Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO
As últimas semanas estão sendo marcadas pelo aumento do número de casos de doenças gripais, como Influenzas e, também, o aumento do número de pessoas diagnosticadas com Covid-19. A maioria dos sintomas que os mossoroenses estão apresentando são febre, dor de garganta, tosse e coriza.
Os vírus que transmitem a gripe circulam com bastante facilidade neste período, diante da ocorrência das chuvas e queda das temperaturas. Apesar de todos os cuidados em relação aos vírus, os mossoroenses não podem esquecer que é justamente neste período que ocorre a maior incidência dos casos de doenças provocadas pelo Aedes aegypti (dengue, chinkungunya e zika vírus).
Com as precipitações que ocorreram na cidade nos últimos dias, os mossoroenses devem ficar atentos aos ambientes e recipientes que podem acumular água. Essa época do ano é bem propícia para a proliferação do mosquito, e os sintomas de doenças causadas por ele, em especial a dengue, são parecidos com os sintomas de gripe (febre, moleza no corpo, dor de cabeça).
De acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP), em 2021, foram notificados 319 casos de dengue em Mossoró, dos quais 188 foram confirmados. Em dados gerais, esses números representam 107 casos para cada 100 mil habitantes da cidade.
Em relação aos casos de chikungunya, os números são menos expressivos, de forma que foram contabilizados pela Sesap no município um total de 105 notificações, das quais 83 foram confirmadas. Já em relação aos casos de zika vírus, foram notificados 22 casos, dos quais 15 tiveram a confirmação.
Apesar de as notificações dos casos de chikungunya e zika vírus terem sido menores, é expressivo o número de confirmação para essas doenças. Em porcentagens, significa que 80% dos casos notificados para chikungunya foram confirmados e 68% dos casos de zika vírus tinham procedência. No caso da dengue, 58% dos casos analisados chegaram a ser confirmados.
Os números do índice de infestação predial de 2021 apontaram que o município de Mossoró apresentou melhoria nos dados, saindo de 4,1 na escala da Sesap para 2,3, no decorrer do ano. Quanto maior o número que o município apresentar nessa escala, maior é o índice de infestação do Aedes aegypti.
A reportagem do JORNAL DE FATO entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde para saber se já foram notificados ou confirmados casos de doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti em Mossoró, neste ano de 2022. No entanto, a Secretaria não conseguiu obter essas informações a tempo do fechamento desta edição.
Os números da Sesap mostram que, em todo o Rio Grande do Norte, foram notificados no ano passado 7.024 casos suspeitos de dengue, dos quais 1.218 foram confirmados, 4.191 casos considerados prováveis, 5.682 descartados e 1 caso de óbito confirmado. A incidência apresentada foi de 119,51 casos prováveis por 100.000 habitantes do estado.
Com relação à Chikungunya, foram notificados no RN 4.715 casos suspeitos da doença, sendo confirmados 1.679 casos, 134.459 casos considerados prováveis, 960 descartados e nenhum óbito confirmado. A incidência foi de 134,459 casos prováveis por 100.000 habitantes.
Já no que diz respeito à zika, foram notificados 859 casos suspeitos da doença, sendo confirmados 202 casos, 474 casos considerados prováveis, 1.011 descartados e nenhum óbito confirmado. A incidência foi de 13,52 casos prováveis por 100.000 habitantes.
Os números de todas as arboviroses urbanas notificados em 2021 no RN foram menores do que em 2020, porém alguns municípios viveram surtos e epidemias de arboviroses. As arboviroses acontecem durante o ano todo, havendo períodos em que observamos uma incidência maior, devido à sazonalidade da doença.
Agentes de endemias iniciaram as visitas domiciliares
Como não há disponíveis vacinas para proteger contra as arboviroses, a prevenção consiste no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. As ações de prevenção devem ocorrer durante todo o ano, mas é no período chuvoso que elas precisam ser intensificadas.
Para desenvolver esse trabalho de combate ao mosquito, a Secretaria Municipal de Saúde informou que vem intensificando desde o mês de dezembro de 2021 as ações de combate e controle do mosquito Aedes aegypti, por meio do Centro de Controle de Zoonoses. “Com o início do período chuvoso as visitas domiciliares foram intensificadas, sendo realizadas pelos agentes de endemias”, informa a Secretaria.
Informou ainda que, durante as visitas nos domicílios, os reservatórios de água das residências são vistoriados e a população recebe orientações sobre como evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
“Outra ação que vem sendo desenvolvida pelo CCZ é a aplicação de larvicida em locais considerados propício para a proliferação do Aedes aegypti como borracharias, oficinas, lojas de plantas, floriculturas etc.”, informa.
Quanto à incidência de casos de dengue, zyka e chikungunya nesses primeiros dias do ano de 2022, o CCZ somente terá um levantamento no final do mês. Entre as orientações feitas à população pelos agentes de endemias estão: manter os reservatórios de água bem fechados, evitar lixo exposto, ensacar bem o lixo domiciliar, manter os quintais limpos, evitar plantas aquáticas, entre outros.
Tags: