Sábado, 30 de novembro de 2024

Postado às 09h00 | 28 Jan 2022 | redação Segmentos econômicos resistem ao passaporte e suspensão de shows

Crédito da foto: Jornal de Fato/Arquivo Partage Shopping, em Mossoró, ficou vazio em 2020

Coluna César Santos / JORNAL DE FATO

Da série esse filme eu vi antes e não foi legal:

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte entrou com um pedido de habilitação, na condição de “Amicus Curiae”, ou seja, parte interessada, na ação movida contra o Governo do Estado pelo Ministério Público e a Defensoria Pública estaduais para proibir de eventos de massa no Rio Grande do Norte. Como representante legítima do Comércio, Serviços e Turismo no RN, a entidade se posiciona em defesa dos empresários.

No documento, a entidade argumenta que o Governo do Estado permite a realização de eventos de massa, sociais, recreativos, acima de 100 pessoas, com a necessidade de apresentação e comprovação do esquema vacinal, bem como a partir do cumprimento de um rígido protocolo biossanitário. A entidade cita a realização do Carnatal, no início de dezembro, aonde não houve aumento dos casos de Covid-19 no estado, conforme as estatísticas oficiais.

O presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, destaca que a classe produtiva vem passando por uma crise avassaladora desde o início da pandemia, em face da retração dos negócios, apresentando, hoje, números exorbitantes de empresas fechadas ou em vias de fecharem. O setor de eventos foi certamente o mais impactado desde o início da crise, passando mais de um ano com suas atividades totalmente paralisadas.

“Esse segmento engloba cerca de 8,2 mil empreendimentos no RN que, juntos, empregam 20 mil pessoas de forma direta e formal, sem contar com as contratações pontuais. Só para estas pessoas, as empresas do setor pagam mensalmente cerca de R$ 31,2 milhões em salários. A proibição dos eventos de massa traz prejuízos enormes para toda a cadeia produtiva do Turismo”, afirma Queiroz.

A entidade também destaca que o Rio Grande do Norte conta com mais de 2,4 milhões de pessoas vacinadas com as duas doses, representando 76% da população do estado. Considerando o público acima de 18 anos, que normalmente participa deste tipo de evento, a cobertura vacinal chega a 84%.

Já em Mossoró, a CDL também se posicionou contra a exigência do passaporte vacinal por entender que a medida não é mais eficaz. A entidade se posiciona em nota:

“Entendemos que a exigência do passaporte vacinal em toda a área de shopping centers não é a medida mais eficaz de contenção ao coronavírus. Defendemos a adoção de estratégias como a testagem em massa da população, isolamento dos pacientes que apresentarem resultado para a Covid-19, a intensificação da vacinação, com busca ativa daqueles que ainda não receberam o imunizante ou estão com alguma dose em atraso, e o rigoroso cumprimento do protocolo de biossegurança, com uso de máscara, distanciamento social e utilização do álcool 70%.”

Segue:

“Quanto ao passaporte vacinal, a exemplo do já que ocorre em outros estados, a CDL Mossoró sugere que essa exigência ocorra, em shopping centers, apenas nas praças de alimentação e cinemas, ambientes mais propícios ao contágio.” E diz que está buscando o diálogo com os governos (municipal e estadual), no sentido de encontrar a melhor maneira de controlar o avanço dessa nova onda da Covid-19, sem sacrificar a economia.

Pois bem. Estamos diante de mais um debate sobre saúde e economia em tempo de pandemia. O governo afirma querer salvar vidas; o setor produtivo diz que para salvar vidas tem que salvar empregos para garantir renda e o sustento das famílias.

Quem está certo?

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