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Postado às 11h45 | 11 Mai 2020 | Redação Nota técnica da Anvisa questiona eficácia de câmaras, cabines ou túneis

Crédito da foto: Toinho Alves Túnel de desinfecção começou a funcionar no mercado da Cobal em Mossoró

O túnel de desinfecção instalado pela Prefeitura de Mossoró na porta de acesso ao mercado da Cobal, no centro da cidade, provocou debate sobre a eficácia da medida na contenção do novo coronavírus.

A Prefeitura, através de sua assessoria de comunicação, noticiou que trata-se de uma cabine com sensor de presença. Assim que alguém entra é liberada uma solução de quartenário de amônio, que tem propriedade desinfectante (VEJA AQUI).

Por outro lado, a nota técnica 38/2020 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), divulgada no dia 7 deste mês, afirma que “o órgão não encontrou evidências científicas, até o momento, de que o uso dessas estruturas seja eficaz no combate ao novo coronavírus.”

Mais do que isso, o uso dessas estruturas (câmaras, cabines ou túneis) pode produzir importantes efeitos adversos à saúde, já que os produtos químicos supostamente utilizados nesses procedimentos, com exceção do ozônio, foram aprovados pela Anvisa para desinfecção exclusiva de superfícies, não de seres humanos.

Dentre os possíveis efeitos adversos estão: reações alérgicas, irritação na pele, no nariz, na garganta e no trato respiratório, bronquite, entre outros.

Outro ponto destacado pela Agência é que tecnicamente a duração do procedimento, entre 20 e 30 segundos, não seria suficiente para garantir o processo de desinfecção. A Anvisa reforça ainda que esse procedimento não inativa o vírus dentro do corpo humano.

A nota técnica 38/2020 também trata da prática de alguns hospitais de borrifar substâncias químicas para desinfecção dos trabalhadores da saúde ao término da sua jornada de trabalho, da mesma forma que ocorre na entrada e saída de laboratórios de alto nível de biossegurança. Essa prática tem sido adotada para a descontaminação da paramentação contaminada após o atendimento dos pacientes com Covid-19.

A Anvisa esclarece que a metodologia atual para sair do laboratório de alto nível de contenção (nível de biossegurança 4) exige que o pessoal do laboratório descontamine suas roupas de pressão positiva por meio de "lavagem mecânica" durante uma ducha de produtos químicos e água por cinco minutos. Entretanto, a borrifação de produtos químicos na saída do serviço de saúde não envolveria a fricção mecânica utilizada nos laboratórios de alto nível de contenção.

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