Abastacer carro está cada vez mais difícil
Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO
Depois do anúncio feito pela Petrobras, na última segunda-feira, 25, sobre o reajuste de 7% no valor da gasolina nas refinarias, os postos de combustíveis de Mossoró já estão repassando esse aumento para os consumidores. Na maioria dos postos, o combustível, que custava R$ 6,86 até a segunda-feira, passou a custar R$ 6,99.
Em alguns estabelecimentos, o produto já é vendido por mais de R$ 7, como é o caso de postos localizados na Avenida Presidente Dutra, por exemplo, onde os consumidores já encontram a gasolina aditivada custando R$ 7,28. Até a terça-feira, 26, o maior preço praticado pelos postos de combustíveis de Mossoró para a gasolina comum era de R$ 7,10.
É possível acompanhar o aumento do combustível e o preço praticados nos postos de Mossoró por meio do aplicativo Nota Potiguar. Os dados do aplicativo mostram que o menor valor da gasolina vendida na cidade até a tarde de terça-feira, era de R$ 6,70. A projeção é de que, nos próximos dias, praticamente todos os postos de Mossoró façam o reajuste do valor, conforme for ocorrendo a renovação do estoque dos combustíveis.
Até a semana passada, Mossoró era a cidade, entre as analisadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que apresentava o menor valor do combustível no Rio Grande do Norte, com preço máximo do R$ 6,89. Agora, chega ao mesmo patamar do preço que é praticada na capital do estado e em Parnamirim.
Este é o 11º aumento feito pela Petrobras no preço da gasolina, desde janeiro desse ano, e o segundo feito somente no mês de outubro (o último reajuste foi no dia 9). Esse reajuste representa um aumento de 73%, em relação ao que era praticado no final de 2020. Só em Mossoró, entre setembro e outubro, a gasolina aumentou, em média R$ 0,70, passando de R$ 6,40, em 19 de setembro, para R$ 7,10 em 26 de outubro.
De acordo com o anúncio da Petrobras, desde a terça-feira o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passou de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,21 por litro, ou alta de 7,05%. Além da gasolina, a estatal também reajustou o preço do diesel, que era vendido para as distribuidoras por R$ 3,06 e agora custa R$ 3,34 por litro, um reajuste médio de R$ 0,28 por litro, ou seja, 9,15%.
A projeção da estatal era de que o reajuste impactasse em um aumento R$ 0,15 no litro dos combustíveis para o consumidor final, mas a realidade vista pelos consumidores mossoroenses vai além dessa projeção. Em Mossoró, o reajuste, na maioria dos postos, foi de R$ 0,23, por litro de gasolina. Em outros estabelecimentos, o reajuste foi ainda maior.
Dados recentes da ANP apontam que Mossoró era a cidade que tinha a menor variação de preço da gasolina, em comparação com Natal e Parnamirim, cidades analisadas pelo órgão. Por meio do aplicativo Nota Potiguar é possível identificar que, até a tarde de terça-feira, a variação de preço encontrada em Mossoró era de R$ 0,58, por litro. Enquanto o maior preço registrado era de R$ 7,28, o menor preço é R$ 6,70.
Consumidores estão assustados o aumento da gasolina
Apesar de ter sido anunciado pela Petrobras na última segunda-feira, 25, os consumidores mossoroenses ficaram assustados com o reajuste no preço dos combustíveis, que começou a ser repassado pelos postos, na terça-feira, 26. Muitos mossoroenses não esperavam que o reajuste fosse superior a R$ 0,20, e aplicado imediatamente ao consumidor.
Em relação ao tempo que os postos de combustíveis levaram para repassar esse reajuste ao usuário é questionado pela autônoma, Ariane Larissa. “Anunciaram esse reajuste na segunda à tarde e na terça de manhã já tinha posto mudando o preço da gasolina. Não tem condições desses postos já terem recebido a gasolina com aumento, porque sempre existe um estoque”, relata.
Ela disse ainda que não esperava que o preço fosse aumentar tanto, em apenas um dia. “Agora, em todo reajuste os postos aumentam a gasolina em R$ 0,20. Em menos de um mês já teve muito aumento e agora, mais esse. Está ficando insustentável para o trabalhador e, principalmente, para o assalariado, lidar com um aumento atrás do outro. E pior ainda, aumentos grandes, porque não são R$ 0,02, mas sim R$ 0,20 por litro”, informa Ariane Larissa.
A autônoma lembra que o reajuste dos combustíveis não interfere na vida, apenas, daqueles que têm carro ou moto, mas na vida de todos os brasileiros. Isso acontece porque, com o aumento da gasolina e do diesel, a tendência é que os alimentos, vestuário e demais itens aumente o valor, uma vez que esse reajuste implica diretamente no preço do transporte dos produtos.
“No mês passado, eu gastei R$ 600 com gasolina e nesse mês vai ultrapassar os R$ 700. No supermercado, está tudo caro. De um mês para o outro os itens básicos têm aumentado de uma forma absurda, que está cada vez mais difícil viver de forma digna, com o básico para o dia a dia. Infelizmente, a tendência é que as coisas piorem, já que as projeções são de mais aumentos”, finaliza Ariane Larissa.
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