Por Amina Costa / repórter do JORNAL DE FATO
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) vem alertando sobre um surto de gripe que ocorre no estado, desde o final de 2021. Esse aumento no número de casos é provocado pela baixa vacinação dos potiguares contra a Influenza e, também, pelo período chuvoso, que provoca o aumento brusco da umidade relativa do ar, fazendo com que as altas temperaturas esfriem de forma muito rápida.
Isso tem feito com que muitos potiguares, e mossoroenses, busquem as unidades básicas de saúde e hospitais particulares de urgência e emergência com sintomas de gripe. Uma matéria publicada no G1 apontou que, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Belo Horizonte, em Mossoró, foi registrado o aumento de 300% na procura por atendimento médico de pessoas com sintomas de gripe.
Na última segunda-feira, 3 de janeiro, primeiro dia útil do ano, a UPA, que é a unidade de referência para pacientes com sintomas gripais e Covid-19, registrou cerca de 470 atendimentos de pessoas com febre, tosse, coriza e garganta inflamada. A direção da UPA informou ao G1 que, após o pico da pandemia da Covid, a unidade atendia cerca de 150 usuários por dia.
Na manhã desta terça-feira (4), a população reclamou do tempo de espera pelas consultas. Os relatos dos usuários do sistema são de que a espera por atendimento chega a durar 2 horas e meia. Algumas pessoas informaram que chegaram ao local às 8h, mas só receberam atendimento próximo das 11h.
“Estamos esperando porque está muito cheio. Se aqui eles colocassem mais médicos poderia atender essa população que está aqui fora aguardando atendimento. É muito triste uma situação dessas. Mãe de família aqui com seus filhos querendo ser atendido e nada. Não sai ninguém, está só entrando”, reclamou ao G1 a dona de casa Fabiana Soares, que esperou mais de 2 horas pelo atendimento médico.
Os usuários também reclamam da aglomeração, já que as pessoas ficam esperando, todas juntas, na parte externa da unidade. Devido à demora no atendimento, essa aglomeração persiste por muito tempo. “É muita gente, todo mundo sentando perto, porque não tem espaço pra todo mundo”, contou à reportagem a empregada doméstica Ana Cleide de Morais.
A superlotação das unidades não se restringe apenas às unidades públicas de saúde. Relatos de usuários do sistema privado de saúde foram de que, na tarde de terça-feira os pronto-socorros estavam cheios, principalmente de crianças, com sintomas gripais. O grande número de pessoas também está interferindo no tempo de atendimento.
A secretária de saúde de Mossoró, Morgana Dantas, disse que o município está tentando realizar ajustes para desafogar a lotação que, segundo ela, acontece em alguns horários do dia. O JORNAL DE FATO trouxe no último fim de semana uma matéria sobre o assunto. Nela, o coordenador do setor de imunizações do Município, Etevaldo de Lima, informou que as influenzas, que apresentam sintomas gripais, estão ocorrendo no município porque muita gente não se vacinou contra a Influenza.
Etevaldo de Lima comentou que a vacinação é a principal forma de prevenir contra as influenzas. “A vacina disponível atualmente imuniza contra três tipos de influenza. Mesmo que o surto não seja da influenza que essa vacina protege, a população imunizada terá a garantia de que, mesmo pegando outro tipo de influenza, o vírus não sofrerá mutação, porque o usuário já está vacinado. É importante frisar que surtos como esse só são evitados com a vacina e que a rede pública tem essa vacina disponível para a população”, enfatizou.
Tags: