Mesmo com as notificações, os casos de arboviroses ainda não tiveram confirmações pela Secretaria de Saúde Pública do município e do Estado. Em 2020, Mossoró teve registrados oficialmente 2.262 casos de chikungunya e 1.202 casos de dengue
Por Amina Costa - Repórter do JORNAL DE FATO
O período chuvoso vem se intensificando em Mossoró, nas últimas semanas, com chuvas praticamente diárias. Com o aumento das chuvas, cresce também o alerta para que sejam evitados possíveis focos para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que é o principal transmissor de doenças como dengue, zika e chinkungunya.
A incidência de chuvas é fundamental para a formação de focos do mosquito, que se prolifera em ambientes onde existe água parada. Evitar que a água se armazene de maneira incorreta é de suma importância para manter o controle destas três doenças, que apresentam sintomas distintos. Entre os anos de 2016 e 2017, Mossoró viveu um surto de dengue e de chikungunya, e até hoje, centenas de pessoas ainda convivem com as sequelas, principalmente, da chikungunya.
Conforme os dados da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Mossoró teve 60 notificações de casos de dengue, somente nos dois primeiros meses de 2021. Ainda conforme as informações da Secretaria Estadual, a cidade registrou a notificação de 15 casos de chikungunya e um de zika vírus, também nos primeiros meses de 2021. Os dados foram coletados na semana passada e, até o momento, nenhum dos casos notificados foi confirmado pela Sesap.
Os números oficiais da Secretaria de Saúde de Mossoró divergem bem pouco dos dados da Sesap. Os dados municipais apontam que Mossoró registrou 59 notificações de dengue em 2021. Em relação à chikungunya, a Secretaria Municipal de Saúde informa que foram notificados 14 casos. Também foram notificados dois casos de zika vírus. Assim como os dados da Sesap apontaram, a Secretaria Municipal informou que nenhum caso de dengue, zika e chikungunya foi confirmado, neste ano.
Ainda conforme as informações repassadas pela Secretaria Municipal de Saúde, em 2020, Mossoró teve 2.997 notificações de dengue, as quais 1.202 foram confirmadas. O número de casos notificados de chikungunya foi de 3.982, dos quais, 2.262 foram confirmados. Já o número de casos notificados de zika vírus em 2020 foi de 1.057, dos quais, 196 foram confirmados.
O ano de 2020 foi marcado por um aumento considerável no número de casos destas doenças provocadas pelo Aedes aegypti, em Mossoró, uma vez que, devido à pandemia, o trabalho intensivo para identificação de focos nas residências teve que ser reduzido, em cumprimento às regras de distanciamento social para conter a pandemia.
Em todo o Rio Grande do Norte foram notificados, até a semana passada, 639 casos de dengue, dos quais, 77 foram confirmados e outros 308 casos ainda estão em análise. Dos casos de dengue confirmados no Rio Grande do Norte, apenas três tinham sinais de alarme, conforme os dados da Sesap. A maior parte dos casos ocorreu em mulheres, na faixa etária de 20 a 49 anos.
Em relação aos casos de chikungunya, o estado do Rio Grande do Norte registrou 162 notificações, das quais 32 foram confirmadas e 102 casos ainda estão sendo analisados pela Secretaria. Assim como ocorreram com os casos de dengue, os casos de chikungunya também atingiram mais mulheres do que homens, também na faixa etária dos 20 aos 49 anos. Até o momento, os dados da Sesap mostram que o estado tem 25 notificações de zika vírus, sendo que quatro casos foram confirmados, seis descartados e outros 15 estão em análises. Dos casos confirmados, a maioria aconteceu em mulheres, com idade entre 20 e 34 anos.
MOSQUITO
O Aedes aegypti é um mosquito doméstico. Ele vive dentro de casa e perto do homem. Com hábitos diurnos, o mosquito se alimenta de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. A reprodução acontece em água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas. Os ovos são colocados e distribuídos por diversos criadouros.
Veja alguns cuidados que devem ser tomados para evitar a proliferação do mosquito:
- Tampe os tonéis e caixas d’água;
- Mantenha as calhas sempre limpas;
- Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
- Mantenha lixeiras bem tampadas;
- Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
- Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
- Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
- Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
- Utilize telas em janelas e portas;
- Cubra e realize manutenção periódica de áreas de piscinas e de hidromassagem;
- Limpe ralos e canaletas externas;
- Atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água;
- Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d’água;
- Verifique instalações de salão de festas, banheiros e copa.
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