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Postado às 10h45 | 05 Dez 2021 | redação 2020 teve o menor número de diagnósticos dos últimos cinco anos

Crédito da foto: Ilutração Diagnósticos de câncer de pele

Por Edinaldo Moreno/Repóter

Dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC) mostram que 2020 teve o menor número de diagnósticos de câncer de pele em Mossoró nos últimos cinco anos. A redução foi de pouco mais de 72% em relação ao ano anterior.

O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no país. Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado precocemente. Entre os tumores de pele, o tipo não melanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade.

De acordo com o levantamento da LMECC, no ano passado foram diagnosticados e tratados na Liga 310 casos da doença. Esse é o menor número desde 2016, quando a LMECC registrou 385 diagnósticos do câncer de pele. O maior número nesse período foi em 2019. Naquele ano o total chegou a 535.

Ainda de acordo com os dados do RHC da Liga Mossoroense, o maior número de câncer de pele é referente à pele não melanoma. Em 2020, foram diagnosticados e tratados 320 casos deste tipo.

As células da região mais profunda da epiderme são redondas e conhecidas como células basais. Cerca de 70% dos cânceres de pele se desenvolvem a partir deste tipo de célula e são denominados carcinomas basocelulares. Na maioria das vezes, o carcinoma basocelular se desenvolve na região da cabeça e pescoço. Esse tipo de câncer no passado era diagnosticado quase que exclusivamente em pessoas mais velhas, mas atualmente já é feito o diagnóstico em pessoas mais jovens, provavelmente devido à maior exposição ao sol. O carcinoma basocelular tem um crescimento lento, e raramente se espalha para os gânglios linfáticos ou outras partes do corpo. Entretanto, se não for tratado, pode disseminar-se para outros tecidos e órgãos.

Cerca de 25% dos cânceres de pele são carcinomas de células escamosas, também chamados de carcinomas espinocelulares. Eles têm origem na camada mais superficial da epiderme. Geralmente, aparece em áreas do corpo exposta ao sol, como rosto, orelhas, lábios, pescoço e no dorso da mão. Pode também surgir em cicatrizes antigas ou feridas crônicas da pele em qualquer parte do corpo e até nos órgãos genitais. Às vezes, pode se iniciar em queratoses actínicas. Os carcinomas espinocelulares são mais propensos a crescerem nas camadas mais profundas da pele e a se disseminarem para outros órgãos do que os cânceres basocelulares, embora isso ainda seja raro.

“A gente geralmente divide o câncer de pele em não melanoma e o câncer de pele melanoma. O câncer de pele não melanoma vem o carcinoma basocelulares e o espinocelular. O câncer de pele melanoma é um câncer de pele raro em relação aos cânceres de pele que só acomete de 3% a 5%. É raro, mas extremamente agressivo e com alto índice de mestátase e mortalidade elevada, mas isso com diagnóstico tardio. Não melanoma lembra de lesões descamativas que arde, que coça, que queima, lesões avermelhadas, esperoladas, lesões ou feridas”, destacou Doutor Valdemir Ferreira, cirurgião geral e Oncológico.

O câncer de pele não melanoma pode apresentar dois tipos de diagnóstico. O carcinoma basocelular é diagnosticado por meio de uma lesão (ferida ou nódulo), e apresenta evolução lenta. O carcinoma epidermoide também surge por meio de uma ferida, porém, evolui rapidamente e vem acompanhado de secreção e coceira. A maior gravidade do carcinoma epidermoide se deve à possibilidade dele apresentar metástase.

Como a pele - maior órgão do corpo humano - é heterogênea, o câncer de pele não melanoma pode apresentar tumores de diferentes linhagens. Os mais frequentes são carcinoma basocelular, responsável por 70% dos diagnósticos, e o carcinoma epidermoide, representando 25% dos casos.

A cirurgia é o tratamento mais indicado tanto nos casos de carcinoma basocelular como de carcinoma epidermoide. Porém, o carcinoma basocelular de pequena extensão pode ser tratado com medicamento tópico (pomada) ou radioterapia. Já contra o carcinoma epidermoide, o tratamento usual combina cirurgia e radioterapia.

“Tratamento de câncer de pele na maioria das vezes é cirurgia. Só a cirurgia resolve, principalmente na fase inicial. Geralmente o paciente tem um alto índice de cura. No melanoma também só a cirurgia é suficiente, mas infelizmente no melanoma nós encontramos casos um pouco mais avançados e onde entra a quimioterapia e a imunoterapia”, salientou o médico.

FAIXA ETÁRIA

No levantamento, o maior número de casos registrados no período foi em pessoas acima de 80 anos. Esta faixa etária teve tratados 481 casos da doença. Logo na sequência vem a faixa etária das pessoas entre 75 a 79 anos com 270 diagnósticos do câncer de pele.

O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores. Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas.

DADOS

- Distribuição proporcional do total de casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC, segundo localização do tumor primário (C44.0 – C44.9) - Janeiro-Dezembro 2016 até 2020 todas as idades.

2020 – 310 casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC

2019 – 535 casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC

2018 – 390 casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC

2017 – 404 casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC

2016 – 385 casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC

- Distribuição proporcional do total de casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC, segundo histologia (C44.0 – C44.9) - Janeiro-Dezembro 2016 até 2020 todas as idades.

2020 – 320 casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC (PELE NÃO MELANOMA) e 11 (PELE MELANOMA)

2019 – 517 casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC (PELE NÃO MELANOMA) e 18 (PELE MELANOMA)

2018 – 385 casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC (PELE NÃO MELANOMA) e 11 (PELE MELANOMA)

2017 – 395 casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC (PELE NÃO MELANOMA) e 09 (PELE MELANOMA)

2016 – 379 casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC (PELE NÃO MELANOMA) e 06 (PELE MELANOMA)

- Distribuição proporcional do total de casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC, segundo faixa etária - Janeiro-Dezembro 2016 até 2020.

80 ANOS+ - 481

75 A 79 ANOS – 270

70 A 74 ANOS – 242

65 A 69 ANOS – 210

60 A 64 ANOS – 199

55 A 59 ANOS – 228

50 A 54 ANOS – 153

45 A 49 ANOS – 91

40 A 44 ANOS – 55

35 A 39 ANOS – 33

30 A 34 ANOS – 14

25 A 29 ANOS – 34

20 A 24 ANOS – 31

15 A 19 ANOS - 01

- Distribuição proporcional do total de casos de câncer de pele diagnosticados e tratados na LMECC, segundo o sexo - Janeiro-Dezembro 2016 até 2020

HOMENS – 60,1%

MULHERES – 39,9%

FONTE: LMECC

Tags:

câncer
Mossoró

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