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Postado às 09h15 | 29 Abr 2021 | Redação Hospital São Luiz está com 30% de leitos de UTI fechados por falta de kit intubação

Problema do bloqueio dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Campanha São Luiz, em Mossoró persistia nesta quarta-feira. 5 leitos críticos para o tratamento da Covid-19 estavam fechados devido à falta de kit intubação e de insumos

Crédito da foto: Arquivo UTI Covid não pode receber paciente por falta de kit intubação e insumos

Por Edinaldo Moreno - Repórter do JORNAL DE FATO

O problema do bloqueio dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Campanha São Luiz, em Mossoró, persistia nesta quarta-feira, 28. Até o final da tarde de ontem, 15 leitos críticos para o tratamento da Covid-19 estavam fechados devido à falta de kit intubação e de insumos.

A maior parte dos leitos bloqueados era por conta da falta do kit de intubação. Desses, dez deles foram bloqueados na última terça-feira, 27. Há dois bloqueados desde o último fim de semana. Tem ainda leitos bloqueados na segunda-feira, 26, e ontem (28).

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) enviou nota ao JORNAL DE FATO informando que a responsabilidade de abastecimento de insumos e medicação é do próprio Hospital São Luiz, de acordo com a pactuação para o funcionamento dos leitos de UTI Covid-19 e afirma ainda que “através da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), chegou a auxiliar o hospital São Luiz em diferentes momentos”.

Ainda na nota, a pasta estadual explica que a atual situação dos estoques, voltados para a rede de hospitais públicos, encontra-se no limite. A Sesap também ressalta que parte dos medicamentos está em processo de reposição, alguns com empenho já emitido e outros em finalização de aquisição.

A secretaria diz ainda que se mantém vigilante na busca por garantir a disponibilidade de insumos de acordo com a expansão da rede hospitalar.

Já a assessoria de comunicação da Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e à Infância de Mossoró (APAMIM) informou que, no último dia 19 de março, o Governo Federal requereu toda a produção nacional dos medicamentos que compõem o kit de intubação e que em função desta medida, os distribuidores passaram a não mais aceitar cotações para aquisições por parte de hospitais privados e filantrópicos destes medicamentos.

A comunicação da APAMIM explica que com esse decreto o Governo Federal, ao receber o produto dos fabricantes, envia para os estados e as unidades federativas aos hospitais públicos, privados e filantrópicos.

A assessoria informou à reportagem que, no último dia 23, o Governo Federal enviou ao Rio Grande do Norte um carregamento destes medicamentos (comprados na China pela Petrobras e Vale do Rio do Doce) e que no sábado passado, 24, a Unicat/RN enviou 750 ampolas de propofol para o Hospital São Luiz. A comunicação explica que a unidade que serve de hospital de campanha na Capital do Oeste precisa, em média, de 12 mil ampolas a cada 30 dias para atender 50 pacientes de UTI.

Ainda de acordo com as informações enviadas ao JORNAL DE FATO, a comunicação da APAMIM disse que essas ampolas acabaram na última terça-feira por volta do meio-dia e que a Sesap enviou mais 600 ampolas do sedativo propofol. Esse medicamento acabou no início da manhã de ontem (28).

“Como não tem onde comprar e não existe quem controle os preços de quem tem esta medicação guardada em estoque, uma ampola de propofol (exemplo), que era comprado no início do ano por R$ 4 reais, agora tá de R$ 90 a R$ 120 reais. Portanto, o custo mensal apenas com este sedativo no Hospital São Luiz, saltou de R$ 48 mil para R$ 1.2 milhão. Daí, fica fácil compreender que precisa recalcular o custo do hospital”, detalhou.

A direção da APAMIM diz que está direcionando todas as forças possíveis para se reabastecer com medicamentos do chamado kit de UTI, que não tem mais pra vender no mercado nacional, por preço justo, após o governo federal requerer toda a produção nacional.

REUNIÃO

Uma reunião com representantes do Ministério Público do Rio Grande do Norte, do Governo do Rio Grande do Norte, da Prefeitura de Mossoró e da APAMIM foi realizada na tarde desta quarta-feira, 28, para encontrar uma solução para o problema. Até o fechamento desta edição, ainda não havia nenhuma informação sobre o que foi definido para o desbloqueio dos leitos no São Luiz.

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