Por Amina Costa - Repórter do JORNAL DE FATO
A Biblioteca Municipal Ney Pontes é um importante equipamento de Mossoró, não apenas por carregar uma história cultural da cidade, mas também por ser um espaço de estudo e pesquisa para muitos mossoroenses. Fechado desde março de 2020, devido à pandemia da Covid-19, o local deve ser reaberto em breve, conforme informações divulgadas pela Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM).
Nesta semana, o titular da Secretaria Municipal de Cultura, Etevaldo Almeida, se reuniu com os servidores do local para discutir sobre os protocolos de reabertura. A discussão sobre o assunto se faz necessária diante da importância do local para os mossoroenses. Antes da pandemia, o local recebia, em média, 1.600 pessoas por mês, público composto, em sua maioria, por estudantes dos mais diversos níveis de ensino.
“Era comum sempre no mês de janeiro a biblioteca fechar para o atendimento para o público, uma vez que os servidores estavam de férias. Contudo, a pretensão da atual gestão é que possamos mudar essa realidade criando condições para que o espaço seja aberto já neste mês”, ressaltou o secretário de Cultura do município.
Etevaldo Almeida informou ainda que a reabertura do local deve acontecer nas próximas semanas, considerando o retorno das aulas e a proximidade de alguns concursos públicos já anunciados. “Queremos trazer os jovens de volta para o espaço, que é para servi-los. Conheço muitos estudantes que clamam pela abertura do prédio, pois veem aqui uma fonte de conhecimento”, acrescentou.
O estudante de doutorado, Ademar Neto, informou que sempre foi um frequentador assíduo do local, desde o período da graduação. Ele ressalta a importância deste equipamento para todas as pessoas que buscam um local tranquilo para estudar e realizar pesquisas.
“A biblioteca pública tem como função proporcionar o desenvolvimento intelectual, propagar o conhecimento e preservar a cultura local, sendo um espaço físico de fundamental importância para o desenvolvimento de uma cidade. Assim, a reabertura da biblioteca municipal de Mossoró será muito importante, pois será um espaço de apoio aos alunos do ensino formal, como estudantes de ensino fundamental, médio e superior, concurseiros, que há muitos em nossa cidade, e aos amantes da leitura, funcionando como alicerce tanto da educação formal quanto da não formal”, informou.
Ademar Neto falou ainda sobre a necessidade de algumas adequações, principalmente do espaço físico, para que os frequentadores tenham mais comodidade. “Para que torne um ambiente propício para essas práticas, serão necessárias reformas estruturais, para deixar o ambiente o mais atrativo e confortável possível, além de uma atualização no acervo literário”, enfatiza.
Wanderléa Lima, professora e servidora da Biblioteca Municipal, enfatiza sobre a importância do local, principalmente por ele ser um ambiente voltado para a democratização do acesso ao conhecimento. “A biblioteca municipal é a casa da leitura de Mossoró, um dos alicerces da nossa cultura”, relata.
A servidora destacou alguns dos diversos recursos disponíveis na Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte, tais como: sala de leitura e estudo, cabines individuais, empréstimo de até três exemplares de livros para cada usuário. O acervo geral compreende aproximadamente 56 mil exemplares.
O fechamento temporário da Biblioteca Municipal ocorreu em março, após decreto que suspendia o funcionamento de alguns equipamentos do Município, que pudessem reunir mais de 50 pessoas ao mesmo tempo. Além da Biblioteca, o Museu Lauro da Escóssia, a Escola de Artes e o Teatro Municipal chegaram a ser fechados, no mesmo período.
Biblioteca Municipal Ney Pontes tem 73 anos de história
No dia 5 de abril, a Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte completará 73 anos de existência. Ela nasceu pelas mãos do então professor Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, auxiliado por dona América Fernandes Rosado Maia, sua esposa, e sendo criada pelo Decreto 4 do prefeito da época, Jerônimo Dix-sept Rosado Maia.
Conforme as informações da entidade Coleção Mossoroense, a Biblioteca Municipal é motivo de orgulho para todos que compõem a Fundação Vingt-un Rosado. “Foi exatamente após a criação desta que foi criado o informe que possibilitou dar vida a Coleção Mossoroense: o Boletim Bibliográfico. Este boletim trazia informes da recém-criada biblioteca e do recém-criado Museu Municipal de Mossoró”, informa.
Recém-criada, ela recebeu doações de livros de vários intelectuais e amigos do casal Vingt-un e América Rosado. No ano de 1996, a biblioteca passou a homenagear o ex-militar Ney Pontes Duarte. O patrono Ney Pontes Duarte era um militar aposentado detentor de um grande acervo cultural. Vendo ele que a biblioteca precisava enriquecer seu acervo, fez doação do seu acervo e ainda comprava livros para fazer as doações.
Há relatos de que ele separava parte do seu salário mensal para comprar livros para doação. A ação de doar totalizou mais de quatro mil (4.000) obras dos mais diversos temas. O desprendimento nas doações trouxe reconhecimento pelas autoridades constituídas de Mossoró.
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