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Postado às 13h30 | 24 Out 2021 | redação Dia Mundial de Combate à Poliomielite alerta para importância da vacinação para evitar doença

Campanha mundial é feita com o intuito de alertar os pais e responsáveis para a importância da vacinação e da alta cobertura vacinal. As vacinas são a única forma de prevenir a doença, que está erradicada no Brasil desde 1990, mas precisa cuidados

Crédito da foto: Reprodução Por causar infecção na medula, a poliomielite causa sérias sequelas motoras, prejudicando o desenvol

Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO

Hoje, 24 de outubro, é comemorado o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, que é uma doença ocasionada pelo poliovírus, provocando a paralisia infantil. A campanha mundial é feita com o intuito de alertar os pais e responsáveis para a importância da vacinação e da alta cobertura vacinal. As vacinas são a única forma de prevenir a doença, que está erradicada no Brasil desde 1990.

Apesar de estar erradicada no nosso país, os esforços devem ser mantidos, já que a pandemia vem afetando consideravelmente a cobertura vacinal nos municípios e, consequentemente, nos estados. Etevaldo Lima, coordenador do setor de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde, informou que vários municípios do país estão com a cobertura vacinal abaixo dos 50%.

O último caso de poliomielite registrado no nosso país foi em 1989, na Paraíba e, desde então, o Brasil não teve mais nenhum caso. No entanto, os esforços em relação a esse tema devem ser sempre mantidos, principalmente porque, devido à pandemia, a cobertura vacinal contra a poliomielite e contra outras doenças caiu consideravelmente. “Isso tem nos preocupado porque, hoje, a maioria dos municípios do país está com menos de 50% da cobertura vacinal adequada. Esses dados são de um modo geral, ou seja, a cobertura vacinal está baixa nos estados e também nos municípios de todo o país”, informa.

Diante desse cenário, Etevaldo Lima explica que a campanha realizada no dia de hoje é de suma importância, pois ela alerta sobre a necessidade de levar as crianças até os postos de saúde, uma vez que a vacina está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele informa também que, as vacinas são fundamentais para evitar várias doenças, mas que, devido à data, os esforços se concentram ao combate à poliomielite.

“Com relação a esse tema, é de fundamental importância que a população se conscientize e mantenha as vacinas em dia. Essa conscientização deve ocorrer de modo geral, mas devido a esta data, voltamos nossa atenção para a poliomielite. Isso acontece porque é através da vacinação que nós conseguimos eliminar essa doença do nosso continente e do nosso país. Tudo isso foi através do sucesso da vacinação”, informa o coordenador do setor de Imunizações do Município.

Etevaldo Lima reafirma que a única forma de combater as doenças imunopreveníveis é por meio da vacinação. Ele ressalta que a poliomielite pode deixar sequelas para o resto da vida, e que não é difícil evitá-la, de forma que as vacinas estão disponíveis nos postos de saúde.

“A única forma de combater essas doenças imunopreveníveis é através da vacinação.

A poliomielite é uma doença que pode deixar sequelas por toda vida e a forma de prevenir é, exclusivamente, com a vacina. O Dia Mundial de Combate à Poliomielite tem o intuito de alertar os pais e responsáveis de levarem as crianças até o posto de saúde para tomar a vacina no período ideal, sem esquecer das suas doses de reforço”, relata.

As vacinas contra poliomielite são disponibilizadas para crianças a partir dos 2 meses de vida. Assim como outras vacinas, elas precisam do reforço, para terem a eficácia de imunização. “Contra a Poliomielite nós temos a Vacina Inativada Poliomielite (VIP), que protege contra a paralisia infantil e é ofertada para crianças com dois, quatro e seis meses (1ª, 2ª e 3º doses, respectivamente). Depois, tem a dose de reforço que é a Vacina Oral Poliomielite (VOP), que é a chamada 'gotinha' e é administrada até os 15 meses da criança, sendo primeiro reforço, e também aos quatro anos, que é o segundo reforço. Duas simples gotinhas, que são essas doses de reforço, vão prevenir o seu filho de ter uma paralisia infantil e de ficar com sequelas para toda a vida”, alerta Etevaldo Lima.

A baixa cobertura vacinal preocupa porque a poliomielite não está erradicada no mundo todo. Em alguns países, a incidência do vírus é alta e, existe a possibilidade dele voltar a circular no país e contaminar as crianças que não estão imunizadas. “O que nos preocupa é porque essa doença ainda é endêmica em outros países, como o Paquistão e o Afeganistão, por exemplo. Se uma pessoa não vacinada vai para esses países, contrai o vírus e volta para o Brasil, ela pode passar esse vírus para crianças que também não estão vacinadas. Por isso, é tão importante manter a cobertura vacinal, como forma de proteger nossas crianças e evitar que essa doença retorne ao nosso país”, informa.

 

Campanha de Multivacinação inclui vacina contra Poliomielite

Ocorre, em todo o país, até o dia 29 de outubro, a Campanha Nacional de Multivacinação, que tem o objetivo de atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes do país, ampliando a cobertura vacinal nos municípios. Dentre as várias vacinas disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nessa campanha, está a que protege contra a poliomielite.

De acordo com o coordenador do setor de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde, Etevaldo Lima, esta é mais uma chance dos pais e responsáveis levarem as crianças para serem imunizadas contra essa e outras doenças. Ele enfatiza ainda que muitas doenças só são combatidas por meio da vacina.

“Nós estamos em uma campanha de multivacinação que beneficia crianças do nascer às menores de 15 anos, e contempla também esse público que deve receber a vacinação contra a paralisia infantil. Doenças como a poliomielite e o sarampo, por exemplo, só podem ser combatidas através das vacinas. Por isso, é interessante que os pais e os responsáveis levem as crianças e adolescentes até os 15 anos aos postos de saúde para atualizar a caderneta de vacina e protegê-los dessas e de outras doenças, que podem deixar sequelas para o resto da vida”, informa.

O coordenador do setor de Imunizações disse também que, caso a situação vacinal da criança não estiver atualizada contra a poliomielite, ela receberá a vacina VIP aos dois, quatro e seis meses de idade. Já a VOP é dada para aquelas crianças que precisam do reforço.

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, dentre as vacinas que estarão disponíveis nos postos na campanha estão: BCG, Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Febre amarela, Tríplice viral (Sarampo, rubéola, caxumba), Tetraviral (Sarampo, rubéola, caxumba, varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano).

 

Sequelas da poliomielite são irreversíveis para quem contrai a doença

Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. A transmissão da poliomielite ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar).

As sequelas da doença estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus. Por isso, elas são normalmente motoras e não têm cura. As principais sequelas são os problemas e dores nas articulações, o pé torto, de forma que a pessoa não consegue andar com o calcanhar no chão, crescimento diferente das pernas, entre outros.

As sequelas da poliomielite são tratadas com fisioterapia, por meio da realização de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados, além de ajudar na postura, melhorando assim a qualidade de vida e diminuindo os efeitos das sequelas. Além disso, pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações.

No Brasil, a poliomielite está erradicada desde 1990. Em 1989, foram registrados os últimos casos de poliomielite no País, mantendo-se com incidência zero desde aquele ano. A Região das Américas teve o seu último caso da doença em 1991 e em 1994 foi certificada como área livre de circulação do poliovírus selvagem.

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