito o conserto do equipamento. A operação é demorada, devido todo esse processo, já que é preciso ter todo o cuidado, manter as questões de segurança”, frisa.

O chefe da unidade de manutenção de Mossoró comenta ainda que o prazo de 48 horas para que o sistema de abastecimento seja regularizado se dá devido à necessidade de retirar impurezas da água. Já que o abastecimento na cidade é feito em dias intercalados, é necessário esse prazo para que todos os bairros recebam o abastecimento.

“Como o poço fica parado por alguns dias, é normal ter um pouco de resíduo na tubulação, por isso, realizados a descarga livre da água, onde nós ligamos a bomba e esperamos que saia todos os resíduos gerados pela manutenção. Como o abastecimento é feito em dias intercalados, é necessário esse prazo de 48 horas para que tudo seja normalizado”, finaliza Nehilton Barreto.

Peso de equipamentos da Caern pode passar de 10 toneladas

A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) informa ainda que as bombas utilizadas nos poços de Mossoró têm uma tecnologia dinamarquesa, que têm potência de até 340 cv, que, convertendo em kW, chega a 260 kW. Dessa forma, somente o motor chega a pesar entre 600 kg e 800 kg.

Nehilton Barreto, chefe da unidade de Manutenção de água em Mossoró, comentou ainda que a equipe sempre usa guindaste nas operações realizadas nos poços porque, além do peso das bombas, as peças que compõem a tubulação também são bastante pesadas, já que elas estão cheias de água.

“Se a gente somar o peso do motor, mais os tubos redutores, mais o peso da água e dos cabos, vamos ter um peso total de mais de 10 toneladas. Por isso, a gente pede um guindaste de grande capacidade para a realização desse procedimento de conserto. Dependendo do tamanho do poço, esse peso pode chegar a ser bem maior. Então, não é uma operação tão simples de ser feita”, conclui Barreto.

 

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