Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO
Nesta segunda-feira, 4 de outubro, 100% dos alunos da rede estadual de ensino retornaram às salas de aula, 1 ano e 7 meses depois das atividades presenciais terem sido suspensas. Infelizmente, o mesmo não ocorreu com os alunos da rede municipal de ensino, uma vez que a Secretaria Municipal de Educação sequer apresentou um cronograma de retorno das atividades presenciais, mesmo com o avanço da vacinação, no município.
Anteriormente, a Secretaria havia informado que o retorno iria acontecer tão logo os professores da rede municipal estivessem imunizados com as duas doses da vacina. Essa imunização completa ocorreu no mês de setembro, conforme cronograma apresentado pela própria Prefeitura Municipal. A vacinação também está avançada para os jovens do município que têm acima dos 12 anos, conforme os dados atualizados da Secretaria Municipal de Saúde.
Diane destes dados, a população mossoroense, especialmente os pais de alunos da rede municipal, cobra uma posição da Secretaria de Educação sobre o retorno das atividades presenciais. Desde março de 2020, os estudantes do ensino infantil e fundamental estão assistindo aulas de forma remota, o que vem prejudicando o desenvolvimento educacional de muitos alunos, diante da grande diferença que existe entre o ensino presencial e o ensino remoto.
A autônoma, Carla Almeida, tem dois filhos que estudam na rede municipal de ensino. Um deles está cursando a 3ª série do ensino fundamental e a outra está ainda no ensino infantil. Ela comenta que espera bastante o retorno das aulas presenciais, pois sente que a aprendizagem dos filhos está sendo comprometida, principalmente da mais nova, que tem 4 anos.
“Em relação ao mais velho, Caio, ele assiste aula e faz as atividades que a professora passa todos os dias. Apesar de não ser a mesma coisa, ele ainda consegue acompanhar as aulas. Mas em relação a Caroline, eu sinto que ela está perdendo muito, desde o convívio com os colegas até a questão de aprender mesmo. As atividades são apenas de recortar, colar e pintar. Eu ainda tento fazer algo mais do que isso, mas é complicado quando se trabalha o dia todo fora”, relata.
De acordo com dados da própria Secretaria de Educação, levantados durante a pandemia, dos mais de 20 mil alunos matriculados na rede municipal de ensino, 80% tem acesso às aulas remotas. É importante ressaltar que nem todos os alunos, principalmente os moradores da zona rural, têm acesso à internet, dificultando ainda mais a aprendizagem. Dessa forma, o atraso no retorno das atividades presenciais prejudica inúmeros alunos que precisam voltar para as salas de aula.
O que a mãe de Caio e Caroline cobra é, pelo menos, uma previsão quanto ao retorno das aulas. “Queremos saber se esse retorno vai acontecer ainda nesse ano ou se ocorre só no ano que vem. Precisamos de um posicionamento, porque temos que nos programar. Existe toda uma rotina que precisa ser mudada com o retorno das aulas presenciais e é preciso que a gente saiba quando isso vai acontecer. Até as universidades anunciaram quando vão retornar as aulas, e a forma como isso vai acontecer, mas a prefeitura não diz nada quanto a isso”, lembra a mãe dos estudantes.
Em posicionamentos anteriores, a Secretaria de Educação havia informado que este retorno ia acontecer de forma segura, quando as condições epidemiológicas fossem favoráveis e a vacinação estivesse avançada o suficiente para isso. Nesta segunda-feira, a reportagem do JORNAL DE FATO entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação, por meio de sua assessoria, para saber o posicionamento da mesma em relação ao retorno presencial ou, pelo menos, ao cronograma para este retorno, uma vez que as escolas estaduais retornaram com 100% dos alunos em sala de aula.
Até o fechamento dessa edição, a reportagem não obteve retorno quanto ao questionamento feito. Fica aqui o espaço para o posicionamento da Secretaria em relação à retomada das aulas presenciais da rede municipal, que estão suspensas desde março de 2020.
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