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Postado às 14h15 | 28 Out 2021 | redação Pais reclamam que alunos estão sem aulas presenciais e sem merenda escolar

Os kits de alimentação começaram a ser distribuídos no ano passado, logo após a suspensão das aulas presenciais, como uma forma de amparar os estudantes de baixa renda. Mas, em 2021, a Prefeitura de Mossoró fez apenas duas entregas do kit alimentação

Crédito da foto: Arquivo Kit alimento foi entregue apenas duas vezes em 2021

Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO

As aulas presenciais da rede pública de ensino, em Mossoró, estão suspensas desde março de 2020 e seguem sem previsão de retorno. Além do transtorno em relação às atividades remotas, os pais dos estudantes matriculados nas escolas do município também questionam o atraso na entrega dos kits de alimentação, que vinham sendo distribuídos aos familiares.

Os kits de alimentação começaram a ser distribuídos no ano passado, logo após a suspensão das aulas presenciais, como uma forma de amparar os estudantes de baixa renda. Infelizmente, muitos estudantes só tinham a merenda escolar, distribuídas nas escolas, como única refeição diária, sendo esse um dos principais motivos para a permanência na sala de aula.

Apesar da necessidade da distribuição desses kits ser evidente, o relato de alguns pais dos alunos matriculados na Escola Municipal Celina Guimaraes Viana, localizada no bairro Barrocas, é de que eles não são entregues há meses. Isso tem dificultado a rotina familiar que, além de lidar com os transtornos gerados pelas aulas remotas (muitas famílias não têm acesso a aparelhos e à internet), as famílias ainda estão sem ter acesso ao alimento que era previsto para os estudantes.

“Durante todo esse ano, nós só recebemos duas vezes as cestas com os kits alimentares. A primeira vez foi logo no início do ano, que estava no cronograma feito desde o ano passado. A segunda vez que recebemos foi mais pro meio do ano. Demorou muito tempo de uma entrega para a outra e, dessa vez está do mesmo jeito”, informou a mãe de um estudante da escola Celina Guimarães.

Ela lembra que, apesar de não ser uma cesta básica completa, esse alimento ajuda na mesa de muitas famílias. “Os kits não são uma cesta básica completa, mas elas se tornam um banquete para quem tem quase nada. Não é o meu caso, porque graças a Deus eu não parei de trabalhar, apesar da pandemia, mas muitos alunos dessa escola são extremamente humildes. Muitos iam para a escola por causa da merenda, e com as aulas remotas eles nem assistem aula e nem têm a garantia de alimentação. Essa é uma realidade de muitos, infelizmente”, relata a mãe de um aluno.

A mãe do aluno, que preferiu não se identificar, cobrou ainda um posicionamento do Município sobre o retorno das aulas presenciais. “É evidente que a Secretaria de Educação não quer retornar mais esse ano, mas essas aulas on-line são desgastantes, tanto para os estudantes e professores quanto para nós, que somos os pais. Mas, a Prefeitura tem que se posicionar quanto a isso, porque está sendo insustentável essa situação", disse.

A mãe do aluno lembra ainda que, da mesma forma que as escolas tinham que garantir a merenda escolar dos estudantes, a prefeitura deve manter a distribuição contínua dos kits de alimentação. "Se existe um recurso destinado à merenda escolar, ele precisa ser repassado para os alunos, mesmo que não esteja tendo aulas presenciais. Os pais não podem arcar, sozinhos, com a decisão do município de não voltar com as aulas presenciais", enfatiza.

A reportagem do JORNAL DE FATO entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação para saber sobre a distribuição das cestas com alimentos. A informação recebida foi de que existe um planejamento em relação à entrega das cestas e que, em breve, a Secretaria vai divulgar um novo cronograma de distribuição. De acordo as matérias publicadas no site da própria Prefeitura, as últimas cestas de alimentos entregues aos alunos da zona urbana foram em agosto e, na zona rural, em julho desse ano.

Em relação ao retorno presencial das aulas, recentemente, o Ministério Público entrou com uma ação na Justiça solicitando a retomada imediata das atividades. De acordo com o órgão ministerial, os prejuízos causados na educação e no convívio social dos estudantes são imensuráveis e precisam ser sanados o mais rápido possível.

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