Amina Costa – Repórter do JORNAL DE FATO
O consumidor mossoroense já está pagando o preço do novo reajuste, que foi anunciado pela Petrobras no início da semana. Com o reajuste, a gasolina, que estava custando, em média R$ 5,15, passou a custar R$ 5,39 em vários postos de combustíveis da cidade. O reajuste foi aplicado nas bombas nesta quinta-feira, 11.
O anúncio do reajuste do preço do diesel, da gasolina e do gás de cozinha foi feito na segunda-feira, 8. O diesel subiu 5%, o que representa um acréscimo de R$ 0,13 por litro, passando a custar R$ 2,24 por cada litro vendido às refinarias. Já a gasolina, teve reajuste de 8%, que em valores significa aumento de R$ 0,17 por litro, passando a custar R$ 2,25. Este foi o terceiro aumento no preço dos combustíveis do ano de 2021.
Em Mossoró, o preço médio que vem sendo praticado na maioria dos postos de combustíveis é superior a R$ 5,30. Em alguns, ainda era possível encontrar o valor antigo, de R$ 5,15, mas a maioria dos postos já havia reajustado o preço da gasolina para a média de R$ 5,39. A variação de preço nos locais que já fizeram o reajuste é mínima, chegando a R$ 0,10, de um posto para outro.
De acordo com o aplicativo Nota Potiguar, que possui a ferramenta de busca de preços de combustíveis e medicamentos, a gasolina em Mossoró está sendo vendida bem acima do preço que é comercializado em Natal. Enquanto a gasolina em Mossoró beira os R$ 5,40, na capital do estado o maior preço encontrado até esta quinta-feira, 11, era de R$ 4,99, sendo essa a média de preço praticada pela maioria dos postos de Natal.
Entre as principais cidades que são averiguadas semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), O preço da gasolina em Mossoró só está abaixo do que passou a ser registrado em Caicó. No comparativo entre Mossoró, Caicó, Natal e Parnamirim, a capital do Rio Grande do Norte apresentava, até esta quinta-feira, o menor preço. Em Caicó, alguns postos passaram a vender o combustível a R$ 5,45, por litro, após o reajuste.
O reajuste considerável dos combustíveis vem preocupando os consumidores mossoroenses, que nunca pagaram tão caro por um litro de gasolina. “Essa é a primeira vez que a gasolina chega a esse preço. Em 2019, ela chegou a R$ 5, mas baixou em seguida. Eu considero um absurdo esses aumentos consecutivos e os impostos altíssimos que pagamos em cima dos combustíveis. Infelizmente, o assalariado não tem mais condições de arcar com estes aumentos”, disse o mecânico Luiz Dantas.
Eduarda Costa é comerciante e comentou que, com o aumento dos combustíveis, tudo tende a aumentar, uma vez que o reajuste afeta o transporte dos produtos. “Já estamos vivenciando um aumento exorbitante no preço dos alimentos, principalmente carne, feijão, óleo, entre outros. Agora, com o novo reajuste dos combustíveis, a tendência é que tudo aumente mais ainda. Eu, como comerciante, fico sem saber o que fazer, porque o custo de vida básico, que é a alimentação, está cada vez maior”, informa.
“Está virando uma bola de neve. Meu comércio é alimentício e estamos vendo uma queda considerável nas vendas porque as pessoas não têm mais dinheiro sobrando para viajar, comer fora, essas coisas. Consequentemente, isso tem afetado nosso ramo, e as famílias que dependem dele. Chegou a um ponto que temos que escolher nossas prioridades: abastecer nosso veículo ou nos alimentar”, enfatiza a comerciante.
Gasolina aumentou 20,6% em menos de 1 mês
O recente reajuste dos combustíveis, que aumentou o preço da gasolina em 8% aconteceu nesta semana. Este foi o terceiro aumento anunciado pela Petrobras em 2021, que ocorreu num período de menos de um mês. O primeiro aumento, de 7,6%, ocorreu em 18 de janeiro. O segundo, aconteceu uma semana depois, no dia 26 de janeiro, e reajustou o valor do combustível em 5%.
A sequência de reajustes é reflexo da valorização do petróleo no mercado internacional, ao mesmo tempo em que o real se mantém fraco ante o dólar. O movimento da Petrobras é justificado pela valorização do barril de petróleo no mercado internacional desde o segundo semestre do ano passado, quando o mercado financeiro começou a projetar o crescimento da economia mundial em 2021.
Essa especulação fez o valor do petróleo brent — usado como referência para a Petrobras —, pular de US$ 23 o barril em março de 2020, no auge da crise gerada pela Covid-19, para US$ 54 em janeiro. Apesar dos postos de combustíveis não repassarem todo o percentual de reajuste aos consumidores, a cada nova mudança na refinaria, sobe o valor nas bombas.
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