Segundo dados da ANP, a média do preço da gasolina em Mossoró é de R$ 6,28, enquanto a média estadual é de R4 6,16. A Agência realiza coletas em postos de combustíveis de três municípios do estado do Rio Grande do Norte: Mossoró, Natal e Parnamirim
Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO
Os consumidores mossoroenses estão sentindo na prática os constantes aumentos do preço dos combustíveis. De acordo com os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço da gasolina que vem sendo praticado nos postos de combustíveis em Mossoró está acima do preço médio do estado do Rio Grande do Norte.
Segundo os últimos dados da ANP, a média do preço da gasolina em Mossoró é de R$ 6,28, enquanto a média estadual é de R4 6,16. A Agência realiza coletas em postos de combustíveis de três municípios do estado do Rio Grande do Norte: Mossoró, Natal e Parnamirim.
Os últimos dados coletados apontavam que a gasolina mossoroense vem sendo a mais cara, em comparação com as outras cidades analisadas, já que a média do preço da gasolina nos demais municípios analisados era de R$ 6,12. Há pouco mais de um mês, os postos de Mossoró estão mantendo o preço da gasolina na média dos R$ 4,28, tendo variações de poucos centavos de um para outro estabelecimento.
Fazendo um comparativo do preço da gasolina nos estados do Nordeste, os dados da ANP apontam que o Rio Grande do Norte tem a segunda gasolina mais cara, entre os estados da Região. O estado do Piauí tem, atualmente, o combustível mais caro do Nordeste, com o preço médio de R$ 6,25. Os postos de combustíveis de quatro dos cinco estados do Nordeste estão vendendo a gasolina acima dos R$ 6.
Levando em consideração os dados da ANP, é possível afirmar que a gasolina vendida em Mossoró está mais cara do que a média do estado do Piauí e, inclusive, da média da região Nordeste, que é de R$ 5,93, e, também, da média nacional, que é de R$ 5,86. Em Mossoró, são analisados, semanalmente, os produtos de 17 postos de combustíveis, em diferentes regiões da cidade.
O alto valor que está sendo cobrado pela gasolina está afetando o orçamento de várias famílias, que estão tendo dificuldade em manter os custos com o transporte. Em alguns casos, eles tiveram que recorrer ao uso de transportes mais baratos, para poder reduzir os gastos fixos. O comerciante Artur Martins comenta que utilizou o dinheiro que tinha guardado para comprar uma moto e utilizá-la para as atividades do dia a dia.
“Fiz um investimento na compra da moto, mas quando fiz as contas, eu percebi que seria mais viável do que manter o consumo do carro. Estava gastando muito com o abastecimento do carro para fazer atividades diárias, como ir ao trabalho, ir para a academia. Também estou utilizando a moto para atividades frequentes, como supermercado também”, informou o comerciante.
Artur Martins comparou, ainda, o gasto que tem com o abastecimento da moto e com o consumo do carro. “No carro, eu estava gastando uns R$ 500 por mês para fazer essas atividades do dia a dia. Na moto, em duas semanas, o consumo de combustível não chegou a R$ 100. Então, por mais que eu tenha comprado a moto, ainda vai ser mais vantajoso, a médio prazo. Até porque a previsão é de que o preço da gasolina continue subindo”, finaliza.
Em relação à perspectiva de aumento da gasolina, ela ocorre diante dos frequentes reajustes anunciados pela Petrobras. Inclusive, na semana passada, a estatal anunciou mais um reajuste, que ainda não foi repassado aos consumidores de Mossoró. De janeiro a agosto de 2021, a gasolina já sofreu oito reajustes, o que representa um impacto de 51% no seu valor.
Política de preço dos combustíveis está atrelada ao mercado externo
Esses sucessivos reajustes no preço do combustível aumenta os índices de inflação porque impacta nos preços de todas as mercadorias, que ficam muito mais caras. Com a adoção da política de dolarização dos preços dos combustíveis, implementada a partir do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, os preços da gasolina e do diesel já atingiram os maiores níveis do ano nos postos, além dos valores do gás de cozinha que também já atingiram níveis astronômicos para as famílias de baixa renda.
Em julho, os preços da gasolina e do diesel atingiram os maiores níveis do ano nos postos, após quatro semanas consecutivas de aumentos nas bombas. Atrelados ao dólar e ao mercado externo, os preços dos combustíveis flutuam para cima em sintonia com as altas internacionais, mas raramente são reduzidos quando ocorre baixa. E uma estimativa da American Automobile Association (AAA) aponta que a gasolina nos Estados Unidos pode alcançar um valor recorde nos próximos anos.
A Agência Internacional de Energia (IEA na sigla em inglês), também prevê que a demanda mundial por petróleo vai superar o nível pré-pandemia no fim de 2022, puxando os preços para cima, até porque a oferta de petróleo está reduzida.
No Brasil, a adição de outros combustíveis à mistura da gasolina e do diesel também eleva os preços. Acrescenta-se à gasolina, que sai pura da refinaria, o álcool anidro, na proporção de 27% para a gasolina comum e aditivada e 25% para a gasolina premium. Já o diesel sofre a adição de 12% de biodiesel.
Os custos são incorporados ao preço dos combustíveis que vai para as revendedoras, onde o preço final é definido com o custo de manutenção dos postos de gasolina e as margens de lucro das revendedoras.
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