Quarta-Feira, 22 de janeiro de 2025

Postado às 12h00 | 12 Dez 2021 | redação Arboviroses: Sesap alerta importância de ações de controle, vigilância e prevenção

Crédito da foto: Ilustração Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue

Edinaldo Moreno/Repórter do JORNAL DE FATO

Diante da chegada do período sazonal das arboviroses no Rio Grande do Norte (novembro a maio), quando as altas temperaturas combinadas às chuvas propiciam a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) alerta a população potiguar para a importância das ações de controle, vigilância e prevenção relacionadas a essas doenças no RN.

Responsável técnica pelo Programa Estadual de Controle da Dengue, Sílvia Dinara, ressalta que entre as ações que devem ser realizadas pelos municípios neste período são ações educativas junto à população, de mutirões de limpeza e, também, a elaboração de um Plano de Contingência Municipal das Arboviroses em sintonia com o Plano Estadual, que a Sesap vem apresentando aos municípios nas reuniões da Comissão Intergestores Bipartite (CIR).

“As arboviroses já são endêmicas no estado e estamos próximos ao período epidêmico, quando devemos reforçar os cuidados de prevenção e controle. Assim, é importante que as esferas municipal e estadual intensifiquem as ações de combate às arboviroses. Além disso, é preciso que a sociedade faça a sua parte, que cada morador cuide do seu domicílio, com foco na limpeza, no descarte correto do lixo e na eliminação de possíveis criadouros do mosquito”, destacou.

A Secretaria Estadual de Saúde divulgou nesta semana o mais recente informe epidemiológico das arboviroses no Rio Grande do Norte que traz os dados sobre as notificações de casos confirmados e suspeitos de dengue, chikungunya e zika em todo o território potiguar. O documento é referente ao período compreendido entre a Semana Epidemiológica 1 até a 48, encerrada em 4 de dezembro de 2021, e divulgado nesta semana.

Em Mossoró, foram confirmados 188 casos de dengue no período dos 288 casos prováveis notificados entre janeiro e dezembro deste ano. Ainda de acordo com a atualização da Sesap, a incidência de casos por 100 mil habitantes está em 96,85%.

Já em relação à chikungunya, foram 83 casos confirmados da doença de 100 casos notificados. A incidência de chikungunya foi de 33,63 para cada grupo de 100 mil habitantes. Dos 21 casos prováveis de zika, 15 deles foram confirmados. A segunda maior cidade potiguar tem incidência de 7,06 na mesma proporção de habitantes.

Dados do Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (CCZ/SMS) apontam risco médio de infestação predial do mosquito Aedes aegypti no município. O último levantamento mostra que o índice ficou em 2,3%. Este é o menor registrado no ano.

Quatro bairros na cidade têm os maiores índices. O maior é registrado no Dom Jaime Câmara. A localidade na zona leste do município apresenta índice de 6,4%. Na sequência vem o bairro Bom Jardim, com 6,4%. Com 6,2% está o bairro Paredões e fechando o quarteto de bairros com os maiores índices aparece o Aeroporto, com 4,9%.

A direção do CCZ pede à população que continue com o trabalho profilático, a fim de evitar a proliferação do Aedes, e que continue como preparação para o período chuvoso, onde a incidência de focos do Aedes é maior.

RIO GRANDE DO NORTE

De acordo com o documento, foram notificados 6.761 casos suspeitos de dengue no RN, dos quais 1.195 foram confirmados, 4.018 casos considerados prováveis, 2.743 descartados e 1 caso de óbito confirmado.

Com relação à chikungunya, foram notificados no RN, até a Semana Epidemiológica 48, 5.484 casos suspeitos da doença, sendo confirmados 1.612 casos, 4.543 casos considerados prováveis e 941 descartados e nenhum óbito confirmado.

Já no que diz respeito à Zika, entre a semana epidemiológica 1 a 48 de 2021 no RN foram notificados 812 casos suspeitos da doença, sendo confirmados 168 casos, 447 casos considerados prováveis, 365 descartados e nenhum óbito confirmado.

O informe mostra que a V Região de Saúde (com sede em Santa Cruz) é a que apresenta maior incidência de casos prováveis de arboviroses no RN, no que se refere aos três agravos.

PREVENÇÃO

A Secretaria Estadual de Saúde reforça, junto à população, os cuidados necessários para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. São quase uma dezena de orientações para os moradores do estado.

Entre as recomendações estão a manutenção dos quintais livres de possíveis criadores do mosquito; limpeza de vasilhas e reservatórios de água dos animais; evitar jogar lixo em terrenos baldios; caixas d’águas sempre fechadas; receber o agente de endemias, entre outras.

 

CUIDADOS

- Mantenham os quintais livres de possíveis criadouros do mosquito;

- Esfreguem com bucha as vasilhas ou reservatórios de água de seus animais;

= Não coloquem lixo em terrenos baldios;

- Mantenham as caixas d´água sempre tampadas;

- Observem vasos e pratos de plantas que acumulam água parada;

- Observem locais que possam acumular água parada como: bandeja de bebedouros e de geladeiras, ralos, pias e vasos sanitários sem uso;

- Recebam a visita do agente de endemias, aproveitando a oportunidade para tirar possíveis dúvidas;

- Mantenham em local coberto, pneus inservíveis e outros objetos que possam acumular água.

 

O que são as arboviroses?

Arboviroses são doenças causadas por arbovírus e transmitidas por artrópodes como o Aedes aegypti. A alta infestação desse vetor Aedes aegypti em áreas urbanas fazem das arboviroses um dos principais problemas de saúde pública no mundo.

As infecções por arbovírus, incluindo dengue, chikungunya e Zika, são doenças emergentes e reemergentes importantes. São considerados graves problemas de saúde pública mundial devido à elevada morbimortalidade.

A dengue é considerada a mais importante das doenças virais transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o Aedes aegypti seu principal vetor. Manifesta-se, clinicamente, sob duas formas principais: a dengue clássica e a forma hemorrágica. Trata-se de uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, que pode apresentar um amplo espectro clínico, variando de casos assintomáticos a graves.

A chikungunya é uma arbovirose transmitida pela picada de fêmeas infectadas do Aedes aegypti. A doença apresenta três fases: aguda, pós-aguda e crônica. A fase aguda da doença tem duração de 5 a 14 dias. A fase pós-aguda tem um curso de até 3 meses. Se os sintomas persistirem por mais de 3 meses após o início da doença, considera-se instalada a fase crônica.

O vírus Zika é um flavivírus transmitido pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti, um mosquito com habitat urbano, o que torna a doença um problema de saúde pública. Embora a maioria das infecções pelo vírus Zika sejam caracterizadas por doenças subclínicas ou leves semelhantes à influenza, manifestações graves foram descritas, incluindo a síndrome de Guillain-Barré em adultos e microcefalia em bebês nascidos de mães infectadas.

 

Tags:

Mossoró
RN
arboviroses
Sesap/RN
saúde
dengue
aedes aegypti

voltar