Edinaldo Moreno/Repórter do JORNAL DE FATO
Projeto de extensão “Adeus – Despedidas Virtuais” financiado pelo edital 02/2020 da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC) da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) visa proporcionar uma despedida virtual de homenagens personalizadas para pessoas que perderam entes queridos nesse momento de pandemia do novo coronavírus e não puderam realizar os rituais de despedida.
Ao DE FATO, a vice-coordenadora do projeto e servidora técnica-administrativa, Fernanda Freire Lima, informou que a ideia partiu após um dos integrantes do projeto ter perdido um parente para a Covid-19. Segundo ela, a família sentiu muito a perda do ente e não pôde realizar o rito convencional.
“A professora Andrea foi quem pensou nessa ação de extensão. Ela é coordenadora do projeto. Ela perdeu uma pessoa muito querida da família dela. Ela teve essa sensibilidade de pensar nessa questão do ritual da despedida que foi uma coisa que a família dela sentiu muito. Eles não puderam ter esse momento. Não puderam estar juntos nesse momento. Ela teve a ideia e submeteu à proposta e fomos contemplados”, disse.
De acordo com Fernanda Freire, a ação consiste na produção de um material audiovisual e que é uma forma de minimizar a impossibilidade da realização dos rituais convencionais de despedida. Também é disponibilizado um tutorial para a utilização da plataforma Google Meet, pela qual a família pode realizar uma cerimônia virtual, se assim desejar.
“Nós não podemos nos encontrar presencialmente. Então, a nossa ideia é que a gente faça um material audiovisual. Os membros do projeto são alunos do curso de Ciência da Computação. Eles estão ajudando a gente nesse material e o produto que vamos oferecer sobre o ente querido que a pessoa perdeu. Esse material a gente pretende fazer junto com a família. A família quem vai passar as fotos, os vídeos, as músicas e as informações do falecido que ele gostava, para que esse material seja construído de acordo com o gosto desejado. A gente dará todo o suporte para a família e como eles podem se reunir virtualmente, compartilhar esse conteúdo que a gente vai produzir e fazer uma cerimônia de forma virtual. É uma maneira de homenagear a pessoa falecida, mesmo não estando próxima fisicamente”, detalha.
A vice-coordenadora do projeto explica ainda que o projeto não é somente para famílias que perderam parentes para o novo coronavírus, mas também para pessoas que faleceram por outras doenças nesse período da pandemia.
“Para participar do projeto é só entrar em contato conosco pelo email ou pelo nosso Instagram que a gente já tá construindo também. Quando a pessoa entrar em contato com a gente vamos passar para ela um formulário com algumas informações iniciais do ente querido que ela queira homenagear. A gente vai trocar os contatos para conseguir se comunicar e elaborar esse material de forma conjunta. Essa ação não é voltada apenas para as pessoas que faleceram de Covid. É para qualquer pessoa que tenha falecido nesse período porque a gente sabe também que mesmo que a pessoa não tenha falecido pela covid-19 ela também não pode fazer os rituais de despedida convencionais. A família também fica impossibilitada. É para todas as pessoas que perderam alguém, independente da causa nesse perigo”, finalizou.
O Projeto “Adeus – Despedidas Virtuais” está sendo divulgado junto à Secretaria de Saúde do Município e nos principais hospitais da cidade. O contato com a equipe pode ser realizado por meio do e-mail: adeus@ufersa.edu.br
Saúde publicou guia com recomendações de como devem ser realizados funerais
O Ministério da Saúde publicou no último mês de março, o Guia para o Manejo de Corpos no Contexto do Novo Coronavírus (Covid-19), com recomendações de como devem ser realizados os funerais e o manuseio do cadáver nos hospitais, em domicílio e em espaço público. O documento serve para orientar as equipes de saúde de medicina legal e funerárias.
De acordo com o protocolo, os falecidos devido ao novo coronavírus podem ser enterrados ou cremados, mas os velórios e funerais de pacientes confirmados ou suspeitos da doença não são recomendados. Neste caso, o risco de transmissão também está associado ao contato entre familiares e amigos.
A cerimônia de sepultamento deve ocorrer em lugares ventilados e, de preferência, abertos. A recomendação é de que, no máximo, 10 pessoas participem, respeitando a distância mínima de, pelo menos, dois metros entre elas, assim como as outras medidas de isolamento social e de etiqueta respiratória.
Durante todo o velório o caixão deve permanecer fechado para evitar qualquer contato com o corpo. O protocolo recomenda ainda que seja evitada a permanência de pessoas que pertençam ao grupo de risco: maiores de 60 anos, gestantes, lactantes, portadores de doenças crônicas e imunodeprimidos. Além disso, a presença de pessoas com sintomas respiratórios também deve ser evitada como, por exemplo, febre e tosse.
Profissionais da Saúde
A transmissão de doenças infecciosas, como o novo coronavírus, também pode ocorrer no momento do manejo de corpos. O que deixa os profissionais envolvidos com os cuidados com o corpo expostos ao risco de infecção. Por isso, é fundamental que estejam protegidos da exposição a sangue e fluidos corporais, objetos ou outras superfícies contaminadas. Não são recomendadas autópsias.
Se a pessoa confirmada ou suspeita de infecção por coronavírus falecer em casa é necessário comunicar a morte imediatamente ao serviço de saúde, como aos Bombeiros ou ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), ou mesmo ao médico de confiança da família, que não dever ter contato com o corpo. As pessoas que moram com o falecido deverão receber orientações de desinfecção dos ambientes e objetos, usando água sanitária.
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