Sede da CDL Mossoró
Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO
Levantamento obtido pelo JORNAL DE FATO junto à Câmara de Dirigentes Lojistas de Mossoró (CDL Mossoró) mostra que o número de pessoas endividadas em Mossoró cresceu 39.47% em relação a 2020.
De acordo com a CDL Mossoró, constam em seu banco de dados 92.031 Cadastros de Pessoa Física (CPFs) com restrições cadastrais. O número, segundo a entidade, representa 164.102 registros negativados. A falta de controle do orçamento pode levá-los ao endividamento excessivo.
Ainda segundo a CDL local, no ano passado foram 116.228 registros negativados e 66.411 CPFs com restrições cadastrais. No ano anterior, esse número estava em 58.603.
“Necessariamente a quantidade de registro não representa a quantidade de CPF negativados, pois uma pessoa pode ter mais de um registro de inadimplência no cadastro do SPC. Deve ser considerado também o fato da proibição da negativação de débitos entre os meses de setembro e dezembro de 2020, devido à determinação do governo federal”, explica CDL Mossoró.
A principal causa do endividamento é a má administração financeira pessoal. Quando não se sabe muito sobre o montante recebido e sobre o que é gasto no mês, administrar as finanças se torna uma missão praticamente impossível. A melhor solução é sempre ter um bom controle de todas as contas para não se endividar.
Quando a pessoa está endividada e não se tem dinheiro para pagar as contas, é necessário fazer um plano de ação para controlar as dívidas e manter alguns boletos em dia.
O endividamento pode ser classificado, basicamente, em três categorias: ativo, superendividamento e passivo. O primeiro é quando a pessoa assume dívidas constantemente e alega que teve imprevistos.
Já o segundo é quando a pessoa gasta sem controle, e acaba estourando o limite do cheque especial, do cartão de crédito, além de não pagar os empréstimos e financiamentos contratados. E por fim, o último é quando o endividamento ocorre por causa de um imprevisto (doença, acidente, desemprego, morte ou separação, por exemplo).
PRINCIPAIS DÍVIDAS
A Câmara de Dirigentes Lojistas destaca que em termos de participação, o setor credor é o que concentra a maior parte das dívidas.
As dívidas com os bancos respondem com 53,83% do total. Na sequência, aparece Comércio (15,99%), o setor de Comunicação com 11,61% e Água e Luz somando 11,49% do total de dívidas.
FEIRÃO
Por conta do alto número de endividados, foi realizado entre quinta-feira, 14, e sexta-feira, 15, o Feirão de Renegociação de Dívidas. A medida beneficiou clientes com contas em atraso, anteriores a agosto de 2021. O evento foi promovido pela CDL Mossoró, Defensoria Pública do Rio Grande do Norte, Procon Estadual e Ordem dos Advogados do Brasil do RN (OAB/RN).
A CDL Mossoró explicou que o objetivo do feirão de renegociação foi reduzir o número de inadimplências e melhorar a cadeia produtiva de vários setores, considerando que o consumidor estará com o cadastro positivado e com possibilidade de realizar novas compras.
“Quando fazemos ações conjuntas com várias entidades, como foi agora, envolvendo CDL, Procon Estadual, Defensoria Pública e OAB/RN, damos a oportunidade aos devedores e credores de uma negociação mais rápida e sem muita burocracia”, destacou Stênio Max, presidente da CDL Mossoró.
“A oportunidade promove a volta do crédito. As pessoas que estavam privadas desse benefício que, por consequência, retomam o poder de compra, voltando a movimentar os diversos setores da cadeia produtiva da cidade, elevando assim o consumo local”, complementou.
A estimativa da entidade era superar os 300 atendimentos do último feirão ocorrido na cidade. A CDL Mossoró informa como as pessoas que perderam a oportunidade de renegociarem as dívidas no Feirão realizado na semana passada.
“Procurando diretamente as empresas credoras ou a CDL que encaminha para a CEJUSC para conciliação extrajudicial”, informou.
Uma das empresas que participou da ação foi a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte. Os moradores de Mossoró tiveram a oportunidade de renegociar débitos referentes a tarifas, multas e consumos acumulados atrasados, que puderam ser divididos em até 36 vezes, com dispensa de juros de mora e multa por impontualidade e entrada mínima de 10%.
O público-alvo era formado por clientes com débitos anteriores a agosto de 2021, em imóveis de utilização não pública, cadastrados nas categorias residencial, comercial e industrial, contemplando também as subcategorias social e popular.
Quem também participou do feirão foi a Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz). Uma série de oportunidades foi oferecida para que os contribuintes regularizassem os seus débitos com o município de Mossoró com parcelamento em até 60 vezes.
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