Edinaldo Moreno/Da Redação
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) divulgou na última terça-feira, 28, o Boletim Epidemiológico com o cenário dos casos confirmados das Hepatites Virais A, B e C, no período de janeiro de 2009 a abril de 2020, nas oito regiões de saúde do Rio Grande do Norte (RN). Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos Notificáveis (SINAN) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
De acordo com o documento, Mossoró registrou entre janeiro de 2009 e abril de 2020 o total de 346 casos confirmados da doença. Foram 76 de Hepatite A, 62 de Hepatite B e 208 de Hepatite C.
O documento mostra dos 76 casos confirmados da Hepatite A 48 foram 2009, 18 em 2010, 08 em 2011, nenhum caso em 2012, 2013, 2015, 2016, 2017, 2019 e 2020, 01 em 2014 e 2018. Já dos confirmados para a B 03 foram em 2009 e 2010, 05 em 2011, 08 em 2012, 06 em 2013, 09 em 2014, 05 em 2015, 2016 e 2017, 06 em 2018 e 2019 e 01 até abril de 2020. Por fim, das mais de 200 da C 29 foram notificadas em 2009, 19 em 2010, 10 em 2011, 16 em 2012, 12 em 2013, 14 em 2014 e 2015, 17 em 2016, 36 em 2017, 21 em 2018, 14 em 2019 e 06 até abril de 2020.
O boletim também traz o número de óbitos provocado pelas hepatites virais entre 2009 e 2019. A Região de Mossoró registrou 04 óbitos em 2009, nenhum em 2010, 05 em 2011, 02 em 2012, 06 em 2013, 04 em 2014, 01 em 2015, 02 em 2016 e 2017, e 05 em 2018 e 2019.
As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus que provocam alterações no fígado. No Brasil, as mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Na maioria das vezes, as pessoas não apresentam sintomas e desconhecem ter a infecção, tornando-se portadoras dos vírus B ou C.
Nos últimos anos, o comportamento das hepatites virais tem apresentado grandes mudanças. A melhoria das condições de higiene e de saneamento básico das populações, a vacinação contra a Hepatite A em menores de 5 anos e contra hepatite B em todas as faixas etárias, bem como o surgimento de novas técnicas para o diagnóstico e tratamento contribuíram com às transformações no perfil epidemiológico dessas doenças.
MODO DE TRANSMISSÃO
As hepatites virais A e E são transmitidas pela via fecal-oral que estão relacionadas às condições de saneamento básico, higiene pessoal, relação sexual desprotegida (contato boca-ânus), qualidade da água e dos alimentos. As hepatites virais B, C e D são transmitidas por via parenteral, percutânea ou vertical através do contato com sangue infectado e por via sexual através do esperma e secreção vaginal.
DIAGNÓSTICO
- Hepatite A: é definido pela presença do marcador Anti-HAV IgM;
- Hepatite B: é definido pela presença dos marcadores HBsAg e anti-HBc IgM reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite B (HBV-DNA) detectável.
- Hepatite C: é definido pela presença do marcador anti-HCV reagente e biologia molecular para hepatite C (HCV-RNA) detectável.
TRATAMENTO
O tratamento é oferecido gratuitamente a todos os pacientes que tem a confirmação do diagnóstico da infecção pelo vírus B (HBV) e C (HCV). No RN, atualmente, existem 133 pessoas em tratamento para hepatite B e 20 para hepatite C. O estado conta com 03 serviços de referência para o tratamento dessas doenças, sendo dois em Natal, o Hospital Giselda Trigueiro e o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), além do Hospital Rafael Fernandes em Mossoró. Os casos de hepatite A são acompanhados na atenção primária à saúde.
Confira número de casos entre janeiro de 2009 e abril de 2020 em Mossoró:
Hepatite A (76)
2009 - 48 casos
2010 - 18 casos
2011 - 08 casos
2012 - 00 caso
2013 - 00 caso
2014 - 01 caso
2015 - 00 caso
2016 - 00 caso
2017 - 00 caso
2018 - 01 caso
2019 - 00 caso
2020 – 00 caso
Hepatite B (62)
2009 - 03 casos
2010 - 03 casos
2011 – 05 casos
2012 – 08 casos
2013 - 06 casos
2014 – 09 casos
2015 – 05 casos
2016 - 05 casos
2017 – 05 casos
2018 – 06 casos
2019 - 06 casos
2020 – 01 caso
Hepatite C (208)
2009 – 29 casos
2010 - 19 casos
2011 – 10 casos
2012 – 16 casos
2013 – 12 casos
2014 – 14 casos
2015 – 14 casos
2016 – 17 casos
2017 – 36 casos
2018 – 21 casos
2019 – 14 casos
2020 – 06 casos
RN apresentou mais de 3 mil casos de hepatites virais desde 2009
Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde nesta semana, o Rio Grande do Norte apresentou 3022 casos confirmados em hepatites virais entre 2009 e 2019.
Destes, 1265 (41,9%) foram casos de Hepatite A, 662 (21,9%) de Hepatite B, 1075 (35,6%) de Hepatite C e 20 (0,6%). A distribuição dos casos por região de saúde de residência mostra que 378 (12,5%) eram residentes na 1ª região de saúde, 441 (14,6%) na 2ª região, 149 (4,9%) na 3ª região, 415 (13,7%) na 4ª região, 150 (5,0%) na 5ª região, 132 (4,4%) na 6ª região, 1271 (42,1%) na 7ª região e 86 (2,8%) na 8ª região.
O município de Natal concentrou 869 (28,8%) do total de casos registrados no estado. Verificou-se uma diminuição de 47,6% no número de casos de hepatites virais, reflexo da expressiva redução no registro de casos de hepatite A no estado. Dos 233 casos de hepatites virais notificados em 2019, 05 (2,1%) eram de hepatite A, 81(34,8%) de hepatite B e 147 (63,1%) de hepatite C.
REDUÇÃO
De janeiro a abril de 2020, foram notificados 73 casos de hepatites virais, desses 59 (80,8%) eram de hepatite C e 14 (19,2%) de hepatite B. Nos últimos dez anos, todas as regiões de saúde do RN apresentaram redução nas suas taxas de incidência de hepatite A, algumas chegando a diminuir até 100%, como são os casos da 1ª, 2ª, 5ª, 6ª e 8ª regiões.
Em 2019, as maiores taxas aconteceram na 3ª região (0,6 caso por 100 mil habitantes) e na 4ª região de saúde (0,3 caso por 100 mil habitantes). Dos 167 municípios, apenas 04 municípios registraram casos da doença, Pureza (10,4 casos por 100.000 habitantes), Poço Branco (6,5), Caicó (1,5) e Natal (0,2), todos com taxa de incidência superior a do estado (0,1 caso por 100.000 habitantes).
No período de 2009 a 2019, a taxa de detecção de hepatite A diminuiu 99%, passando de 10,5 para 0,1 casos por 100 mil habitantes; a taxa de detecção de hepatite B aumentou 109%, passando de 1,1 para 2,3 casos por 100 mil habitantes e a taxa de detecção de hepatite C aumentou 68%, passando de 2,5 para 4,2 casos por 100 mil habitantes.
Nos últimos dez anos, todas as regiões de saúde apresentaram redução nas suas taxas de incidência de hepatite A, diminuindo em 100% na 1ª região (de 20,4 para 0,0 caso por 100.000 habitantes), 100% na 2ª região (de 17,4 para 0,0 caso por 100.000 habitantes), 90,3% na 3ª região (de 6,2 para 0,6 caso por 100.000 habitantes), 94,3% na 4ª região (de 5,3 para 0,3 caso por 100.000 habitantes), 100% na 5ª região (de 23,2 para 0,0 caso por 100.000 habitantes), 100% na 6ª região (de 7,3 para 0,0 caso por 100.000 habitantes), 98,6% na 7ª região (de 7,4 para 0,1 caso por 100.000 habitantes) e 100% na 8ª região (de 1,4 para 0,0 caso por 100.000 habitantes).
Em 2019, as maiores taxas foram identificadas na 3ª região de saúde (0,6 caso por 100 mil habitantes) e na 4ª região de saúde (0,3 caso por 100 mil habitantes). Dos 167 municípios, apenas 04 municípios registraram casos da doença, Pureza (10,4 casos por 100.000 habitantes), Poço Branco (6,5 casos por 100.000 habitantes), Caicó (1,5 caso por 100.000 habitantes) e Natal (0,2 caso por 100.000 habitantes), todos com taxa de incidência superior a do estado (0,1 caso por 100.000 habitantes),
Em 2018, o estado apresentou taxa de detecção de hepatite A de 0,4 casos por 100 mil habitantes, valor superior ao da região nordeste (0,3 casos por 100 mil habitantes); de hepatite B de 2,3 casos por 100 mil habitantes, valor inferior aos da região nordeste e do Brasil (3,4 e 6,7 casos por 100 mil habitantes respectivamente) e taxa de detecção para hepatite C de 4,1 casos por 100 mil habitantes, inferior ao do Brasil (12,6 casos por 100 mil habitantes) e semelhante ao da região nordeste.
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